Lílian Kelly de Almeida Figueiredo

Título da dissertação: INTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS NA ESCOLA: UMA ANÁLISE DO CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO – CICLO BÁSICO 1ª OFERTA

Arquivo
Lílian Kelly de Almeida Figueiredo.pdf
Documento PDF (2.0MB)
                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Lílian Kelly de Almeida Figueiredo

INTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS NA ESCOLA: UMA
ANÁLISE DO CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO – CICLO
BÁSICO 1ª OFERTA

Maceió – AL
2009

Lílian Kelly de Almeida Figueiredo

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS NA ESCOLA: UMA ANÁLISE
DO CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO – CICLO BÁSICO 1ª
OFERTA

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Educação Brasileira, ofertado pelo Programa
de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Federal de Alagoas, para obtenção do título de
Mestre em Educação.
Orientador: Luís Paulo Leopoldo Mercado

UNIVERDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Maceió – AL
2009

Pra que serve a escola?
Eis a minha indagação
Então, penso na escola
Como um lugar de educação.
É onde se incentiva à socialização
É um espaço organizado
Para uma formação
Desde pequenininho até quando está grandão.
Na escola a gente brinca e aprende a conviver
Todos têm sua importância neste espaço de
aprender
O porteiro, o faxineiro, do professor ao diretor
Todos formam a escola e cuidam dela com amor.
Pensada para cumprir no social uma função
No Brasil a gente pode falar da constituição
Que garante para todos o direito à educação
Sem excluir o indivíduo, seja homem ou mulher.
Este sistema tem história
Para ser hoje o que ele é.
Vaneide Oliveira
Aluna do Curso de Pedagogia

DEDICATÓRIA

A todos os professores que lutam para uma educação de qualidade, que se esforçam
para obter e construir conhecimento e motivar os alunos a aprender. A aqueles que
compreendem que hoje não podemos mais ser detentores do saber, mas articular esse
saber com a inovação, as TIC e a vivência do alunado.
Assim como as minhas demais conquistas, dedico este trabalho, aos meus queridos
familiares, pais, amigos, professores e mestres, para que compreendam que os desafios
são vencidos e compartilhados.

Renasce o momento
De reconhecer os esforços pessoais, profissionais e sentimentais.
Para aqueles que apostaram
E também, para aqueles que duvidaram
Meus extensos agradecimentos.
Esse momento, sempre incompleto
Misturando, alegrias, esperanças, esquecimentos...
Com a certeza, de que, os registros das palavras
Seja real, virtual, presencial ou até mesmo a distância
Valem mais do que um simples sorriso.
Portanto, esse é o meu momento...
De agradecer a Deus, pela ilustre vida,
Aos meus pais, Mary e Romildo, pelo carinho, cuidado, apoio,
compreensão, apesar de, às vezes não entenderem bem o significado da
escolaridade após ensino médio.
Aos meus familiares pelo respeito, gratidão, incentivo (mesmo que
indireto) e compreensão nas horas mais difíceis...
Esse é o momento,
De dizer a Prof. Betânia (2ª série – Fundação Bradesco), que sem seus
valores rígidos e carinhosos, eu nunca conseguiria aprender coisas
novas.
De evidenciar o meu afeto e dizer que reconheço a grande amizade,
estímulo, confiança e colaboração, do Prof. Dr. Luís Paulo Mercado,
ao longo de sete anos, desenvolvendo trabalhos desde a Iniciação
Científica e acreditando nos meus esforços, contribuindo na elaboração
e construção das ideias, despertando assim o meu interesse pela
pesquisa.
De expressar o meu sentimento de afeto e gratidão pela Profª Drª
Belmira Magalhães, que muitas vezes, fez o papel de mãe ao exigir dos
meus esforços, uma competência exímia e despertar a autoconfiança em
meu trabalho, acreditando o quanto valeria a pena continuar.
Essa é a hora
De retribuir a amizade aos meus queridos amigos: Mariana, Sarita,
Jaqueline, Shirley, Flávio, Yára Neves, Myllena, Ivanderson,
Aristóteles, Patrícia, Emanuelle, Álvaro, Regina, Diana, tantos
outros, pelas longas conversas, pelo compartilhamento das situaçõeslimites e pelas palavras de carinho sempre oferecidas nos momentos
certos.
De agradecer a Profª Drª Maria Auxiliadora Cavalcante, pela
amizade e interesse em colaborar com o desenvolvimento deste trabalho.
De retribuir o afeto, compreensão e amizade evidenciados pelas
professoras Anamelea de Campos Pinto e Laura Cristina Pizzi.
De agradecer aos professores deste Programa de Pós-Graduação, pelo
compartilhamento de seus conhecimentos.
De agradecer a CAPES que junto a FAPEAL permitiu a concessão de
dois anos de bolsa para ajudar na realização desta pesquisa.
De reconhecer os préstimos de Verônica Novaes e de todas as pessoas
que contribuíram, ajudaram, na realização deste trabalho.

SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS.......................................................................................................07
RESUMO…………………………………...……………………..……………….…..08
ABSTRATC…………………..………………………………………....…………….09
INTRODUÇÃO.............................................................................................................10
CAPÍTULO 1 – PARA QUÊ INTEGRAR AS DIFERENTES MÍDIAS À
PRÁTICA PEDAGÓGICA?........................................................................................19
1.1 – A Importância das Mídias na Educação..........................................................20
1.2 – Formação de Professores Online para Integração de Mídias no Ambiente
Escolar.......................................................................................................................23
1.3 - Oferta de Cursos Online...................................................................................28
CAPÍTULO 2 - DESENVOLVIMENTO DO CURSO DE FORMAÇÃO
CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO.......................................................35
2.1 - A proposta do Curso Mídias na Educação: uma visão geral...............................36
2.2 - Programa Mídias na Educação: o desenvolvimento em Alagoas.....................38
2.3 – O ambiente virtual de aprendizagem e-Proinfo................................................42
2.4 – A relação professor-aluno perante as mudanças...............................................45
CAPÍTULO 3 – INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS NO CICLO BÁSICO (1ª OFERTA)
DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA
EDUCAÇÃO..................................................................................................................50
3.1 – A proposta de integração de mídias no Módulo Introdutório...........................51
3.2 – A integração de mídias no Módulo TV e Vídeo...............................................66
3.3 – A integração de mídias no Módulo Rádio........................................................73
3.4 – Análise da integração de mídias no Módulo Material Impresso......................80
3.5 – Propostas de integração de mídias no Módulo Internet e Informática.............87
3.6 – Módulo Gestão Integrada de Mídias – as propostas.........................................92
CAPÍTULO 4 – INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS NOS PROJETOS FINAIS DO
CICLO BÁSICO (1ª OFERTA)...................................................................................99
4.1 – Aplicação do método......................................................................................100
4.2 – A coleta de dados............................................................................................103
4.2.1 – A observação..............................................................................103
4.2.2 – A entrevista................................................................................103
4.3 – Os projetos finais............................................................................................104
4.4 – A aplicação dos questionários........................................................................117
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................123
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................129
ANEXOS.......................................................................................................................133

LISTA DE SIGLAS

AD ......................................................................................................Análise do Discurso
AVA ..........................................................................Ambiente Virtual de Aprendizagem
EAD .................................................................................................Educação a Distância
LDB .......................................................Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC .............................................................................................Ministério da Educação
NEAD .............................................................................Núcleo de Educação a Distância
PNE ...........................................................................................Plano Nacional de Ensino
PPP ........................................................................................Projeto Político Pedagógico
PCN ..........................................................................................Plano Curricular Nacional
SEED ..........................................................................Secretaria de Educação a Distância
SEE/AL .....................................................Secretaria Executiva de Educação de Alagoas
SEMED .......................................................................Secretaria Municipal de Educação
TIC ...............................................................Tecnologias da Informação e Comunicação
TV .......................................................................................................................Televisão
UAB ...................................................................................Universidade Aberta do Brasil
UFAL ............................................................................Universidade Federal de Alagoas

RESUMO

A presente pesquisa investigou o desenvolvimento do Curso de Formação Continuada
em Mídias na Educação, ofertado na modalidade a distância, para professores da rede
pública de ensino do Estado de Alagoas. O principal objetivo dessa investigação foi de
analisar a integração e uso das TIC e diferentes mídias no contexto escolar. Analisamos
as propostas das atividades ofertadas nos seis módulos sobre o processo de integração
de mídias. Mediante as contribuições recentes da literatura científica no contexto
educacional a respeito da integração de mídias, a postura do professor e do aluno no
ambiente escolar, este trabalho, voltado para as perspectivas de integração, está centrado
em responder à questão: "como se desenvolveu a integração de mídias, através das
propostas das atividades dos módulos, e de que forma os professores as integraram em
sala de aula?”. Tendo como principal fonte de dados os conteúdos dos módulos e os
depoimentos dos cursistas, coletados pelo ambiente virtual de aprendizagem e-proinfo,
que ofertou o curso, seguido de entrevista com roteiro estruturado por e-mail,
alcançamos à investigação pretendida neste estudo. Para um significativo
desenvolvimento utilizamos ainda os seguintes passos: 1) investigação da referência
teórico-metodológica, 2) análise das atividades, a partir de documentos existentes na
Internet e livros sobre integração de mídias e formação de professores; 3) identificação
de espaços criados para estimular a interação entre os participantes em cursos ofertados
pela EAD e 4) análise e investigação sobre o processo de integração de mídias nas
atividades realizadas durante o curso investigado. Destacamos que esta pesquisa é de
caráter qualitativa, com abordagem de estudo de caso (Curso Mídias na educação),
mediada pela análise de conteúdo. Essa investigação colabora para a compreensão das
potencialidades dos meios tecnológico-comunicativos, pois sistematizam as aulas e
atividades realizadas dentro e fora da sala de aula. Conclui-se que, nessa diversidade de
programas, o Curso Mídias na Educação contribuiu para que a formação de professores
estabelecesse um processo de ensino-aprendizagem dialógico.
Palavras – chave: Formação Continuada de Professores; Integração de mídias; TIC.

ABSTRACT

The present research investigated the development of Continuing Education Course in
Media in Education, offered in the distance, for teachers of public schools in the State of
Alagoas. The main objective of this investigation was to examine the integration and
use different media and ICT in the school context. We analyze the proposals of the
activities offered in six modules on the process of integration of media. Through the
contributions of recent scientific literature in the educational context regarding the
integration of media, the posture of teacher and student in the school environment, this
work focused on the prospects for integration, is centered on answering the question:
"how the Great integration of media, through the proposed activities of the modules, and
how teachers have integrated into the classroom?. "as the main source of data modules
and content of the interviews the students, collected by the virtual learning environment
and -proinfo, which offered the course, followed by structure interview by email,
research intended to achieve this study. For a significant development also use the
following steps: 1) investigation of theoretical and methodological reference, 2) analysis
of the activities from existing documents on the Internet and books about media
integration and teacher training, 3) identifying areas designed to stimulate interaction
among participants in courses offered by distance learning and 4) analysis and research
on the process of integration of media activities carried out during the investigation. We
stress that this research is of a qualitative approach with case study (a course in Media
Education), mediated by content analysis. This research contributes to understanding
the potential of technological media-communication, because systematize the lessons
and activities within and outside the classroom. We conclude that, in this diversity of
programs, courses in Media Education contributed to the training of teachers to
establish a teaching-learning dialogue.

Keywords: Continuing Education of Teachers; integration of media, ICT

INTRODUÇÃO

A formação continuada dos professores é um tema bastante discutido na
pesquisa educacional, e desde o século XX, uma nova proposta para as práticas
educacionais surge e é alargada por discussões no âmbito acadêmico. Essa nova
proposta refere-se à utilização e a integração das tecnologias da informação e
comunicação - TIC nos processos educacionais, tornando-se, neste novo cenário,
necessárias e indispensáveis para a relação dos sujeitos envolvidos no contexto escolar.
De acordo com Moran (2007), com a re-configuração da Sociedade Industrial
para a Sociedade da Informação, grandes mudanças foram promovidas nas ações
docentes, no que se refere à forma de ensinar e aprender. No século XXI, vivemos a
cultura das mídias, em que o acelerado desenvolvimento dos meios de comunicação e a
sua integração impõem uma re-organização da educação.
A partir da re-configuração da sociedade e da cultura midiática, a Educação a
distância - EAD ganhou espaço e com o apoio indispensável das TIC, passou a
oportunizar novas práticas de ensino e aprendizagem, repercutindo em uma nova
postura do sujeito, frente à construção do conhecimento. A consolidação da EAD no
Brasil e no mundo ampliou e facilitou a oferta de cursos online. Esse crescimento faznos refletir sobre a formação de professores.
Neste sentido, o paradigma tecnológico (aparecimento das TIC como uma
nova mediação no contexto do trabalho escolar) evidencia-se. Antes, o professor era
visto como o centro das atenções, no processo de ensino e aprendizagem. Segundo
Moraes (1997) na Sociedade da Informação e na EAD, este passa a ser o articulador,
orientador, problematizador e pesquisador integrado com o aluno, ambos convivendo
em um espaço relacional diferente.
A EAD traz dimensões inovadoras, como a autonomia do aluno, a
1

aprendizagem colaborativa, significativa e sistêmica, a interatividade , a criação de
comunidades de aprendizagens virtuais. No Decreto 5.622 de 19/12/2005, podemos
identificar a afirmação acima:
1

O termo “interatividade” em geral ressalta a participação ativa do beneficiário de uma transação de
informação. De fato, seria trivial mostrar que um receptor de informação, a menos que esteja morto,
nunca é passivo. Mesmo sentado à frente de uma televisão sem controle remoto, o destinatário decodifica,
interpreta, participa, mobiliza seu sistema nervoso de muitas maneiras, e sempre de forma diferente de
seu vizinho (LEVY, 2000).

Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância
como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios das
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Dec.
5.622/2005).

A EAD, mediada pelas TIC, oportuniza a interação entre sujeitos, com o
mundo e com os envolvidos em cursos ofertados por essa modalidade. Proporcionam
várias formas de linguagem, compreensão e interpretação, assim como novos espaços
de aprendizagem, passam a instituir um relacionamento mais democrático, socializando
o conhecimento de maneira colaborativa e significativa, assumindo e explorando
diferentes potenciais dos professores e dos alunos.
Neste sentido, “uma das preocupações primordiais é o ajuste das formas de
comunicação que garantem a interação entre os diferentes atores nesse tipo de
modalidade, tendo em vista que as experiências educacionais são pautadas nas
experiências com cursos presenciais” (GOUVÊA e OLIVEIRA, 2006, p. 43).
Para uma interação colaborativa e significativa, é importante que os saberes
docentes envolvam pelo menos o conhecimento básico da utilização das TIC e,
sobretudo, a reflexão sobre as mudanças que elas oferecem ao processo de ensino e
aprendizagem.
O importante para obter-se o conhecimento é o desenvolvimento da
capacidade interpretativa dos assuntos abordados, isso só é possível, pelo processo de
comunicação, ou seja, a interação compartilhada. Deste modo, o aluno passa a
compreender que o processo de ensino e aprendizagem não se restringe, somente, à
simples transmissão passiva de dados, mas, a partir de informações movimentadas e
partilhadas.
O professor, preocupado, acima de tudo, com o desenvolvimento intelectual
dos alunos, mesmo tendo como principal ferramenta o conhecimento, se almejar realizar
de forma prática o seu trabalho na sociedade tecnológica, deverá debater, defrontar-se e
até transformar seus pressupostos paradigmáticos pelos quais sua conduta ainda se
orienta.
Nesse contexto, o acesso crescente às TIC oportuniza novas possibilidades
significativas, assim como apresenta novos desafios. Estas evidenciam um novo meio
de alcançar públicos que transcendem o contexto tradicional escolar, contudo, é
necessário ampliar e igualar o acesso, não só às TIC, mas também às competências e

habilidades necessárias para integrá-las e utilizá-las de maneira criativa, significativa e
efetivamente no contexto escolar.
A integração das diferentes mídias acontece, principalmente, quando a escola e
os sujeitos envolvidos, estão qualificados para realizarem pesquisas, atividades,
trabalhos, projetos com os recursos didáticos e tecnológicos disponibilizados pela
instituição, permitindo a expressão da aprendizagem significativa entre professores e
alunos, ou seja, a comunicação e interação necessárias para a melhoria e dinamização
do processo de ensino e aprendizagem.
É nessa perspectiva, que o presente estudo teve por objetivo investigar como
se desenvolveu a integração das mídias, através das propostas desenvolvidas nos seis
módulos do ciclo básico (1ª oferta), do Curso de Formação Continuada em Mídias na
Educação, no período de 2006-2007 (anos que foram ativadas as turmas), ofertado para
professores da rede pública de ensino, e se estes as utilizaram de forma integrada no
âmbito escolar após um ano de término do curso.
A

realização

deste

estudo

inicialmente

foi

suscitada

por

alguns

questionamentos acerca da eficiência e abertura de cursos para a formação continuada
de professores na modalidade a distância, tais como: que dificuldades apresentam os
professores em realizar cursos com o objetivo de integrar as diferentes mídias às
práticas pedagógicas? Como compreendem tal integração? Porque sentem dificuldades
em integrar as diferentes mídias nas atividades desenvolvidas em sala de aula?
No século XXI está mais fácil integrar as diferentes mídias, mesmo porque as TIC
estão ao nosso alcance, principalmente para aqueles que as dispõem em casa, no
trabalho ou na escola. Integrá-las em ambientes virtuais e/ou em cursos à distância
facilita, pois a interação e a motivação são os fatores mais importantes para este tipo
de aprendizagem.

De acordo com Almeida (2005), professores e alunos devem
ser considerados sujeitos ativos da aprendizagem, comunicação,
interação, seleção, articulação e representação de informações.
Usar a televisão, vídeo, computadores, Internet motivam os alunos,
pois as informações são veiculadas de forma natural e dinâmica
além disso, são essenciais para o desenvolvimento do aluno,
possibilitando a transformação dele em pesquisador e em sujeito
autônomo.

Entretanto, isto não quer dizer, que o aluno irá construir seu
conhecimento a partir dessas informações, elas criam condições
para esta construção, pois o papel do aluno é o de compreender o
valor de se conhecer algo novo e o que saber fazer com essa
informação adquirida, enquanto o professor deve informar as
implicações morais, tornando-se orientador neste difícil processo de
dar sentido à informação e ao conhecimento.
Essa integração tende a caracterizar o aluno autônomo, ou seja, aquele
aluno que possa conseguir sua autonomia nos estudos, isso não quer dizer que ele
deve construir seu conhecimento sozinho, sem a ajuda do professor para orientá-lo
devidamente, pois o aluno autônomo é aquele dotado de uma orientação consistente a
partir de reflexões estabelecidas pelo professor.
Peters (2003) discute a autonomia, assegurando que na aprendizagem a
distância, ela vai muito além da idéia de estudo direcionado. Segundo o autor, o estudo
autônomo propõe satisfazer as tendências da educação na contemporaneidade,
garantindo ao sujeito que aprende uma visão distinta do futuro. Assim, defendemos que
a concepção de estudo autônomo é realmente constitutiva do processo de ensino e
aprendizagem a distância.
A partir da utilização das TIC no contexto de sala de aula é possível que o
educador faça dessa experiência algo significativo, elevando o ensino e aprendizagem
de forma sistêmica, interdisciplinar e colaborativa. Educar é continuar num processo de
ação-reflexão, buscando aprimoramento, a fim de contribuir com o processo de
humanização dos alunos. Com cursos na modalidade a distância e na modalidade
presencial isso é permitido, na medida em que o trabalho do professor e do aluno seja
construído e transformado no cotidiano da vida social.
Estas, por sua vez, possibilitaram o acesso à democratização do saber,
ampliando novos apontamentos e aperfeiçoamentos para a formação de professores.
Nesta perspectiva, o MEC, através da SEED e em parceria com a UFAL, permitiu a
abertura de cursos com referenciais de qualidade, oferecidos a distância, para que
professores, que habitam longe da capital, não tenham que se ausentar de seu trabalho
ou que têm agendas complicadas pudessem obter uma qualificação, sem a necessidade
de se locomoverem para o local de estudo.
No período de outubro de 2006 a agosto de 2007, acompanhamos a oferta do
Ciclo Básico (1ª oferta) do Mídias na Educação, programa organizado pelo MEC e pela

SEED, em parceria com a UFAL e a SEE/AL, disponibilizado no ambiente AVA eProinfo (www.eproinfo.mec.gov.br), direcionado aos professores da rede estadual e
municipal de Alagoas.
A qualificação desses professores é indispensável para o âmbito educacional em
que estão inseridos, pois a cada dia, o avanço tecnológico vem sendo articulado às
práticas pedagógicas, com intenções de mobilização, preparação para as mudanças,
vencer as resistências, integrar as diferentes mídias e a co-autoria dos sujeitos no
processo de ensino e aprendizagem.
Quando discutimos sobre formação continuada dos professores, para o uso das
TIC em sala de aula, devemos considerar que o professor, segundo Valente (2003),
tenha acesso integral à Internet e atue em sala de aula, integrando pedagogicamente não
só a Informática, mas outras mídias, através de atividades que realizam e desenvolvam
no âmbito escolar.
Isso significa que os professores devem estar atualizados com os avanços
tecnológicos pertinentes ao contexto da sociedade. Norteamos a discussão defendendo
as necessidades que a Era das Relações, evidenciada por Moraes (1997), apresenta e as
implicações sobre o avanço das TIC, assim como o uso destas é importante à prática
pedagógica, na qual os processos de interação, integração e a relatividade (tempo)
tornam-se importantes para a formação do sujeito.
Neste sentido, abordamos os aspectos que contribuem para a integração das
mídias no ambiente educacional, e como esta integração contribui para a construção do
conhecimento, para o desenvolvimento das potencialidades do sujeito e para a
transformação da sociedade.
A

partir

das

reflexões

discutidas,

é

necessário

fazermos

alguns

questionamentos acerca do melhor caminho para alcançar um resultado eficaz e
significativo do processo de ensino e aprendizagem. A esse respeito, destaca Moraes
(1997, p. 119):
(...) uma das metas educacionais é levar o indivíduo a manejar e produzir
conhecimentos, a desenvolver valores e atitudes que permitam a adaptação
às mudanças e às novas exigências do mercado de trabalho, como desafio
fundamental que decide a possibilidade e a qualidade de sua participação no
mundo atual.

Remetendo-nos a essas metas, podemos inferir que a proposta educacional se
amplia para uma nova vertente, apontando para um novo paradigma educacional, que
evidencia o processo das relações através da utilização das TIC.

Perante as novas atitudes e ações revistas para professores e alunos, está a
valorização do processo de ensino e aprendizagem, pois o sujeito faz parte de uma rede
de relações, inter-relações e interdependências com as experiências da realidade, e é
diante deste processo que tanto o professor, quanto os alunos efetivam-se como
investigadores pela busca da construção do conhecimento.
Essas atitudes e ações implicam a necessidade de reformulação profissional,
quebra de paradigmas tradicionais e velhas teorias, garantindo que a informação seja
transmitida de forma eficaz ao seu aluno. Mas, tomemos cuidados, pois não devemos
esquecer e jogar fora as experiências adquiridas, pelo contrário, devemos unir
conhecimento acumulado com as inovações permeadas pelas mudanças, ou seja,
reinventar a maneira de ministrar nossas aulas.
Pensando nesse movimento delineado, torna-se necessário repensarmos os
instrumentos de ensino e aprendizagem, privilegiando a inserção de novos instrumentos,
sobretudo, abrangendo as TIC. Na EAD, é possível desenvolver um trabalho norteado
pela Internet, permitindo uma consistência a proposta interdisciplinar, pois possibilita a
construção de um conhecimento significativo resultante de processos de interação.
Os processos de interação, nesse espaço de comunicação, são travados a partir
de teias de comunicação, as quais são caracterizadas por um conjunto de nós
conectados, que agem como pontes entre as mais diferentes e diversificadas
informações. É o contato com estas informações, numa perspectiva contextualizada, que
possibilita ao sujeito a construção do conhecimento, num caminho dialógico (no qual o
significado e o conhecimento são construídos socialmente na interação com o outro),
entre sujeito e informação, como também entre sujeito e sujeito.
2

Na modalidade a distância, novas competências e habilidades entram em
exercício, pois a linguagem que se processa nos instrumentos eletrônicos, e mais
especificamente no computador segue uma lógica de programação. Em todo momento
de interação, os sujeitos pensam sobre suas respostas e/ou problemas, o que leva aos
estágios de reflexão e depuração, na qual reflete sobre os “possíveis erros” e interioriza
as informações significativas, e à medida que sinaliza as ações produzidas, partindo da
descrição de suas idéias, conclui o ciclo que compõe o processo de construção do
conhecimento.
2

Consideramos aqui essas competências e habilidades uma postura diferente, na qual o professor não é
mero repassador de conhecimento e o aluno não é mais o sujeito passivo no processo de ensino e
aprendizagem, ou seja, professores e alunos estão juntos na construção do conhecimento.

A utilização da Internet, adotada como instrumento mediador do processo de
ensino e aprendizagem, além de promover a expansão e a integração das TIC, reforça os
espaços de comunicação e de acesso à informação. Suas especificidades, como o
contato direto com informações atualizadas e as possibilidades de comunicação síncrona
e assíncrona, transformam-na em espaço de aprendizagem multidisciplinar.
Desta forma, além de respondermos aos questionamentos propostos, partimos
do seguinte problema: como se desenvolveu a integração das mídias, através das
propostas desenvolvidas nos seis módulos do ciclo básico (1ª oferta), e se os professores
as utilizaram de forma integrada no âmbito escolar durante o curso.
A temática formação de professores para o uso das TIC no âmbito escolar tem
sido bastante discutida na comunidade acadêmica. Alguns autores como Almeida
(2005), Peters (2003), Mercado (2002), Moran (2000), Almeida (2007), Moore e
Kearsley (2007), entre outros, evidenciam em suas reflexões a questão sobre a expansão
de cursos para formação de professores, ofertados na modalidade a distância, mediados
pelas TIC.
Essa discussão significa a relevância que o uso das TIC no âmbito escolar tem
suscitado, pois no contexto do século XXI, a mudança de postura do professor está
relacionada com a construção de um novo referencial pedagógico. No processo de
construção, o professor pode aprender a fazer, aprender a aprender e a compreender
uma prática diversificada. Para que isto ocorra, é necessário repensar sobre o processo
de formação de professores nesta área, contemplando o enfoque reflexivo na prática
pedagógica para o uso das TIC na educação.
Urge a investigação e reflexão sobre o alargamento da oferta de cursos na
modalidade a distância para formação de professores referente ao uso das TIC na
educação, principalmente se os cursos evidenciam a possibilidade de integrar as
diferentes mídias nas atividades realizadas na prática pedagógica.
No entanto, é imprescindível compreender quais são os objetivos reais das
propostas apresentadas para o incentivo da utilização e integração das mídias no âmbito
escolar, se os professores compreendem o sentido de integração e percebem o
significado do processo de interação nesse novo espaço de comunicação entre os
sujeitos.
Moraes (1997) destaca que é evidente que essas TIC são necessárias para o
desenvolvimento de um novo tipo de relação entre professores e alunos. Esses espaços

possibilitam que o conhecimento adaptado à realidade e estabelecido a partir de ensaios
e “possíveis erros” descrevam a trajetória natural da construção do conhecimento.
Esses novos espaços de relações requerem uma re-organização do
planejamento educacional, gerando em novos ambientes de aprendizagem, os quais
serão efetivamente construídos pelo uso das TIC, uma vez que representam à
materialização da vinculação plena entre as diferentes formas de ensinar e aprender.
Durante a realização do diagnóstico do programa, ressaltamos a importância
de suscitar reflexões e registros no cotidiano pedagógico dos professores e alunos, pois
através dele é possível resgatar fatos e auxiliar uma ação futura educativa.
As TIC integram um trabalho com maior adequação ao planejamento. Os
recursos contribuem de forma indispensável para o resultado final do trabalho
pedagógico a ser implantado. Torna-se evidente que o financiamento e as políticas
públicas em diversas escolas, nas quais foram diagnosticados trabalhos excelentes
envolvendo mídias, são privilegiados.
Destacamos aqui, a partir dos diagnósticos referentes às escolas públicas,
durante algumas discussões estabelecidas nas atividades realizadas durante este estudo,
a inexistência de programas e/ou projetos voltados para a integração das mídias na
escola, escassez de máquinas no laboratório de informática e a utilização esporádica do
laboratório (quando há disponibilidade) pelos sujeitos envolvidos na instituição.
A relevância deste estudo envolve elementos das TIC a serem integradas e
utilizadas em sala de aula, apresentando pressupostos desta nova forma de ensinar e
aprender. Esta contribuição soma-se com os conhecimentos da área de ensino e áreas
afins, apresentando um novo olhar sobre a integração das mídias na prática pedagógica.
Para alcançarmos os objetivos propostos nesta pesquisa, utilizamos os
seguintes procedimentos metodológicos: 1) elaboração de um estudo através da
produção científica a respeito da formação de professores online; 2) investigação da
literatura nacional sobre o desenvolvimento da EAD, mediada pelas TIC, através de
cursos direcionados a formação de professores e o uso destas em sala de aula; 3)
identificação de espaços criados para estimular a interação entre os participantes em
cursos ofertados pela EAD; 4) análise e investigação sobre o processo de integração de
mídias nas atividades realizadas durante o curso investigado; 5) análise das atividades e
projetos finais dos cursistas, investigando como se evidenciou a inserção e a integração
das mídias em seus trabalhos, e 6) investigação, por meio de questionários com
professores que participaram do curso, analisando as dificuldades, superações e

compreensão entre estes quanto ao processo de integração das mídias no ambiente
escolar.
Através do estudo teórico bibliográfico, permeado pelo estudo de caso e pela
Análise do conteúdo, procuramos aprofundar as discussões acerca das temáticas que
tratam e investigam as mídias na educação. Para apreender o universo pesquisado,
realizamos a observação participante, envolvendo observações diretas, anotações,
entrevistas e análises de documentos. A análise do conteúdo permitiu a análise dos
aspectos evidenciados das informações advindas do objeto pesquisado, levantados pelos
cursistas, não desconsiderando, assim a interação entre pesquisador e objeto pesquisado.
Essas abordagens possibilitaram a identificação e análise do processo de
interação entre professor-professor e professor-tutor, ao decorrer da oferta do Ciclo
Básico (1ª oferta), do Mídias na Educação disponível no AVA e-Proinfo. Para isso, foi
necessária a análise in loco das interações, levando em consideração a realidade
histórico - cultural desta comunidade de aprendizagem.
Este estudo está constituído de quatro capítulos. No primeiro capítulo,
traçamos uma análise a partir do contexto mais amplo, demonstrando, através da
importância da integração e expansão das TIC, o avanço dos meios de comunicação.
Esse progresso possibilitou a abertura de cursos de formação continuada, para o uso das
TIC no contexto escolar, e uma nova relação entre os professores e alunos.
Elucidaremos o processo de formação continuada para professores online, a nova
postura do professor e do aluno e a importância do processo de integração das mídias
para o ambiente escolar e as potencialidades da EAD.
No segundo capítulo, abordaremos uma sistematização do processo de
integração das mídias na prática pedagógica, deste modo compreenderemos a formação
de professores para utilizarem as TIC no contexto escolar, explicando a proposta do
Mídias na Educação. Desta forma, propusemos uma estrutura que abordasse as
seguintes temáticas: a) revisão bibliográfica do processo de integração das mídias na
docência; b) desenvolvimento da proposta de formação de professores para o uso das
TIC em sala de aula e c) descrição da proposta do Programa investigado.
No terceiro capítulo identificamos as propostas de integração de mídias para a
utilização em sala de aula, através das atividades realizadas e objetivos dos módulos.
Apresentaremos, a partir das análises documentais de cada módulo, disponível em cd
rom e no AVA e-Proinfo, se as atividades propõem tal integração, bem como os

professores identificam os conteúdos incentivadores referentes à integração das mídias,
e se estes aplicaram os conteúdos estudados à prática pedagógica, após a formação.
No quarto capítulo, a partir da abordagem de estudo de caso e da análise de
conteúdo, analisamos as propostas dos projetos finais dos professores durante o
desenvolvimento do Programa, identificando se eles propuseram no projeto, a
integração das mídias. Verificamos, ainda, a partir da aplicação de questionário, as
dificuldades dos cursistas ao longo do curso. As considerações finais são apresentadas
como sugestão para as possíveis e novas discussões significativas e crescentes nessa
temática.

CAPÍTULO 1 – PARA QUÊ INTEGRAR AS DIFERENTES MÍDIAS
À PRÁTICA PEDAGÓGICA?

A sociedade evolui de forma acelerada, pois em aproximadamente dois séculos
ela aprimorou-se sob uma velocidade em que mudanças debruçaram-se sem mesmo
“dar tempo” de a própria sociedade interiorizar os acontecimentos. Verificamos que
todas as áreas sociais são permeadas pela mudança. Na educação, vários foram os
paradigmas que nortearam o processo de ensino e aprendizagem, e várias foram também
às interpretações estabelecidas e disseminadas.
A forma como nos comunicamos e nos relacionamos hoje com o mundo é
produto de uma grande revolução que, frente às transformações sociais, econômicas
e os avanços científicos e tecnológicos elevou-nos a um novo patamar de interação
com o meio social. Revisada a noção de tempo, caracterizamos uma sociedade
globalizada pautada na informação e comunicação, transformações estas que foram
altamente influenciadas pela configuração de novas mídias e tecnologias. “Torna-se
difícil negar a influência das tecnologias da informação e comunicação na
configuração do mundo atual, mesmo que esta nem sempre seja positiva para todos
os indivíduos e grupos” (SANCHO, 2006, p. 17).
Observando o advento das TIC e sua repercussão social, reconhecemos mais
um desafio que se apresenta à escola. Sabendo que a informação e o conhecimento não
se encontram mais fechados e estão democratizados, avaliamos como a educação é
instigada a responder este desafio através de um posicionamento de despender uma
formação significativa, formação que não se basta mais em permitir o mero acesso à
informação, mas que vise orientar o aluno, a saber o que fazer com essa informação e
compreender como integrar as mídias e tecnologias às atividades escolares.

1.1 – A importância da integração das mídias no contexto escolar

Integrar de forma significativa todas as tecnologias - telemáticas, audiovisuais,
textuais, orais, musicais, lúdicas e corporais é um salto qualitativo do processo de
ensino e aprendizagem, visto que estas apresentam potencialidades até então nunca
utilizadas simultaneamente.
A tecnologia chegou para ficar. No campo da educação, o desafio maior é a
busca da incorporação dessa tecnologia na dimensão sócio-cultural, de tal
modo que se equilibrem dois pólos tão distantes entre si: o cidadão do mundo
e o homem degredado em seu meio, impossibilitado não de ver reconhecidos
seus direitos, mas de saber que têm direitos. O cidadão da globalização
aquele que emerge do conhecimento pleno, e o homem aviltado, aquele que
não come, não lê, não tem condições mínimas de usufruir os benefícios do
mundo (BACEGGA, 1997, p. 25).

Avaliando os significativos avanços das TIC, a escola tem o importante papel
de inserir e disseminar em sua práxis uma nova forma de ensino e aprendizagem,
voltada à integração das mídias e suas múltiplas linguagens, a fim de tornar os cidadãos
autônomos e auto-avaliadores de seus próprios conhecimentos.
Esse contexto não deve ser mais ignorado pela escola, o qual exige novas
formas de comunicação, novas linguagens e novas formas de ensinar e aprender. Em
meios aos desafios da contemporaneidade, a escola necessita preparar-se e preparar os
professores para o uso das mídias e tecnologias no contexto escolar. É notória a
deficiência existente quanto a essa utilização, talvez por falta de equipamentos ou
atualizações dos professores. No entanto, o importante é incentivar essa utilização na
prática pedagógica.
Para integrarmos as TIC aos recursos didáticos mais simples, como o livro e o
quadro, é necessário saber a operação e aplicação específica de cada mídia, a ser
utilizada no ciclo de conhecimento. A participação em formações continuadas é o
espaço apropriado para a disseminação de idéias que envolvam o conhecimento e a
utilização das mídias no contexto escolar.
Além disso, o desenvolvimento de projetos de formação continuada a distância
de qualidade envolve os profissionais da educação, vencendo, de tal modo, a resistência
e o preconceito sempre evidenciados quando o assunto é a integração e utilização das
TIC à prática pedagógica.

As TIC, ao mesmo tempo em que trazem grandes potencialidades de criação
de novas formas mais performáticas de mediatização, acrescentam muita
complexidade ao processo de mediatização do ensino/aprendizagem, pois há
grandes dificuldades na apropriação destas técnicas no campo educacional e
em sua “domesticação” para utilização pedagógica (BELLONI, 2005, p. 27).

Esta “nova” prática é um trabalho de parceria que envolve não só professores e
alunos, mais toda comunidade escolar e a sociedade. É preciso que haja um amplo
planejamento, e não meramente mudar o currículo para que as mudanças no método
pedagógico sejam incorporadas de forma equilibrada e coerente, são necessárias várias
ações articuladas em diversos níveis e categorias, pois as reais mudanças só poderão
ocorrer a partir de uma reformulação da visão de educação e da proposta maior que se
quer desenvolver.
Segundo Almeida (2002), o professor deverá sempre estar atento e ser, nesse
processo, o articulador do ensino com a pesquisa, ressaltando e observando o
desenvolvimento em diferentes perspectivas do aluno, sua forma de linguagem, e
principalmente a sua escrita, não deixando de auxiliar o aluno a construir seu
conhecimento.
Várias escolas contam com algumas mídias para exploração de suas
potencialidades relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem, mas falta ainda, a
preparação da comunidade escolar para olhá-las como instrumento pedagógico, em
utilizá-las com fins e objetivos definidos e educativos.
O fato é que as escolas se encontram em fase de adequação quanto à integração ao
uso das mídias, fazendo um trabalho articulado. É necessário que não só os
professores, mas, todos os que fazem parte da escola iniciem a utilização das mídias
reconstruindo a sua prática, para que o uso destas possa ser integrado às atividades
pedagógicas.
E isto requer compreensão e articulação de novos referenciais pedagógicos que
envolvam conhecimentos das especificidades das mídias, entre outras competências
exigidas no atual contexto. A atuação do gestor é de suma importância, pois poderá
apoiar movimentos de integradores, articulados e sistêmicos, criando condições para
a utilização das TIC nas práticas escolares.

É fundamental o papel dos gestores, sejam eles diretores, coordenadores,
supervisores neste processo. Mas, o que irão fazer? Além de participar da formação
continuada, o gestor deve ser atuante, participativo, comprometido e um bom
articulador, é como um elo entre o ideal e o real.
Um dos papéis do gestor é a promoção de reuniões sistemáticas e planejadas para a
discussão de temas que sejam de interesse dos professores e alunos, que promovam a
melhoria da qualidade de ensino da escola. É o gestor quem deve buscar junto às
esferas superiores, recursos tecnológicos e de pessoal, e é quem deve exigir dos
professores, principalmente dos que não têm compromisso por não acreditarem no
sistema educacional, o cumprimento do seu dever maior: educar.
A ação do gestor se configura no ambiente interno e externo da escola. A
macrovisão das demandas sociais deve se refletir na coordenação de outras
ações no interior da escola. Os gestores precisam interpretar o contexto em
que a escola se insere, para que possam orientar a comunidade escolar na
definição de metas e planos (HESSEL e ABAR, 2007, p. 71).

Essa interpretação traz junto com a autonomia a idéia de uma gestão colegiada, para
atender os moldes educacionais vigentes, com responsabilidades compartilhadas pela
comunidade interna e externa a escola. Porém, é assegurado que a escola é entendida
como um espaço de elaboração de conhecimentos, aquisição de habilidades e
formação de valores, cabendo ao gestor articular essas ações no âmbito escolar,
principalmente para o uso das TIC.
Podemos pontuar alguns fatores que colaboram para a preparação dos
profissionais da educação para o uso das mídias, como: a) contextualizar o uso das
mídias tomando como ponto de partida a realidade dos alunos, para que sejam meios
acessíveis a eles; b) buscar conhecer as especificidades das mídias para que saiba em
que perspectiva direcionar o trabalho, tendo noção de como ela vai atingir o aluno e
quais os possíveis resultados proporcionará e c) que não só o professor, mas a

comunidade escolar se integre ao interesse de utilização das mídias em diversos
momentos e para diversas funções (informação, entretenimento, pesquisa, atualização).
Na educação, as TIC traduzem-se como meios e não fins do processo de ensino e
aprendizagem. A aprendizagem online, mediada pela Internet, possibilita inúmeras
perspectivas, respeitando os diferentes ritmos individuais, flexibilizando o tempo,
motivando as interações e a consolidação de um indivíduo autônomo.
O uso de tecnologias como apoio ao ensino e à aprendizagem vem evoluindo
vertiginosamente nos últimos anos, podendo trazer efetivas contribuições à
educação, presencial ou a distância. Entretanto, para evitar ou superar o uso
ingênuo dessas tecnologias, é fundamental conhecer novas formas de
aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar e representar
conhecimento, possibilitadas por esses recursos, que favoreçam a democracia
e a integração social (ALMEIDA, 2005, p. 18).

Utilizar TIC é inevitável, pois as experiências realizadas em escolas apontam à
necessidade do trabalho de integração e cooperação das mesmas na escola. É
fundamental para que qualquer proposta com o uso das TIC seja efetivada, que a
comunidade participe. Assim, o trabalho se tornará relevante e significativo, além de
ser compreendido por todos os envolvidos.

1.2 – Formação online de professores para integração de mídias no ambiente
escolar

Na década de 90, autores como Tardif (1991) e Imbernón (1993) levantavam
discussões sobre a formação dos professores, evidenciando a mudança a partir do
conhecimento compartilhado com o contexto. Esses autores remetiam seus estudos
explicitando que a nova era requeria um profissional da educação diferente. No sentido
de não só repassar o mero conhecimento, concebido nas esferas tradicionalistas de
ensino, a que fomos submetidos. Mas, permitindo a junção de outras funções como:
motivação, luta contra a exclusão social e digital, relações interpessoais com a
comunidade, interações colaborativas.
Contudo, os profissionais da educação não podem ser apenas técnicos que
desenvolvem ou implementam inovações e atendem a tudo que são prescritos, mas sim

serem profissionais que participem ativamente e criticamente no verdadeiro processo de
inovação e mudança, participando assim da emancipação das pessoas.
A formação desse profissional deve estar relacionada ao desenvolvimento
curricular, planejamento e à melhoria da própria escola a qual está vinculado, ou seja, “é
fundamental formar o professor na mudança e para a mudança por meios do
desenvolvimento de capacidades reflexivas em grupos, e abrir caminho para uma
verdadeira autonomia profissional compartilhada, já que a profissão docente precisa
partilhar o conhecimento com o contexto” (IMBERNÓN, 1993, p. 18).
Benassuly (2002) e Zuben (2003) analisam a questão do processo de formação a
partir da complexidade permeada pela dinâmica do próprio processo de formação
continuada. O espaço que alunos e professores têm para discutir é repleto de signos e
significações, através das diferentes linguagens estabelecidas em tal espaço. O aluno
reconhece no professor uma autoridade adquirida através da atitude crítica supostamente
advinda das capacitações realizadas. Nesse contexto, a aprendizagem se instaura através
do diálogo e o professor torna-se o mediador das discussões estabelecidas nas ações
educativas.
É no processo de ensino e aprendizagem e na formação que o professor deve
refletir sobre a sua prática e construir espaços inventivos para que os alunos
potencializem crítica e reflexivamente suas dificuldades e anseios dentro do ambiente
escolar, para que os professores desenvolvam um trabalho pedagógico de qualidade.
Mercado (2002) evidenciou, a partir de concepções reflexivas sobre a prática do
professor, que as formações de professores deveriam estar pautadas, sobre a utilização
das TIC nas atividades pedagógicas. Pois, nesse momento a sociedade estava
perpassando por mudanças, tentando efetuar a prática pedagógica com o auxílio das
TIC.
Neste sentido, a construção de conhecimentos, a relação entre professor e aluno,
o processo de ensino e aprendizagem oferecem novos significados para a apropriação de
novas teorias, fundamentais para a formação de professores e construção de uma prática
docente transformadora e comprometida com os saberes culturalmente construídos
pelos sujeitos.
O professor nessa perspectiva, não será somente o receptor de informações e
detentor do saber, mas converte-se em participante ativo, usando seus conhecimentos e
experiências prévias, tanto suas como dos alunos, explicitando assim, suas crenças e
valores no processo de construção pedagógica do conhecimento.

Frente ao advento do computador e da universalização da Internet, novas
possibilidades de desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem e dos
processos de escolarização, como um todo, foram se consolidando. Atualmente, a
educação conta com a modalidade da EAD, que usufruindo as potencialidades da
Internet abre espaço para que o processo de formação e interação se realize online.
Ramal (2001) acredita que a EAD é um grande desafio para os estudiosos da
área, e que talvez a sua expansão seja para solucionar problemas no ensino, tais como
formar em quantidade pessoas para o universo acadêmico. Solucionar problemas não
quer dizer que serão ou estejam resolvidos, mesmo porque no que se refere a EAD, os
sujeitos que participam de um curso a distância precisam do suporte de recursos
tecnológicos e hoje, impreterivelmente da Internet. Bacha Filho (2003, p. 32) afirma
que:
Educação a distância não é um instrumento para a educação de segunda
categoria ou para um ensino “quebra-galho”, nem modalidade
“emergencial” ou “supletiva”. Nos países desenvolvidos, a EAD é uma
modalidade que se comprovou eficaz para a universalização da educação
formal, tornando-se um instrumento de primeira linha para a capacidade de
aprender autônoma e criativamente, uma das características da moderna
cidadania. Assim, a EAD assume seu caráter de prática educativa
comprometida com a (re) construção da sociedade e que exige organização
de apoio institucional e mediação pedagógica capazes de garantir a
efetivação do ato educativo.

A consolidação da EAD sofre desafios para atender as necessidades dos tempos
atuais, se inicialmente ela foi utilizada como recurso para a superação de deficiências
educacionais, estendendo-se para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou
atualização de conhecimento, hoje ela abrange infinitas opções que envolvem interesses
não só educacionais ou profissionais, mas sociais e particulares.
Extrapolando as limitações de muitos outros recursos pedagógicos, as TIC
conferem a EAD a possibilidade de desenvolver um trabalho pautado na interação
competente quanto ao desenvolvido na modalidade presencial. Logo, pela sua
versatilidade, ela tem sido incorporada em vários níveis de ensino, sobretudo, no ensino
superior.
A expansão das TIC no ambiente universitário ocorreu por volta de 1994, e
consolidou-se legalmente com a instauração da Lei 9.394/96, que delineou
nacionalmente a EAD como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de
ensino; conforme podemos conferir no artigo 80 da Lei 9.394/96 – LDB:

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino,
e de educação continuada.
§ 1º. A educação a distância, organizada com abertura e regime
especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela
União.
§ 2º. A União regulamentará os requisitos para a realização de exames
e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º. As normas para produção, controle e avaliação de programas de
educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos
respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre
os diferentes sistemas.
§ 4º. A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que
incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de
radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
Público, pelos concessionários de canais comerciais.

“O art. 80, além de tornar a EAD livre em todos os níveis e modalidades de
ensino e de educação, ordenou ao poder público que a incentivasse, e não que a
limitasse” (BACHA FILHO, 2003, p. 33). Não só a LDB, assim como outros
documentos, reforçaram a legitimação da EAD, dentre eles o Decreto nº 5.622,
publicado no D.O.U. de 20/12/05 (que revogou o Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro
de 1998, e o Decreto n. 2.561, de 27 de abril de 1998) com normatização definida na
Portaria Ministerial n.º 4.361, de 2004 (que revogou a Portaria Ministerial nº 301, de 07
de abril de 1998 ) e a Resolução nº 1 de 03/04/2001, do Conselho Nacional de Educação
que estabelece normas para a pós graduação e lato e stricto sensu.
Com a LDB, muitas discussões em torno do ensino superior ganharam
importantes destaques, visto que a lei também apontava para a exigência de que a partir
de 2006, todos os profissionais do ensino fundamental e médio que viessem a ministrar
aulas deviam estar habilitados com o nível superior. Essa exigência determinou para os
professores que já se encontravam em exercício da profissão, a buscarem a formação
exigida, onde encontraram através da EAD maiores oportunidades de ingresso na
graduação e em cursos de formação continuada.
A crescente oferta de cursos online urge que os professores se atualizem e
repensem a prática pedagógica, capacitando-se para atuar via internet, revisando desde
os trabalhos que apresentam nas instituições, até propostas mais abrangentes de
formação reflexiva e crítica. Esses trabalhos e propostas contribuem para a
sistematização do conhecimento e para o desenvolvimento de futuros projetos e
pesquisas relacionados à própria formação e integração das diferentes mídias na unidade

escolar.
Estudos teóricos de Almeida (2007), Almeida e Prado (2007), Moran (2000 e
2007), Mercado (2004 e 2007), Valente (2003, 2005 e 2007), Carneiro (2003), Belloni
(2003 e 2005), Moore e Kearsley (2007), Palloff e Pratt (2002) sinalizam para que a
formação online de professores evidencie habilidades, competências e/ou características
plausíveis para atuarem em contextos digitais e com recursos tecnológicos. Dessa
forma, os cursos de formação de professores devem preparar espaços de formação sob a
forma de situações em que professores e alunos possam coordenar as ações, realizar
atividades colaborativas e sistemáticas.
O papel do professor, nos diferentes contextos pedagógicos, não se resumirá,
apenas, em exposição e estruturação de aulas convencionais, mas deverá criar uma
situação de diálogo com os alunos. Os alunos compreenderão que o professor é o
mediador entre o saber sistematizado pela educação e o saber dos alunos, propiciando
situações desafiadoras de construção do conhecimento.
Contudo, a construção do conhecimento implica uma forma dinâmica para os
processos de desenvolvimento e aprendizagem. Nesse sentido, a aprendizagem
acontecerá intrinsecamente nos processos colaborativos, em que a elaboração do
conhecimento pelo aluno encontra-se nas entrelinhas das diversas formas de interrelações sociais.
Ensinar é criar categorias para que os sujeitos desenvolvam as condições
básicas de domínio das diversas linguagens, fundamentalmente a da escrita, de modo a
poder sistematizar o conhecimento e expressar tanto suas dúvidas e incertezas, quanto
suas descobertas e criações. É, também, ajudá-los a desenvolver a reflexão, a saber fazer
as perguntas certas e ir atrás de respostas adequadas.
Aprender significa ser capaz de (re) elaborar e reconstruir conhecimento,
através da formulação de questionamentos, de análise e síntese das descobertas. O
indivíduo aprende que é capaz de dialogar com outro indivíduo, seja ele o professor, o
livro, o jornal, o programa de TV, o vídeo ou no site acessado. Dependendo do grau de
escolaridade, aprender envolve saber questionar as verdades apresentadas, refletir,
investigar suas dúvidas e elaborar nova síntese que lhe satisfaça a inquietação inicial.
A partir da utilização e integração dos recursos tecnológicos, Mercado (2002),
Valente (2003), Almeida (2005), Almeida e Prado (2007) e Carneiro (2003) assinalam
que os alunos irão descobrir outros caminhos de aprendizagem, sendo o professor o
facilitador desse processo.

A aprendizagem, por sua vez, resultará da interação de processos interindividuais e intra-individuais, que serão desenvolvidos dentro de um contexto no qual
o professor idealizará situações que aperfeiçoem essas interações. “A ação que o
professor realiza produz resultados que podem servir como objetos de reflexões”
(VALENTE, 2003, p. 31).
O trabalho com recursos didáticos e tecnológicos constitui um meio de
relevantes possibilidades pedagógicas, já que não se limita ao que constitui estritamente
uma disciplina, permitindo a inter e a pluridisciplinaridade, possibilitando uma
educação global e que estimula a colocação em funcionamento dos processos de
tratamento da informação, nos conteúdos e programas de cada condição.
Crianças, jovens e adultos estão cercados por estimuladores dos sentidos,
como: o rádio, a TV, o vídeo, o computador, o cinema e recebem informações em
diferentes linguagens e se vêem diante de uma outra forma de aprendizagem.
Constatamos, a partir do contexto escolar, que crianças, jovens e adultos sejam de
qualquer classe social, se familiarizam de forma surpreendente com as TIC, em
especial, computadores e Internet.
Os professores, em alguns cursos de formação, ainda estão sendo preparados
com os recursos tecnológicos que privilegiam a escrita. Quando participam de oficinas
ou cursos de atualização, sobre as TIC, recebem uma formação teórica apenas, e não são
expostos a manusear, manipular ou experimentar essas tecnologias.
Nenhuma tecnologia isoladamente tem possibilidade de atender a todos os
requisitos de ensino e aprendizado de todo um curso ou programa completo,
satisfazer as necessidades dos diferentes alunos ou atender às variações em
seus ambientes de aprendizado. Usar uma mescla de mídias resulta em
diferenças de estilo ou de capacitação no aprendizado do aluno (MOORE e
KEARSLEY, 2007, p. 101)

A educação escolar não pode esquecer essa competência, uma vez que, cada
vez mais a educação se produz não apenas na escola, mas também na família, na
comunidade, com profissionais e ao longo de toda a vida, não de maneira isolada e
solitária, mas, através das relações com outros estudiosos, com outros cidadãos, com
outras pessoas.
É essencial que prepare o indivíduo para fazer escolhas apropriadas, para
projetar o futuro com tempo suficiente de análise, antes da tomada de decisão. Neste
paradigma tecnológico permeado pela sociedade do conhecimento, em que os jovens
estão totalmente fascinados pela multimídia, pelos computadores e pela internet, a

aprendizagem deve enfatizar o processo reflexivo, inventivo, investigativo e
significativo.
É de fundamental importância que os cursos de formação continuada para
professores, tanto a distância ou presencial, incentivem o professor a praticar a leitura e
até mesmo a escrita das mídias eletrônicas e digitais, para que tenham a capacidade de
trabalhar com os alunos, permitindo assim que cada um construa seu próprio
conhecimento e contribua para o conhecimento colaborativo.
Por sua vez, os alunos terão maior motivação para aprender e para estudar, pois
com a experimentação e a simulação, seguidas da reflexão estarão aprendendo mais do
que apenas através da abstração.
Portanto, formar professores é uma ação complexa, e quando o assunto é
participar de cursos que instigam a utilizar e integrar as mídias em sala de aula, os
professores não estão preparados para novos caminhos de integração tecnológica. A
formação continuada, por sua vez, é um dos caminhos que proporcionam a discussão de
como as TIC podem ser usadas como instrumento à educação e à formação de
profissionais da educação.
1.3 – A oferta de cursos online

No século XX, assistimos ao desenvolvimento de diversas TIC, como rádio,
televisão, computadores e Internet. Estes recursos têm provocado inúmeras
transformações no mundo contemporâneo, não apenas no modo de agir, mas também
criando novas formas de pensar, de aprender e de ensinar. As próprias relações entre os
seres humanos estão sendo rapidamente (re) elaboradas, mediadas por estas TIC. Sendo
assim tem sido importante, refletir sobre as mudanças educacionais motivadas por estas
tecnologias, propondo novas dinâmicas educacionais.
Frente as TIC, o computador se destaca como um dos únicos meios ativos que
oferece ao aprendiz o acesso a uma grande quantidade de informações, ao conhecimento
humano desenvolvido em diferentes áreas, como também permite a possibilidade de
escolha de temas de acordo com suas necessidades imediatas. Este acesso à informação
e à possibilidade de construção do conhecimento de uma maneira rápida e a um custo
relativamente reduzido é uma das vantagens principais do uso destas TIC no processo
educativo.

A utilização e o desenvolvimento da informática aplicada à educação, baseada
na utilização da hipermídia como ferramenta de apoio no processo educativo,
provocaram uma série de discussões sobre sua utilização nos diferentes graus de ensino.
O uso crescente das TIC, em diferentes áreas do conhecimento, exige tanto a
construção de um novo modelo pedagógico, como ações educacionais que se apropriem
do conhecimento e promovam a utilização destas ferramentas para a formação de redes
de informação cuja cooperação, colaboração, interação e troca de experiências e
conhecimentos entre os sujeitos envolvidos, superem algumas das fronteiras físicas,
sociais e culturais que até então, tornavam a comunicação, a informação e o
conhecimento um saber-poder de uma minoria de privilegiados.
No entanto, esta tendência da informatização da sociedade, na atual conjuntura
sócio histórica e cultural em que vivemos, provocou rupturas nos velhos paradigmas, e
cada vez mais tem exigido dos sujeitos, um constante aperfeiçoamento, uma educação
permanente que passa pela apropriação do conhecimento do uso das TIC, até como
forma de sobrevivência em sociedade.
A Internet como mediadora do processo de ensino e aprendizagem facilita o
trabalho do professor, tornando o aluno um indivíduo crítico, reflexivo e questionador.
Apresentando uma abordagem de ensino que cria oportunidades aos alunos de
experiências plausíveis, contextualmente significativas, nas quais possam buscar
padrões, levantar suas próprias questões e construir seus próprios modelos, conceitos e
estratégias.
Os recursos informatizados, utilizados em cursos, ofertados por EAD, podem
se constituir em uma importante ferramenta, auxiliando no trabalho pedagógico,
aprimorando as estratégias das aulas, tornando-as interativas e dinâmicas. Porém, a
interação não se dá só entre os alunos, mas entre os partícipes do curso.
Belloni (2003) e Peters (2003) afirmam ainda, que, “as tendências mais fortes
apontam para uma EAD centrada no estudante e mais apropriada às novas exigências do
mercado”. Um aluno autônomo, participativo, tecnológico e que saiba trabalhar em
equipe. “Dizemos que os estudantes têm todas as informações do mundo ‘na ponta dos
dedos’”.
A EAD trabalha nessa perspectiva, pois, mesmo o professor não estando presente na
sala de aula, será o mediador no processo de ensino e aprendizagem, intervindo nas
contribuições realizadas nas ferramentas disponibilizadas via material didático. Este

material designará a situação desafiadora que propõe a EAD, à qual o aluno
responderá autonomamente, construindo assim, a auto-aprendizagem e a autocriticidade.
E, se é possível o aluno desenvolver o auto-aprendizado, concomitantemente, ele
poderá socializar o conhecimento construído, através do auto-estudo e das trocas de
experiências que cursos nesta modalidade promovem. "Nesse contexto, o professor é
incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de
alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos" (LEVY, 2000, p. 158).
Litwin (2001) ressalta a EAD como uma modalidade de ensino e
aprendizagem, analisando propostas e novas possibilidades para a relação entre
professores e alunos. Com isso, a autora concorda que a EAD realmente trabalha
desenvolvendo a autonomia dos alunos, mas “a autonomia não deve ser confundida com
o autodidatismo, pois um autodidata é o estudante que seleciona os conteúdos e não
conta com uma proposta pedagógica e didática para o estudo”.
Moran (2000) argumenta que a EAD não é um instrumento pronto, aonde os
alunos vão lá e se servem sem fazer nenhum esforço, mas é algo que veio para “ajudar
os participantes a que equilibrem as necessidades e habilidades pessoais com a
participação em grupos – presenciais e virtuais – nas quais avançamos rapidamente,
trocamos experiências, dúvidas e resultados” (p. 37). Essa participação se constrói
efetivamente através da interação recíproca entre aluno-aluno e aluno-professor, pela
integração das diferentes mídias e pelas oportunidades de trabalhos colaborativos por
meio da Internet.
Valente (2003, p. 30), por sua vez, aborda nas ações da EAD o “estar junto
digital” (no qual nos apoiamos). Esse processo “envolve múltiplas interações no sentido
de acompanhar e assessorar constantemente o aprendiz para poder entender o que ele
faz e, assim, propor desafios que o auxiliem a atribuir significado ao que está
desenvolvendo”. Esta perspectiva permite que sujeitos de várias partes do mundo
estejam juntos virtualmente, claro que com o auxílio da internet, para adquirirem uns
com os outros, experiências diversificadas.

O estar junto virtual é caracterizado pela educação online, em que a autonomia
dos alunos se estabelece entre a troca de experiências, com professores e professorestutores3, mediatizados por ambientes virtuais. A interação é a “inter-relação das pessoas,
que são professores e alunos, nos ambientes que possuem a característica especial de
estarem separados entre si” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p. 240).
A EAD, mediada pelas TIC, apresentou essa nova forma de ser aluno. A
autonomia e o autodesenvolvimento destacam-se entre as competências para a
construção de novos conhecimentos. Com o crescimento de instituições que aderiram a
EAD e criaram cursos virtuais, mediados pelas TIC, professores e alunos tiveram que
atender as novas exigências, uma delas o auto-aprendizado e a entrada das TIC no
contexto acadêmico.
Devemos reconhecer que a aprendizagem autônoma e independente é
importante no contexto em que estamos inseridos atualmente, principalmente em cursos
na modalidade a distância, segundo Moore e Kearsley (2007, p. 244):
(...) autonomia do aluno significa que os alunos têm capacidades diferentes
para tomar decisões a respeito de seu próprio aprendizado. A capacidade de
um aluno para desenvolver um plano de aprendizado pessoal, a capacidade
para encontrar recursos para o estudo em seu próprio ambiente comunitário
ou de trabalho e a capacidade de decidir sozinho quando o progresso foi
satisfatório, não precisam ser concebidos como uma preocupação irrelevante
e deplorável em um sistema controlado pelo instrutor que opera sem
obstáculos.

O aluno online, após compreender o significado de autonomia, por sua vez, é
mediado pelo tutor, que também é um facilitador do conhecimento, além de moderador
das interações num ambiente virtual de aprendizagem. Ao criar a comunidade online
desenvolve-se uma atitude de confiança, o grupo torna-se coeso, pois ao atuarem
virtualmente, as experiências vivenciadas serão reconstruídas, através das interações
possibilitadas pelo ambiente.
O tutor desempenha a função de mediador, facilitador atuando tanto no
processo de ensino-aprendizagem presencial e na orientação à distância, tendo relação
direta com os alunos, auxiliando nas informações adquiridas e na transmissão dos
conteúdos. Deve dispor de recursos tecnológicos atualizados, estar em constante
atualização, participando de cursos de capacitação para tutoria e formação e cursos

3

O professor-tutor é o sujeito multifacetado, possuindo um largo conhecimento do processo de ensino e
aprendizagem, distinguindo assim as diversidades e atuando em várias perspectivas. (Grifos da
mestranda).

online, e ter a capacidade de gerenciar equipes e administrar talentos, habilidade de criar
ou pelo menos diminuir situações em que não ajam evadidos.
Além dessas competências, o tutor participa do processo de avaliação do
aluno. Esse processo funciona como estímulo à aprendizagem do aluno e ao seu bom
desempenho no decorrer de um curso a distância. Favorece a autoconfiança, já que os
alunos são informados de seu progresso o tempo todo através das interações.
Essa informação constante estimula e motiva o aluno a se destacar no processo
de ensino e aprendizagem, pois favorece o diálogo constante entre as atividades
propostas e a aprendizagem. Moore e Kearsley (2007, p. 241) acreditam que o diálogo
ajuda a estabelecer “a inter-relação de palavras e ações e quaisquer outras interações de
professor e aluno quando um transmite a instrução e ou outro responde. Diálogo não é o
mesmo que interação, embora as interações sejam necessárias para criar o diálogo”.
O diálogo entre tutor e aluno é fundamental em cursos online, na medida que
os sujeitos estão separados geograficamente, as interações contínuas se tornam o
principal caminho para o bom funcionamento de cursos a distância.
Os professores, hoje, devem ter qualidade mais que o suficiente para manter
seus alunos motivados para aprender e dominar essa nova forma de ensino e
aprendizado. Principalmente, porque essa modalidade de ensino “visa prioritariamente a
populações adultas que não têm possibilidades de freqüentar uma instituição de ensino
convencional, presencial e que têm pouco tempo disponível para dedicar a seus estudos”
(BELLONI, 2003, p. 46). É importante que a metodologia utilizada estimule a discutir,
analisar, buscar soluções, pesquisar e motivar aos alunos que optaram por cursos a
distância.
Temos com a educação online um novo formato de interação, que extrapola os
modelos de aula oral e ultrapassa os espaços limitados da sala de aula, que se caracteriza
pela imaterialidade, integração e que pode ser propagada por espaços e tempos variados.
Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília - UAB, (Lei nº 403/92), na
modalidade a distância, com a possibilidade de atingir a três campos distintos: “a) A
ampliação do conhecimento cultural: organização de cursos específicos de acesso
geral; b) Educação continuada: reciclagem profissional para as diversas categorias de
trabalhadores e para os indivíduos com nível superior e c) Ensino Superior:
englobando tanto a graduação como a pós-graduação”.

A UAB surgiu para atender e empregar “a gama mais completa de tecnologias de
comunicação para ensinar um currículo universitário completo a qualquer adulto que
desejasse receber tal educação” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p. 36), dentro dos
padrões descritos acima.
Em 2005, cria-se o Projeto UAB, que através do MEC, e no âmbito do Fórum
das Estatais pela Educação, passaria a articular e integrar um sistema nacional de
educação superior a distância, em caráter experimental, visando sistematizar as ações,
programas, projetos, atividades pertencentes às políticas públicas voltadas para a
ampliação e interiorização da oferta do ensino superior gratuito e de qualidade no
Brasil.
Em Alagoas, a partir de um termo de compromisso e uma declaração,
assinados para o desenvolvimento do Sistema UAB, em parceria com a SEMED e a
UFAL, foi possível a oferta de cursos de graduação a distância. Além das Universidades
se preocuparem em ofertar cursos na modalidade a distância, pelo fato da exigência de
que os professores deveriam ter formação superior para habilitar-se ao ensino, cursos de
formação continuada são implantados para o favorecimento do aperfeiçoamento desses
profissionais. Um dos programas de caráter significativo para a formação continuada de
professores, é o Mídias na Educação.
O MEC, junto com a UFAL, consolidaram, em 2005, a oferta do Mídias na
Educação. O programa caracteriza-se pela integração das diferentes mídias ao processo
de ensino e aprendizagem com o objetivo principal de contribuir para a formação
continuada de profissionais em educação, para o uso dos recursos tecnológicos no
cotidiano da escola, de forma articulada à proposta pedagógica e a uma concepção
interacionista de aprendizagem.
Os objetivos delineados pelo programa contemplam:
investigar aspectos teóricos e práticos no contexto das diferentes mídias e
no uso integrado das linguagens de comunicação: sonora, visual, impressa,
audiovisuais, informáticas, telemáticas etc, destacando as mais adequadas
aos processos de ensino e aprendizagem;
explorar o potencial dos Programas da SEED/MEC (TV Escola, Proinfo,
Rádio Escola, Rived) dos desenvolvidos por IES ou Secretarias Estaduais e

Municipais de Educação, no Projeto político pedagógico da escola, sua
gestão no cotidiano escolar e suas disponibilidades à comunidade;
elaborar propostas concretas para a utilização do acervo tecnológico
disponibilizado à escola no desenvolvimento de atividades curriculares nas
diferentes áreas do conhecimento;
desenvolver estratégias de utilização autoral das mídias disponíveis e de
formação do leitor crítico e,
elaborar projeto de uso integrado das mídias disponíveis.
Com a estruturação dessas tecnologias, reconstituem-se também, novas linguagens
de comunicação. A linguagem das mídias, repletas de imagens, movimentos e sons,
apresentam um novo nível de ensino e instiga a escola avançar sua formação, criando
espaços para o uso dessas formas de linguagem e o diálogo entre as causas e efeitos
das transformações que nascem da organização de um mundo digital.
No século XXI, é notória a importância das mídias na educação, pois a
sociedade da informação, com o avanço expressivo das tecnologias instaladas no mundo
globalizado, exige um cidadão competente, quanto à articulação das informações, uma
condição sine qua non para a realização da cidadania plena (BELLONI, 2005).
É muito importante a utilização das TIC no âmbito escolar. Mercado (2002)
enfatiza que como a Internet faz parte da globalização, as informações chegam de forma
rápida e acessível às pessoas. Hoje, as pessoas utilizam diferentes formas de
comunicação como e-mail, TV, chat, bate-papo, comunidades virtuais. Essas formas de
comunicação representam uma contribuição muito importante para a interatividade na
EAD.
As redes telemáticas são recursos facilitadores e facilitam aos alunos
discussões, tomada de decisões e participação a distância, podendo encontrar
aportes inovadores durante o processo de investigação, redação de textos,
assim como novas idéias para a apresentação dos mesmos. Todos os usuários
passam a ser autores dos materiais que todos vão ter disponíveis. O material
passa a ser cooperativamente produzido a distância. [...] E permitem a
“democratização” da relação professor-aluno, já que o primeiro deixa de
assumir o papel de detentor único do conhecimento e da informação e o
segundo deixa de assumir como mero receptáculo passivo da informação
fornecido pelo professor” (MERCADO, 2002, p.102-3).

O conhecimento como algo valioso é gerenciado pelos sujeitos que estão à
frente de transmití-lo. As TIC têm como papel fundamental, a criação de um canal para

permitir a troca de conhecimento. E o desafio é o de encontrar novas maneiras de
ensinar e aprender para prepararem os profissionais inseridos neste contexto.
A valorização do conhecimento como principal fonte de criação de valor,
num mundo em constante mutação, transforma a aprendizagem num processo
de formação permanente, pela necessidade de atualizar e adaptar a formação
profissional original as exigências dos novos conhecimentos e
transformações tecnológicas” (SORJ, 2003, p. 37).

Observamos no contexto educacional, as transformações advindas da
sociedade tecnológica têm permeado com muita rapidez, configurando um novo cenário
para o processo de ensino e aprendizagem escolar. Estas mudanças, decorrentes da
grande revolução tecnológica que se processou nas últimas décadas, se desvelam na
configuração de novas formas de interação, favorecidas pelas potencialidades das TIC,
e, sobretudo, pela Internet, se caracterizam pela composição de uma cultura eletrônica
sustentada por gêneros digitais.
É notório, que a integração de mídias na educação é um processo complexo e
que requer um olhar mais abrangente sobre as novas formas de ensinar, aprender, se
relacionar com o conhecimento e com o mundo. Contudo, a formação dos profissionais
da educação não se dará só para compreendermos a questão tecnológica, mas
precisamente para lidar com alunos que já possuem conhecimentos tecnológicos
avançados e não-avançados, para os alunos que se encontra em situação de plena
exclusão tecnológica e outras situações externas.

CAPÍTULO 2 – DESENVOLVIMENTO DO CURSO DE
FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

As mudanças sociais têm implicado em transformações nas mais diversas
áreas, não diferente, no contexto educacional elas têm permeado com muita rapidez,
configurando um novo cenário para o processo de ensino e aprendizagem escolar.
Neste sentido, é importante destacarmos a formação de novos espaços de
interação e as novas formas de ensino e aprendizagem associadas às diversas
possibilidades de trabalharmos com as TIC e mídias na sala de aula, pois nos
oportunizam estratégias diversificadas para a incorporação a prática pedagógica.
Evidencia-se a necessidade da inserção e a integração das mídias no âmbito
escolar. Com essa integração, é possível perceber que professores e alunos ainda têm
dificuldades de utilizar esses recursos por diferentes motivos já expostos nas discussões
apresentadas.

(...) o domínio instrumental de uma tecnologia, seja ela qual for, é
insuficiente para que o professor possa compreender seus modos de
produção de forma a incorporá-la à prática. É preciso criar situações de
formação contextualizada, nas quais os educadores possam utilizar a
tecnologia em atividades que lhes permitam interagir para resolver
problemas significativos para sua vida e trabalho, representar pensamentos e
sentimentos, reinterpretar representações e reconstruí-las para poder
recontextualizar as situações em práticas pedagógicas com os alunos
(ALMEIDA, 2007, p. 160).

Para que essas situações sejam criadas é preciso que professores, gestores e
coordenadores estejam preparados para as transformações, a fim de vencer as
resistências advindas da cultura tradicionalista, muitas vezes caracterizadas pela
acomodação pessoal, insegurança, receio de propor atividades interdisciplinares;
adquiram conhecimentos sobre as especificidades das TIC, da Internet e sensibilizem-se
para as alternativas trazidas pela introdução das TIC e o que estas irão contribuir para a
prática pedagógica e à melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.
Cursos de formação continuada devem propor, em seus objetivos, estudos
sobre a integração das TIC no contexto escolar, não como finalidade pedagógica, mas
como meio de ensino colaborativo, motivador e significativo para a aprendizagem,
preocupando-se com os papéis desenvolvidos pelos sujeitos e como construir o
conhecimento mediado por estes recursos.

2.1 - A proposta do curso Mídias na Educação: uma visão geral

O Programa Mídias na Educação é resultado da articulação entre o MEC e as
Universidades e Secretarias de Educação. O Programa utiliza a modalidade de EAD, e
foi estruturado em três ciclos, ofertados por módulos temáticos. Seu objetivo principal é
o incentivo a integração de mídias no contexto escolar, buscando estimular e auxiliar os
participantes na apropriação do conceito de co-autoria, como estratégia de
aprendizagem.
O Mídias na educação é destinado aos professores da rede pública de ensino.
As responsabilidades estão assim distribuídas: o MEC acompanha, avalia e provê
recursos

para

o

Programa;

as

Universidades

e

Secretarias

participam

no

desenvolvimento, operacionalização e dinamização dos momentos presenciais, além de
selecionar os participantes. Além disso, as Universidades, elaboram e implementam os
módulos, orientando os professores na elaboração das atividades a serem realizadas.

Selecionam e capacitam tutores, avaliando o desempenho da tutoria e certificando os
participantes, detêm de autonomia para definir a oferta do curso e seus ciclos.
As estruturas dos ciclos, com certificações específicas, são ofertadas da
seguinte forma: no Ciclo Básico, ofertado em módulos básicos sobre o uso educacional
e produção em mídias e sua gestão, tem duração total de 120 horas, caracterizado como
extensão; o Ciclo Intermediário, ofertado em módulos temáticos, destinados às diversas
mídias, sua gestão, autoria e aplicabilidade educacional, tem duração de 180 horas,
caracterizado como aperfeiçoamento e o Ciclo Avançado, oferecido em módulos
temáticos que serão dedicados às especificidades e ao aprofundamento da autoria das
mídias na educação, tem duração de 360 horas e é caracterizado como curso de
especialização.
No decorrer do Ciclo Básico do curso, existem dois momentos presenciais, um
no módulo introdutório, com duração de 8 horas, para apresentação geral do
desenvolvimento do curso, sujeitos envolvidos e o outro, no módulo de gestão, com
duração de 7 horas, para apresentação dos projetos finais, realizados pelos cursistas e
inseridos no espaço Galerias de Mídias, que visa disponibilizar os trabalhos autorais dos
participantes.
Os materiais utilizados no curso estão disponíveis no ambiente virtual de
aprendizagem e-Proinfo, em que os participantes constituíram um novo desafio: o de
formar uma comunidade virtual de aprendizagem4, o cursista também recebe um cd-rom
com todos os conteúdos disponíveis virtualmente, mas, para interagir com o tutor e com
os outros cursistas, faz-se necessário o ingresso no AVA do curso.
A proposta do Programa se fundamenta em uma concepção de educação como
processo construtivo e permanente, implicando:

o reconhecimento da especificidade do trabalho docente, que conduz à
articulação necessária entre a teoria e a prática (ação/reflexão/ação) e à
exigência de que se leve em conta a realidade da escola, da sala de aula e da
profissão docente, ou seja, das condições materiais e institucionais em que
atua o educador;

4

Palloff e Pratt (2002), entendem por comunidade virtual de aprendizagem, uma comunidade humana
com a finalidade de assegurar a educação e aprendizagem permanente, a fim compartilhar e construir
conhecimento, formando assim um ambiente participativo, construtivo, cooperativo e colaborativo.

a metodologia de resolução de problemas, permitindo que a aprendizagem se
desenvolva no contexto da prática profissional do cursista;
a integração e a interdisciplinaridade curriculares, dando significado e
relevância aos conteúdos;
o favorecimento à construção do conhecimento pelo cursista, valorizando sua
vivência investigativa e o aperfeiçoamento da prática;
a inclusão, considerando a oferta de percursos compatíveis com a formação
prévia, das necessidades e da expectativa dos participantes.
Nessa perspectiva, o programa objetiva proporcionar aos participantes
habilidades e competências destinadas ao uso e integração das diferentes mídias na
unidade escolar, capacitando-os para a criação e produção dos próprios recursos
didáticos comunicacionais a serem articulados à prática pedagógica desenvolvida em
sala de aula.
A metodologia se desenvolve da seguinte forma: para acessar o material, os
participantes do curso se matriculam nos módulos, adquirem uma senha gerada pelo
sistema e um login criado pelo próprio aluno, no ato da inscrição. A partir do login e
senha, os participantes podem acessar todo o material existente no AVA e-Proinfo.
Nos módulos é possível identificar os materiais, as ferramentas de interação
(fórum, diário de bordo, biblioteca, chat e webmail) síncronas e assíncronas, atividades
a realizar, trabalhos em grupos e individuais, pesquisas e, sobretudo, interagir com os
partícipes do curso. Essas atividades (desenvolvidas nos seis módulo do curso) tiveram
datas limites para entrega, explicitadas no momento da solicitação das mesmas, assim
como as respostas e comentários dos professores-tutores.
Neste curso, a capacitação do tutor foi realizada da seguinte forma:
participação como aluno dos cursos pilotos: Módulo: Introdutório – Interação de Mídias
na Educação, com carga horária de 30h e Módulo Capacitação em Tutoria, com carga
horária de 15h, ambos realizados no período de 25 de outubro a 17 de dezembro de
2005, no ambiente virtual de aprendizagem e-proinfo, a fim de compreender as
especificidades do ambiente, as habilidades e competências dos professores-tutores e os
objetivos do curso.
Este, por sua vez, teria a competência de promover a interação, esclarecer as
dúvidas pertinentes, manter o grupo coeso e interessado. Deveria, ainda acessar
diariamente o AVA, zelando para que o mesmo se tornasse um ambiente que

promovesse a aprendizagem colaborativa, participativa e significativa. O ambiente
ofereceu ainda, aos participantes, momentos de interatividade que os auxiliaram na
realização de uma auto-avaliação da aprendizagem.
O processo avaliativo aconteceu a partir dos acessos dos cursistas nas
ferramentas de comunicação e interação, assim como a realização das atividades
propostas e entregas das mesmas nas datas limites. O tutor tinha a autonomia para
avaliá-las, a partir da coerência e coesão dos trabalhos em grupos e individuais, e da
participação dos cursistas nas discussões e sessões de interação síncrona e assíncronas
propostas.
2.2 – Programa Mídias na Educação: o desenvolvimento em Alagoas

O Ciclo Básico do programa, desenvolvido no AVA e-Proinfo, a fim de
promover uma aprendizagem colaborativa, foi oferecido em setembro de 2006, para
aproximadamente 10.000 professores da rede pública de ensino de todo o Brasil,
cabendo a UFAL capacitar cerca de 195 professores inscritos pela SEE/AL e 136
professores inscritos pela UFAL, num total de 331 professores da rede pública. O
conteúdo do curso permeou as unidades de estudo abaixo discriminadas:

Conteúdo
Integração de Mídias na educação: concepções e
tendências – Módulo Introdutório, conceitual
Televisão e Vídeo
Rádio
Informática
Material Impresso
Gestão Integrada de Mídias
Projeto galeria de Mídias
Total

Carga horária
30 horas
15 horas
15 horas
15 horas
15 horas
15 horas
15 horas
120 horas

As mídias são utilizadas como meios, tendo a finalidade de provocar
transformações na aprendizagem. No entanto, é importante “analisar essa incorporação
nas ações de formação de educadores, criando situações e cenários que favoreçam
vivências de integração das tecnologias, reflexão sobre elas e recontextualização em
outras atividades de formação com outros aprendizes (professores e alunos)”
(ALMEIDA, 2007, p. 160).

No Módulo Introdutório Integração de mídias, o cursista teve a oportunidade
de entender como se forma uma comunidade virtual de aprendizagem e conhecer o
professor-tutor e os professores que participaram de todo o programa. Este, por sua vez,
oportunizou ao cursista a se familiarizar com as TIC, conhecendo suas especificidades.
Propuseram-se momentos de interação com o grupo, para refletirem sobre como e quais
recursos utilizam freqüentemente em sala de aula, evidenciando a evolução das mídias,
suas terminologias e como podem ser integradas na unidade escolar.
O módulo TV e Vídeo propiciou aos cursistas uma reflexão de como integrar
esses recursos em sala de aula, a partir de um planejamento bem estruturado, discutindo
através das atividades sobre o contexto sócio-educativo da televisão e do vídeo;
identificando os conceitos básicos sobre a linguagem advinda da televisão, apresentando
assim, as noções básicas sobre os aspectos tecnológicos da produção de um vídeo.
Este módulo foi um dos mais flexíveis para os cursistas, pois a maioria já
utilizava esses recursos em suas aulas. O que não conheciam e passaram a compreender,
após a realização do módulo, era a linguagem televisiva, transmitida pela imagem,
incorporados através do som e da escrita. O fundamental, neste módulo, foi explicar e
refletir sobre como professores e alunos compreendiam a linguagem televisiva. Através
da observação das atividades propostas, que serão analisadas no capítulo 3, deste
estudo, foi possível obter essa compreensão.
Já a proposta do Módulo Rádio evidenciou a apreensão da utilização do rádio
como elemento integrado ao cotidiano escolar e a outras mídias, refletindo sobre a
abordagem didático-pedagógica, em detalhes, e sobre as diversas etapas e formas de sua
utilização hoje disponíveis. A proposta de integração com outras mídias, não foi
demonstrada nas atividades, analisadas neste estudo. Cerca de 40% dos professores que
iniciaram o curso desistiram após esse módulo, pois não conseguiu desenvolver
algumas atividades propostas, para serem realizadas na escola, como o planejamento de
um projeto de rádio comunitária.
Pelo que colhi entre colegas de profissão (não foi possível com os alunos,
pois estão de férias), todos utilizam o rádio diariamente, mas só para ouvir
música, geralmente nem prestam atenção à programação, ligam o rádio e
vão fazer outras atividades. O rádio não é utilizado na escola como
ferramenta pedagógica na sala de aula. Responderam que a televisão é mais
interessante, pois temos voz e imagem e que acham difícil o rádio ser
utilizado na escola. Mas alguns acham que para um curso a distancia o rádio
é ferramenta importante, principalmente em comunidades onde se tem
dificuldades do uso da tv. Em minha opinião, o rádio é interessante, pois é
uma ferramenta poderosa de comunicação, visto que se pode levar no bolso
e utilizá-lo com fone de ouvidos, além de ser um aparelho de baixo custo;
pode ser de grande ajuda para expor conteúdos interessante e atuais, levando

as pessoas a usarem um pouco a imaginação, pois a narrativa (sem vídeo)
faz a pessoa imaginar o ambiente onde se processa a narrativa, até se
adquirir mais habilidade e criatividade na hora de escrever um texto, por
exemplo. (FM – turma UFAL 01).
É, realmente a TV é uma mídia mais interessante, principalmente para quem
trabalha com criança, infelizmente com o avanço da tecnologia o rádio foi
deixado um pouco de lado. Até mesmo os programas educacionais voltados
a escolarização como projeto Rondom, a Hora do Brasil etc, que existia
antes do advento do computador, não existem mais e o interessante é que o
computador ainda não é uma ferramenta acessível, mas mesmo assim os
programas de rádio são mais de entretenimento e jornalísticos. (JV – turma
UFAL 01).

Devem, por outro lado, enfatizar e destacar o uso pedagógico do rádio,
valorizando a aprendizagem colaborativa e participativa, que ressalte os valores
individuais e coletivos e estimule os indivíduos a serem co-participantes do próprio
processo de evolução, aprendendo a conhecer, a fazer, a conviver e a ser. (GONZALEZ,
2006, p. 31).
É evidente, ainda, a questão da resistência, mesmo participando de um curso
que realizou atividades que poderiam ser articuladas na escola, os professores sequer
tentaram aplicá-las, desistindo do curso. Para essa desistência, apontamos alguns
entraves: a falta de vontade dos professores, a falta de espaço físico adequado,
dificuldade de parcerias, além de um calendário que muitas vezes os obriga a ir além do
que é permitido.
No módulo Material Impresso, os cursistas discutiram sobre os aspectos
conceituais do papel dos impressos no sistema educacional e a possibilidade da
utilização em sala de aula da linguagem do impresso e do hipertexto. A partir dessa
discussão, os cursistas compreenderam como utilizar o impresso integrado a outras
mídias na unidade escolar, assim como conceber uma idéia de autoria, permitindo ao
leitor, que se transforme em um hiper-leitor, interagindo com novas unidades textuais,
estabelecendo conexões diversificadas.
O módulo Informática e Internet foi o que apresentou maiores dificuldades,
pois o acesso aos materiais, tanto em cd-rom, quando no ambiente era bem diferente
dos outros módulos ofertados. Os temas e atividades eram identificados por figuras,
que na maioria das vezes, os participantes não conseguiam identificá-las.
Os cursistas solicitavam ajuda dos tutores a todo momento, por não
conseguirem encontrar os textos e atividades propostas. Por esse motivo, houve um

índice elevado de aproximadamente 25% de desistentes. Este norteou suas discussões
permeadas pelo estudo dos recursos que a Informática oferece aos professores para
trabalharem com atividades no processo de ensino e aprendizagem, contemplando
conteúdos como as especificidades do computador, os aplicativos dos sistemas
operacionais, a segurança na Internet e como utilizá-la no contexto escolar.
O módulo apresentou somente a justaposição dessa mídia, ou seja, a
aproximação do computador aos alunos tecnicamente e não integrada, pois não
evidenciou como usar pedagogicamente. O professor deve conhecer não só a forma
técnica, mas também a pedagógica, pois terá a competência de integrar o
computador, e outras mídias de forma significativa e sistêmica à prática pedagógica.
O uso pedagógico estabelece a mediação e articulação, propiciando que as
informações veiculadas sejam interpretadas, analisadas, ressignificadas e até
recontextualizadas em outras situações no processo ensino-aprendizagem.
O último módulo, Gestão Integrada de Mídias, proporcionou uma análise
geral dos conceitos de gestão, fundamentando a prática pedagógica a fim de utilizar
as mídias na escola. Exigiu ao final, a elaboração de um projeto sobre a utilização e a
integração de mídias nas atividades pedagógicas, disponibilizado no Projeto Galeria
de Mídias.
Para os professores-cursistas, foi possível diagnosticar as tecnologias
existentes na escola, explorando novas possibilidades de uso, inserido-as no Projeto
Político Pedagógico - PPP, compreendendo os conceitos de gestão, tecnologias e
mídias. A idealização de projetos deve ser uma prática corrente em todas as
atividades escolares. Na educação, devemos pensar na implementação de projetos
com o uso integrado das mídias, isso significa estruturar estratégias de aprendizagem

coerentes com os ideais e objetivos da escola, buscando sempre atender as demandas
sociais no contexto no qual a escola encontra-se inserida.
As competências e habilidades do tutor, no decorrer dos módulos ficaram
distribuídas da seguinte forma: a) leitura prévia dos módulos e interação em todos os
materiais, disponibilizados no ambiente e-Proinfo; b) envio constante de e-mails com
informações sobre as atividades, o início das etapas e avaliações; c) abertura dos
fóruns de discussão e acompanhamento destes; d) leitura, validação ou indicação de
refazer os trabalhos que foram postados no diário de bordo; e) comentário em todas
as mensagens postadas no diário de bordo; f) interação com os outros tutores,
coordenação de tutoria e de curso; g) elaboração do relatório detalhado do processo
de ensino e aprendizagem e das atividades de tutoria e h) elaboração do plano de
tutoria para cada módulo desenvolvido.
Para o desenvolvimento deste curso, em Alagoas, a UFAL junto com a
SEE/AL, promoveu um momento presencial, para a apresentação do design e conteúdo
de todo o curso e dos participantes envolvidos neste processo, professores e tutores.
Esse momento aconteceu no dia 17 de setembro de 2006, no final do curso, realizou-se
o outro momento presencial, no dia 31 de julho de 2007, para que os concluintes
apresentassem o projeto final, desenvolvido ao longo do curso. Dos 331 ingressantes,
134 conseguiram concluir o curso de formação, uma média de 41%. Vários foram os
motivos da desistência, desde a não adaptação à modalidade a distância, até a falta de
motivação para participar de um curso, com duração de quase um ano.
Apesar de o curso enfatizar integralmente o uso pedagógico e o processo de
integração das mídias, percebemos que esses profissionais não mais precisam construir
novos conhecimentos, mas articulá-los com as experiências, integrando as mídias e
novos conteúdos na sala de aula, resignificar o que já sabem, participando de cursos de
formação que os instiguem a considerarem os aspectos que estão intrínsecos no
cotidiano do professor e do aluno.
Neste sentido, no século XXI, o professor não deve só saber lidar com o
domínio técnico das ferramentas, mas articular o conhecimento técnico e o pedagógico.

Só assim, o aproveitamento nas atividades pedagógicas caracterizará uma aprendizagem
exploratória, diferente, ampla e permeada de significados importantes.
2.3 – O ambiente virtual de aprendizagem e-proinfo

Um AVA tem como principal finalidade dar suporte as visibilidades e
especificidades da EAD, facilitando a construção do conhecimento por meios de
interação colaborativa e cooperativa.
Desta forma, um AVA deve permitir diferentes estratégias de aprendizagem
para que os estudantes não fiquem restritos a apenas consultar informações, mas que se
tornem produtores de informações, construindo assim o conhecimento.
O AVA deve contribuir com o desenvolvimento da EAD, em prol de suas
visibilidades e especificidades, apresentando uma estrutura versátil, atendendo assim, as
necessidades de interação entre as categorias aluno-professor, aluno-conteúdo, alunocomputador, aluno-aluno, professor-conteúdo, professor-computador.
O desafio maior é que o ambiente contemple as quatro categorias (aluno,
professor, conteúdo e computador), propiciando da melhor maneira a interação.
Segundo Santos (2003) estes ambientes não podem ser preparados apenas como
ferramentas tecnológicas, devemos analisar e compreender a concepção de currículo, de
comunicação e aprendizagem desenvolvidos pelos gestores e autores da comunidade de
aprendizagem.
É de fundamental importância que as ferramentas que compõem o ambiente
devem ter um objetivo claro e uma função pedagógica que atenda as necessidades de
interação solicitadas por cada atividade proposta no curso.
O MEC através de ações efetivas da SEED criou o AVA e-proinfo,
viabilizando a organização de cursos seguindo os princípios que regem a EAD. Neste
ambiente, qualquer instituição poderá criar e desenvolver cursos ou outros eventos via
Internet unidos a EAD.
O e-proinfo está disponibilizado no portal do MEC (www.mec.gov.br),
acessando este portal o usuário encontrará um link com a página da SEED que hospeda
o link do ambiente. Este, por sua vez, é um ambiente colaborativo de aprendizagem, que
via Internet promove o desenvolvimento de diversos tipos de ações, tais como; cursos a
distância, de nível complementar, superior e pós-graduação, assim como complementa
cursos presenciais.

Para participar de um curso através do ambiente e-proinfo, o aluno deve
inscrever-se virtualmente, acessando a seguinte página www.eproinfo.mec.gov.br, em
seguida clicar no link que corresponde a inscrição.
O ambiente e-Proinfo dispõem de ferramentas significativas para o processo
de ensino e aprendizagem a distância. Essas ferramentas são fundamentais para a
interação entre aluno, professor, informação e computador.
Ao acessá-lo encontraremos no menu principal várias ferramentas que
essenciais e que qualificam um ambiente virtual de aprendizagem para uma
aprendizagem colaborativa e cooperativa.
A ferramenta apoio tem a finalidade de apoiar o participante através o submenu. Encontraremos ferramentas como Agenda, que ajudará aos alunos na
organização de tarefas, lembrando sempre da estrutura de cada atividade.
Já na ferramenta Aviso os alunos acompanham diariamente a divulgação de
notícias e avisos importantes sobre o curso ou assuntos correspondentes. Além dessas já
citadas, estão disponíveis também ferramentas como tira-dúvidas, referências, temas,
alocação e grupos com diversificadas finalidades.
Permitindo o relacionamento com os participantes, temos ainda, a ferramenta
interação, que tem como principal objetivo estabelecer, por meio de uma mesma turma,
discussões significativas, a partir dos assuntos abordados entre os alunos, professores e
colaboradores. Através do sub-menu, disponibiliza ferramentas como bate-papo, na
qual o aluno poderá conversar com os colegas e professores, desde que o responsável
pela sala o convide.
A ferramenta webmail permite aos participantes enviar mensagens eletrônicas
aos colegas da mesma turma. Temos ainda a ferramenta Fórum, a qual são
desenvolvidas debates que poderão ser conduzidos por professores e/ou tutores, por
meio de fóruns de discussão e a ferramenta diário de bordo, a qual permite a inclusão
de novas anotações, a partir dos assuntos estudados, bem como comentários por parte
dos professores. E por fim, encontramos a ferramenta enquete que disponibiliza
enquetes para votação e consulta de resultados.
Podemos verificar ainda a existência de ferramentas como a biblioteca, que é
um espaço reservado a alunos e professores para publicação de materiais, assim como a
ferramenta projeto, utilizada pelo usuário para cadastrar informações designadas a um
projeto que está sendo desenvolvido no curso.

Encontramos também, a ferramenta módulo, que tem como principal objetivo
armazenar conteúdos e atividades que possivelmente serão utilizadas por cada turma. A
ferramenta trocar perfil que disponibiliza a relação de cursos ofertados e os perfis no
qual está vinculado e a ferramenta principal que viabiliza as funcionalidades da página
principal do curso.
Percebemos que as ferramentas disponibilizadas neste ambiente apresentam,
em sua maioria, as especificidades da EAD, neste sentido é possível qualificá-lo como
um significativo espaço de aprendizagem.
A EAD via Internet, possibilita a definição de várias maneiras, quando nos
referimos aos professores. No ambiente virtual localizaremos o professor conteudista ou
autor, o professor tutor e no nosso objeto o professor cursista.
O professor, segundo Moreira (2008), é o profissional que planeja o conteúdo
a ser desenvolvido no curso, montando o sistema de avaliação, estratégias, dinâmicas e
recursos pedagógicos, podendo ou não acompanhar o processo de tutoria. “Os
profissionais envolvidos na autoria usualmente são professores universitários,
especialistas em conteúdos, redatores e revisores” (MOREIRA, 2008, p. 373)
O professor que se encontra no processo de tutoria deve acompanhar
conteudista ou autor, o processo de ensino e aprendizagem. Cabe ao professor tutor: a)
criar espaços e situações de aprendizagem interativas; b) orientar as discussões
estabelecidas; c) amenizar os conflitos e d) mediar o processo de construção do
conhecimento. Como argumenta Bentes (2008, p. 167),
(...) também assume características inerentes à sua função para trabalhar na
EAD; deve saber lidar com os ritmos individuais diferentes de cada aluno,
apropriar-se de novas TICs, dominar as técnicas e instrumentos de
avaliação, ter habilidades de investigação, utilizar novos esquemas mentais
para criar uma nova cultura indagadora e plena em procedimentos de
criatividade e ter disponibilidade para intervir a qualquer momento.

Como o tutor é o profissional que motiva e orienta, acompanha e avalia o
aprendizado do aluno, deve construir e manter uma interação significativa que suporte
de diferentes maneiras a aprendizagem. Não esquecendo de estimular e favorecer a
comunicação entre os participantes, sugerindo estratégias diferentes de estudo. Portanto,
o tutor deve desempenhar atividades necessárias, possuir competências significativas, as
quais serão de fundamental importância para a qualidade e desempenho do curso.
O aluno neste trabalho é identificado como professor - cursista, uma vez que, o
curso Mídias na Educação é designado somente para professores da rede pública de

ensino. O aluno é parte integrante da aprendizagem estabelecida na EAD, devendo
compreender o desenvolvimentos das produções individuais e coletivas como parte do
processo de ensino e aprendizagem. No próximo tópico identificaremos o papel do
aluno e professores ao inserirem-se na sociedade tecnológica.
2.4 – A relação professor-aluno perante as mudanças

A Internet dispõe de inúmeros recursos de interação, comunicação e até
mesmo de publicação, a partir de ferramentas como fóruns, e-mails, chats, blogs, wikis,
permitindo que professores e alunos se expressem de diferentes formas entre si. Essa
mídia, embora teóricos como Almeida, Valente considere poderosa, barateia, otimiza e
distribui a informação, muitas vezes de maneira distorcida.
As sociedades transformam-se, as tecnologias mudam as formas de trabalho, a
comunicação, as rotinas, a vida e consequentemente a maneira de pensar. Com isso, as
práticas pedagógicas fazem-se e desfazem-se. Como escreve Freire (1996), para
aprender e ensinar com sentido, é preciso aprender e ensinar com um objetivo, um
sonho em mente. “Ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza
e da alegria”, ou seja, o sujeito (professor) não pode fugir “da boniteza de ser
professor”, caso pretenda ser um profissional de qualidade.
Os professores estão ligados a diversos campos sociais, a modernidade e às
mudanças. No entanto, devemos pensar que, se a sociedade mudou, e esta sociedade
está dentro da escola, inevitavelmente esta sofre mudanças, assim como também os
sujeitos que fazem dela parte. Para que a escola possa aderir às mudanças,
principalmente a tecnológica, é necessário que leve em consideração a vida cotidiana do
aprendente e daquele que está ensinando, pois cada um traz consigo elementos
extrínsecos à realidade da escola, sendo estes relevantes dentro do espaço das relações
que se estabelecem no ambiente escolar. No entanto, exige-se atualmente uma prática
participativa, dialógica, democrática, coletiva e colaborativa.
O processo de ensino e aprendizagem deve ser desenvolvido por competências
e habilidades, em que o professor e o aluno compreendam a sociedade em que estão
inseridos. Sociedade esta, que exige um profissional com qualificações excelentes para
o exercício de suas funções e que aborda uma interação dialógica mediada no
ciberespaço. Ainda que o sujeito seja crucial na relação com o saber e a dimensão

pessoal não se torne dispensável nesta relação, o fluxo do saber se dá definitivamente a
partir de uma comunidade, de uma coletividade no ciberespaço.
O saber-fluxo, o trabalho-transação de conhecimento, as novas tecnologias da
inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do
problema da educação e da formação. O que é preciso aprender não pode
mais ser planejado nem precisamente definido com antecedência. Os
percursos e perfis de competências são todos singulares e podem cada vez
menos ser canalizados em programas ou cursos válidos para todos. Devemos
construir novos modelos do espaço de conhecimentos. No lugar de uma
representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas em
“níveis”, organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo para saberes
“superiores” a partir de agora devemos preferir a imagem dos espaços de
conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxos, não lineares, se
reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada
um ocupa uma posição singular e evolutiva. (LÉVY, 2000, p. 158).

A nova maneira de ensinar e aprender ainda é um processo novo para os
alunos, que estão acostumados a aulas presenciais, nas quais se vêem, se conhecem e
trabalham juntos, e na EAD estão diante de discussões, com contatos realizados
virtualmente por meios de telas, monitores.
Para a maioria é muito fácil esse tipo de comunicação, para outros não, ou
seja, para os jovens sim e para os adultos não. E que adultos são estes? Em sua grande
maioria, professores que agora tendem a voltar à sala de aula para cumprir exigências
profissionais e para qualificarem-se a atender à nova concepção da aprendizagem.
Diante da velocidade com que a informação desloca-se e de um mundo em
constantes transformações, o papel do professor está sendo reformulado. Seja na
maneira de ensinar, de conduzir a aprendizagem ou na sua própria formação que hoje se
tornou permanentemente necessária. “O papel do professor, tanto na sala de aula
tradicional, quanto no ambiente on-line, é, sem dúvida, o de garantir que algum
processo educativo ocorra entre os alunos. (...) No ambiente online o papel do professor
torna-se o de um facilitador” (PALLOFF e PRATT, 2002, p. 102).
Desta forma, o professor, deve mais do que transmitir o conhecimento, mas ao
mesmo tempo, articular experiências, mediar e facilitar o processo educativo, a fim de
que o aluno reflita sobre suas relações com o mundo e o saber, assumindo, assim o
papel ativo no processo de ensino e aprendizagem. “Quando discutimos o papel de
facilitador desempenhado pelo professor, afirmamos que ele atua apenas como alguém
que gentilmente conduz o processo educativo. A implicação disso é que aquele que
recebe sua orientação – o aluno – é responsável por usá-la adequadamente” (PALLOFF
e PRATT, 2002, p. 110)

A construção de comunidades virtuais é uma oportunidade e uma alternativa
de estabelecer um ensino diferente, estimulador e motivador no contexto de
aprendizagem, mesmo porque a maioria dos alunos, já participa de comunidades
virtuais (sem fins educativos), como orkuts, blogs individuais.
Criando comunidades, estaremos evidenciando a aprendizagem coletiva e
virtual. Esta requer novas habilidades como: cooperar, colaborar, participar ativamente,
aprender, acessar, produzir informação e construir coletiva e significativamente o
conhecimento. “Na sala de aula online, isso significa que os alunos são responsáveis por
buscar soluções para os problemas inerentes a essa vasta área de conhecimento que se
estuda, bem como por elevar essas soluções a um nível mais complexo”. (Ibidem).
No Curso Mídias na Educação, o professor-cursista se depara com os dois
papéis, o de aluno (pois está participando da formação) e o de professor (que é aplicar o
que aprendeu às suas aulas). Permeado por essas duas vertentes, muitos cursistas, por
não entenderem o real significado do curso, e ao encontrar a figura do professor-tutor,
tenderam a desistir.
O processo de desistência foi evidenciado durante todo o curso, a maioria
questionou bastante sobre a ausência de um professor “efetivo” e qual o papel do tutor
no curso. Entendido que o principal objetivo do professor foi o de elaborar o conteúdo
disponibilizado, a partir das universidades articuladas a participarem da elaboração do
curso, e que o tutor também é um professor, ao qual passou por uma formação
específica para poder desenvolver suas funções, os cursistas fluíram e desenvolveram
suas atividades coerentemente, facilitando o processo de comunicação. Apreciaram a
informação que, no futuro, poderiam vir participar como professores-tutores em outras
edições ofertadas.
A partir daí, evidenciaremos algumas discussões sobre as mudanças na postura
do professor e do aluno, apresentadas durante o fórum: refletindo sobre as mudanças,
do Módulo Introdutório Integração de Mídias. Esse módulo desde o princípio buscou
permear as discussões sobre a integração de mídias, oferecendo uma visão geral sobre
as mais utilizadas no ensino e na aprendizagem.
No primeiro momento, os cursistas se apresentaram no fórum: apresentação, a
fim de formarem uma comunidade virtual e cada um identificar o seu perfil. Muitos não
entendiam o que era ser um aluno virtual, ou até mesmo participar de um curso a
distância. Após as apresentações, o segundo fórum referia-se ao processo de mudança
da postura do professor. As discussões estabelecidas foram ricas e significativas.

O papel do professor já não corresponde àquele que foi desempenhado no
passado. Atualmente vivemos em permanente contato com o desafio, onde a
informação corre por entre os nossos dedos, quer através dos jornais, livros e
revistas, quer pela televisão e outros meios audiovisuais, passando pela
Internet, exigindo a este profissional uma capacidade de adaptação
permanente, o que provoca por vezes um sentimento de instabilidade,
gerando-se freqüentemente “stress profissional”. Por esta razão é importante
conhecer e perceber quais são os fatores que estão envolvidos no processo de
mudança para que de algum modo possamos usar estratégias que nos ajudem
a contrariar a nossa tendência natural para a “rejeição à mudança”. Queremos
com isto dizer que a “mudança” é um processo natural e normal, mas que
pode ocorrer com maior rapidez ou lentidão, consoante os obstáculos com
que cada um de nós se confronta e se defronta ao longo da vida profissional e
pessoal. (NA – turma UFAL 01).

Se o papel do professor já não corresponde àquele desempenhado no passado,
então, qual o seu papel hoje? O professor tende a basear mais sua prática nos
procedimentos metodológicos e avaliativos, aos quais foi submetido do que na teoria
adquirida nos cursos de formação. O professor atual deve ter uma visão integrada do
conteúdo das disciplinas e de seus significados. Deve, também, analisar a forma como
se trabalha o conteúdo e como torná-lo significativo, possibilitando ao aluno interpretar
a lógica da realidade e alcançando, assim, sucesso na aprendizagem.
A formação continuada proporciona ao professor não só o saber em sala de
aula, mas a oportunidade de conhecer as questões da educação, as diversas práticas
analisadas em diferentes perspectivas, perceber o desenvolvimento de seus alunos em
múltiplos aspectos, bem como, refletir sobre o seu papel diante dos alunos e da
sociedade criticamente. As transformações sociais, a partir da formação teórica e prática
do professor contribui para a melhoria da qualidade do ensino, gerando transformações
significativas no mesmo.
A realidade, hoje, para o profissional docente é bem diferente de antigamente.
Décadas atrás, acreditava-se que, quando terminada a graduação, o profissional estaria
apto a atuar na sua área. Atualmente, com as modificações e as exigências estabelecidas
pela sociedade, principalmente para o profissional docente, devemos estar conscientes
de que a nossa formação é permanente e estão integradas às TIC, ao cotidiano e ao diaa-dia nas escolas.
O professor tem que ser competente para fazer com que seu aluno aprenda, e
aprenda bem; é imprescindível saber para ensinar bem numa sociedade em
que o conhecimento está cada vez mais acessível. Se, em todo o processo
educativo, o objetivo maior é a aprendizagem do aluno, faz-se necessário
que as práticas realizadas na escola conduzam a um caminho que busque
essa meta. Aí é que entram as mudanças. Como mudar se a estrutura
educacional não dá condições para que os professores se atualizem? Quando
Perrenoud diz que ninguém duvida que os professores tenham saberes, ele
tem toda a razão. O que é necessário é que esses saberes sejam trabalhados

para que o professor esteja apto para ousar, usando as novas tecnologias em
sua sala de aula, sem receio, pois esta é a palavra certa, visto que, hoje, os
professores sentem-se receosos, pois os alunos “tecnologicamente” estão
mais sábios que os próprios professores. (MC – turma SEE/AL 03).

É importante analisar o papel da prática educativa, compreendendo suas
conseqüências ao participarem de formações de professores e do estatuto da profissão
docente. No processo online, a formação de professores como preparação profissional
passa a estabelecer, no atual contexto, um papel crucial, o de possibilitar aos professores
a experimentarem, em seu próprio processo de aprendizagem, o desenvolvimento de
competências necessárias para atuarem no novo cenário.
Desse modo, professores e alunos devem ressaltar a importância da troca de
experiências, através de relatos de experiências, aprendendo juntos e refletindo com o
outro. Assim, como evidenciando por Palloff e Pratt (2002), quando professores e
alunos se envolvem desta maneira com o processo de aprendizagem, estes aprendem a
aprender, além de adquirirem a capacidade de pesquisar, questionar, analisar e pensar
criticamente.
Utilizar modos diferentes e flexíveis de organização do tempo, do espaço de
seus alunos, favorece e enriquece o processo de desenvolvimento da aprendizagem.
Portanto, “para que o professor possa desenvolver tais competências, é preciso que ele
esteja engajado em programas de formação, participando de comunidades de
aprendizagem e produção de conhecimento” (ALMEIDA, 2005, p. 43).
Conseqüentemente, podemos afirmar que a profissão docente é partilhada e
que a prática educativa remete-se para o processo de ensino e aprendizagem à ação
didática. Contudo, o professor deve saber planejar, criar, realizar, gerir e avaliar
situações didáticas importantes e eficazes para a aprendizagem, bem como para o
aprendizado dos alunos.

CAPÍTULO 3 – INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS NO CICLO BÁSICO (1ª
OFERTA) DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO.

Promover significativas transformações no ambiente escolar é uma ação
complexa, haja vista as dificuldades que encontramos nas escolas atuais, pois se
revelam obsoletas quando se tratam do uso das TIC. A escola acompanha as
modificações nas formas de conhecimento e informação pausadamente, mesmo o
conhecimento sendo o principal instrumento dos educadores no processo de ensino e
aprendizagem.
O uso de diferentes mídias pode contribuir para o indivíduo desenvolver
compreensões sobre o mundo e sobre a cultura em que vive, além de
provocar transformações nas formas de perceber e apreender a realidade. As
tecnologias atuais permitem a criação de situações de aprendizagens ricas,
complexas e diversificadas que contribuam para o indivíduo manifestar sua
individualidade e criatividade e estabelecer interações de forma integral e
eficiente. (MARTINS, 2007, p. 204).

Por outro lado, a incorporação sem reflexão dessas tecnologias pelos
educadores não implicaria tantas mudanças assim. Refletir e agir são as melhores
propostas para incorporar as TIC de forma inovadora, significativa e sistêmica,

implicando, assim, numa mudança qualitativa para a educação. Se os professores
quiserem realizar seus trabalhos de maneira sabia, terá que avaliar, discutir, articular
e até mesmo transformar os pressupostos pelos quais seus procedimentos se
orientam.

3.1 – A proposta de integração de mídias no Módulo Introdutório

O módulo Introdutório Integração de mídias foi norteado por diferentes objetivos,
divididos em quatro etapas. O primeiro abordou os conceitos de mídias e tecnologias
e sua evolução, analisando as TIC no cotidiano e refletindo sobre seu papel no
âmbito escolar. O segundo objetivo investigou a relação da educação com as
mudanças sociais, tecnológicas e culturais da Sociedade da Informação e
Comunicação, apresentando as novas competências para essa sociedade. Analisou,
ainda, as possibilidades de construção de redes colaborativas de aprendizagem, a
recontextualização do papel da escola, realizando uma reflexão sobre a mudança de
atitude e concepções para conviver na sociedade atual.
O terceiro objetivo trabalhou as relações entre comunicação e educação, buscando
compreender que a educação é um processo de comunicação complexo e que
estabelece relações significativas para a aprendizagem. Identificou as novas formas
de ensino e aprendizagem, a partir do uso das mídias em sala de aula, destacando a
postura do leitor crítico e a autoria, apresentando, assim, as diferentes formas de

linguagem e representações, promovendo, então, a partir deste, o desenvolvimento da
visão integradora das diferentes mídias no contexto escolar.
Percebemos que, nos dois primeiros objetivos, a integração de mídias não se
contemplou, pois como todo início de curso, se busca identificar o perfil dos cursistas
e explanar os objetivos gerais, que nesta formação foi o de explicar o conceito das
mídias e tecnologias, a partir das mudanças ocorridas no século XXI.
Por fim, o último objetivo, caracterizado, pela quarta e última etapa, destacou
algumas experiências dos cursistas sobre a integração de mídias em educação. Estes
elaboraram uma proposta de atividade, a ser desempenhada em sala de aula com seus
alunos e que integrasse as diferentes mídias. Em seguida, realizou-se a autoavaliação de sua própria participação como aluno do módulo. Abaixo podemos
visualizar a estrutura do referente módulo (Fig. 1 e 2):

Fig. 1 Estrutura do Módulo Introdutório no e-Proinfo

Fig. 2 Conteúdo do Módulo

A realização e desenvolvimento do curso se instauraram através das interações
entre os professores – cursistas, as intervenções e mediações do professor-tutor e o
material do curso. O conteúdo do módulo estava disponibilizado na interface “Módulo –
Conteúdo do módulo”, no qual os participantes tinham acesso a todo o material
bibliográfico. Este conteúdo estava em formato de hipertexto, contando com um amplo
referencial teórico, oportunizando aos alunos estudar sobre as concepções das TIC, suas
terminologias e potencialidades.
O módulo propôs a realização de 14 atividades (de caráteres opcional e
obrigatório), divididas em quatro etapas. Estas atividades estão descritas na interface
“Módulo – Atividades do módulo”, em que os cursistas encontram as explicações, a fim
de refletirem sobre os assuntos propostos. Apresentaremos a seguir as etapas e as
principais atividades que sugeriram aos professores, as propostas de integração das
mídias na unidade escolar.
A primeira etapa consistiu na abordagem da evolução e conceitos das mídias e
tecnologias, promovendo o conhecimento da noção de algumas terminologias, tais
como: a multimídia, o hipertexto, a hipermídia e as TIC. Induzindo o cursista a
refletir sobre o papel das TIC na educação e permitindo a análise do uso destas no
cotidiano.

A primeira atividade consistiu na formação da comunidade de aprendizagem, através
da ferramenta “fórum”, na qual foi possível traçar o perfil dos participantes e
identificar a nova forma de relação, desmistificando os rumores de que, em cursos
realizados a distância, não há processos de comunicação. Esta atividade consistia em
o cursista se apresentar no Fórum “Prazer em conhecê-lo”.
Ao acessar essa ferramenta, o cursista deveria contar um pouco da sua trajetória
profissional e pessoal, seus interesses e suas expectativas. O professor - cursista
deveria, ainda, se identificar, escrevendo seu nome, cidade onde nasceu,
apresentando as expectativas em relação ao curso e ao módulo introdutório, seus
passatempos favoritos (quando, é claro, não estivesse em sala de aula ou na escola).
Era solicitado, também, que navegassem pelas contribuições dos outros participantes,
a fim de comentarem algum aspecto importante, que lhe chamou atenção e/ou tivesse
se identificado.
Sou WY5, casada, formada em Pedagogia (UFAL) Especialização em
Formação de docentes na área de jovens e adultos(UFAL); em Educação
Infantil (OMEP/FUNESA), sou diretora de uma organização não
governamental (ONG) que atende crianças com problemas sócioeconômicos e que vivem em situação de vulnerabilidade social com idade de
3 a 7 anos, portanto trabalhamos com educação infantil e ensino
fundamental. As crianças participam de atividades pedagógicas, físicas,
língua estrangeira e de informática. Nestes elas têm uma carga horária de 4
horas semanais. As atividades são técnicas, de jogos e contextualizadas com
os projetos em andamento. Estou ansiosa pelas informações que vou receber
neste curso para melhorar nosso trabalho na escola. WY (turma UFAL 02).
Que bom WY, conhecê-la melhor. Vou muito a sua terra natal, tanto a
trabalho quanto a passeio. Já trabalhei em uma ONG, como professora de
Informática Educativa para crianças na mesma situação em que você relatou,
foi um trabalho muito significante e árduo. Bom, espero que você
desenvolva muito bem o curso. Abraços!!!!! LK (tutora - turma UFAL
02).

A partir desta atividade foi possível identificar o perfil dos cursistas, indicando
uma direção para os assuntos a serem abordados nas decorrentes atividades. Participar
de comunidades de aprendizagem é uma construção do conhecimento, pois, são
formadas e organizadas por pessoas, mesmo que distantes, discutem sobre específicos e
5

Os participantes deste curso serão identificados por siglas, pois preservamos suas identidades.

determinados temas. Segundo Palloff e Pratt (2002, p. 27), “a formação de uma
comunidade de alunos, por meio da qual o conhecimento seja transmitido e os
significados sejam criados conjuntamente, prepara o terreno para bons resultados”.
Com o perfil agora traçado, realizamos, na interface diário de bordo, a segunda
atividade, que apresentou o seguinte objetivo: analisar e refletir sobre o uso das TIC nos
diferentes espaços e situações de aprendizagem.
Nesta atividade, o cursista refletiria sobre o que são mídias e tecnologias. A partir
desta reflexão, apoiados nas referências e textos disponibilizados na interface
“Módulo – conteúdos do módulo”, solicitou-se que os cursistas pensassem sobre um
dia típico do cotidiano pessoal. Após esse pensamento, deveriam responder no Diário
de bordo, aos seguintes questionamentos: Você já havia pensado em quantas
tecnologias usa em seu dia-a-dia? Quais as tecnologias usaram hoje? Quais as
mídias? Como as novas mídias interativas influenciam no seu dia-a-dia?
Esta atividade propunha a reflexão sobre como as diferentes mídias são integradas no
cotidiano, assim os professores - cursistas já poderiam refletir sobre o processo de
integração.
É impressionante como fazemos novas descobertas e reformulamos nossos
conceitos. Temos como idéia de tecnologia apenas complicada inventos
eletrônicos. Percebo agora quanto a tecnologia está perto de nós esta sendo
usada a todo instante em minha rotina diária utilizo várias formas de
tecnologia que ainda não havia parado p/pensar. Sou professora e utilizo em
correções de exercícios, preparação de aula, por exemplo: a caneta que é um
artefato tecnológico do qual eu ainda não havia antes me dado conta ou pelo
menos percebido como tal. SL (turma UFAL –especial).

A adequação das mídias às novas tecnologias, causou uma grande revolução
mundial, pois agilizou o processo de comunicação e em conseqüência a
aquisição do conhecimento foi favorecida sensivelmente. É imprescindível o
destaque à tecnologia computacional, sem desconsiderar as demais, pois
através dela é possível à integração de várias mídias, facilitando não só uma
amplitude das relações humanas, nas várias áreas do conhecimento, mas,
principalmente, a bilateralidade da comunicação, que passa a ser dinâmica e
ativa. CM (turma UFAL – especial).

Após discutirmos sobre as tecnologias no cotidiano e identificarmos a
compreensão de 80% dos cursistas sobre o assunto abordado e a proposta da

atividade, que promoveu a discussão sobre a integração de mídias, percebemos que,
dos dois depoimentos acima, apenas um cursista conseguiu explanar a utilização da
mídia e como podemos integrá-las, enquanto os demais se prenderam a relatos sobre
a utilização das TIC no cotidiano.
A partir da discussão estabelecida na segunda atividade, realizamos um
debate virtual, sobre o tema “TIC na educação”, na interface “fórum”, que se
caracterizou como a terceira atividade desta etapa. Nesta atividade, o cursista deveria
acessar o Fórum – “Debate Virtual: tecnologia na educação”, e a partir das
leituras dos textos dos professores Waldemar Setzer (TV e Violência: um casamento
perfeito) e José Manuel Moran (Desafios da Televisão e do Vídeo à Escola), debater
com os colegas, como são utilizadas as TIC na educação.
A tecnologia se incorpora ao dia-a-dia das escolas convidando-nos,
professores, a repensar nossas práticas. O uso dos recursos tecnológicos
disponíveis, devem caminhar junto com a leitura, uma vez que esta,
desenvolve o pensamento. Sabemos que hoje, esses recursos são os mais
básicos de uma enorme gama de opções. No caso da TV, convêm citar aqui
uma afirmação feita por M.A. Erausquin no livro OS
TELEDEPENDENTES: "Cada vez mais parece está provado que a TV em
si é incapaz de ensinar praticamente nada." Quanto mais se mantiverem os
hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor, menos
diferença a tecnologia fará no aprendizado. O papel do professor, portanto, é
dar sentido ao uso da tecnologia, produzir conhecimento com base em um
labirinto de possibilidades. LF (turma SEE/AL – 03).

Concordo com você, LF quando diz que o papel do professor é dar sentido à
tecnologia, pois sabemos que a inserção das mídias no cotidiano da sala de
aula promove um labirinto de possibilidades, como você afirma. Entretanto,
sabe-se o quanto são necessárias as ações do MEC em relação à formação
desse profissional e à acessibilidade desses profissionais aos avanços
tecnológicos, tais como: tv, dvd, computador, internet. Além desses, a escola
poderia dispor de outros recursos que permitam ao aluno ser produtor
(máquina fotográfica, câmera, aparelhagem para a criação de rádio,etc). MJ
(turma SEE/AL – 03).

Apesar da proposta da atividade se basear na discussão sobre a utilização das TIC na
educação, os cursistas se referiram somente ao uso da TV e Vídeo, pois o objetivo
dos textos sugeridos era o de explicar como a TV e o Vídeo são utilizados em sala de

aula. Na fala do cursista MJ, identificamos o argumento do acesso a outros recursos
tecnológicos, que não só a TV e o vídeo.
Chamo a atenção para o papel do professor impetrado nessas falas. Ambas comentam
que o papel do professor, a partir da incorporação das TIC no contexto escolar, “é dar
sentido ao uso da tecnologia, produzir conhecimento com base em um labirinto de
possibilidades” (cursistas acima). Mas, que sentido é esse? O professor deve só
produzir o conhecimento, com base em que labirinto de possibilidades?
Entendemos este sentido, como, além de suas responsabilidades básicas, o professor
deve estar preparado para enfrentar os novos desafios, advindos da revolução
tecnológica, a partir de suas habilidades, competências e qualidades, pois, “as
tecnologias são, meio, apoio, mas, com o avanço das redes, da comunicação em
tempo real e dos portais de pesquisa, transformaram-se em instrumentos
fundamentais para a mudança na educação” (MORAN, 2007, p. 90).
O professor, que repassa simplesmente o conhecimento em sala de aula, está
transmitindo somente a visão de mundo que possui, esquecendo que o alunado
também traz consigo conhecimentos múltiplos. O professor deve estar habilitado a
compartilhar as informações e conhecimentos com seus alunos, ou seja, aprender
fazendo e aprender a aprender.
“Os professores e os alunos passam a ser parceiros solidários que enfrentam
desafios a partir das problematizações reais do mundo contemporâneo e
demandam ações conjuntas que levem à colaboração, à cooperação e à
criatividade, para tornar a aprendizagem colaborativa, crítica e
transformadora” (BEHRENS, 2005, p. 76).

O professor deve auxiliar o aluno a compreender as informações advindas das
mídias, dinamizando as aulas, apoiados em recursos didáticos e tecnológicos,
ensinando ao alunado a questionar, criticar, comparar, compartilhar, avaliar e refletir

sobre temas diversificados dentro e fora da unidade escolar, constituindo assim uma
aprendizagem significativa e colaborativa.
Na quarta e última atividade desta etapa, evidenciou-se o resgate das vivências dos
cursistas, após os debates sobre o uso das TIC em sala de aula. Esta atividade
objetivou conhecermos um pouco mais sobre as experiências dos cusristas, através
de relatos sobre o uso pedagógico de diferentes tecnologias na sala de aula, na
comunidade escolar ou em outras situações de ensino, devendo ser postado na
“Biblioteca – material do aluno”. Foram postados vários trabalhos nesta
ferramenta, mas destaco o depoimento a seguir, pelo fato do cursista salientar que
trabalhar com tecnologias nunca foi sua principal intenção.
Na realidade, trabalhar com as novas tecnologias nunca foi a minha
principal intenção. A relação pessoal que estabeleço com as máquinas não é
muito boa, não leio manuais de utilização de eletrodoméstico, por exemplo,
mas também sozinha demoro a obter sucesso ao iniciar a execução de um
determinado aparelho pela primeira vez. O problema é que em relação ao
trabalho tudo é mais difícil, se a sociedade nos exige, se o aluno necessita, se
é um compromisso nosso como educadores, não há outra maneira, senão
procurar atender as expectativas da escola, da comunidade. É o aluno, ali,
diante de você, esperando uma aula diferente, esperando observar algo de
novo, de interessante, muitas vezes mais sobre o seu desempenho, do que
mesmo sobre o conteúdo da aula em si. O aluno por menos acesso que tenha
à máquina (no caso, o computador) parece saber muito mais. Não é fácil
abrir mão daquela antiga sensação de segurança em relação ao
conhecimento, para adentrar no mundo da tecnologia principalmente em sala
de aula. AV (turma SEE/AL 03).

A professora cursista evidenciou um dos principais problemas que vivenciamos
durante essa formação continuada, a questão da resistência, pois é difícil articular o
tradicional com a inovação. Salientou que, “não é fácil abrir mão daquela antiga
sensação de segurança em relação ao conhecimento, para adentrar no mundo da
tecnologia principalmente em sala de aula”.
A sensação de segurança explicitada aqui, é a questão do conservadorismo. A
maioria dos professores não consegue vencer os desafios, pois estão condicionados

aos padrões de uma época tradicionalista, ou seja, o professor é o detentor do saber e
o aluno o receptor desse saber. São poucos professores, que como esta relata que
devem procurar atender as expectativas da sociedade e se integram a cursos de
formaçaõ continuada para o uso das TIC.
Ainda nesta atividade, a professora – cursista explicou que se inscreveu neste curso
para atender as exigências da escola, mas, ao participar das atividades anteriores,
percebeu o quanto não entendia de tecnologia, pois em suas aulas, já se utilizavam as
tecnologias de forma integradas:
(...) lembro-me de uma atividade em que precisava de umas gravuras, na
verdade, de umas telas de pintores famosos do Simbolismo, do
Impressionismo e do Expressionismo. Eu pretendia apenas apresentá-las aos
alunos, a fim de mostrar suas principais características, estabelecendo
relação com a literatura. Mas como disponibilizá-las posteriormente para
que eles pudessem realizar outras atividades? Como a aula seria de
Literatura, especificamente, sobre o Simbolismo e o seu contexto histórico
no Brasil, eu senti a necessidade de mostrar algumas imagens e de criar
algumas possibilidades de produção de texto a partir delas. Para isso, reuni a
turma (50 alunos) em grupos de seis componentes, reservei o laboratório de
informática para utilizá-lo em quatro aulas, duas a cada dia. Nas primeiras,
os alunos fariam as pesquisas de textos (Internet) referentes à Escola
simbolista e selecionariam oito gravuras, ou seja, as pinturas dos principais
autores do período. Nas outras duas aulas, a atividade seria elaborar um
texto descritivo (Word) sobre quatro das oito obras selecionadas. Uma vez
concluída, a atividade seria salva nos computadores do laboratório, para uso
posterior, nos disquetes dos alunos e enviada para um e-mail criado para
essa finalidade. Foi realizada a socialização das atividades em sala de aula
através de impressos providenciados pelos próprios alunos. Se fosse hoje, eu
teria sugerido que esta mesma atividade fosse feita utilizando o Power-Point,
mas, na época, os meus alunos mal conseguiam guiar o mouse. AV (turma
SEE/AL 03).

Identificamos nesse relato a evolução de uma única cursista, que, a partir das
interações com os outros cursistas e o tutor, percebeu que para introduzir as TIC a
prática pedagógica, não era preciso atender a exigências, mas investir em
possibilidades inovadoras, e isso já estava sendo realizando em suas aulas.
Após essa atividade, enviamos um e-mail para saber melhor do desenvolvimento da
aula mencionada acima e a surpresa foi o fato de que os alunos, além de utilizarem os

computadores da escola, procuraram lan houses e casas de amigos e parentes que
tinham computadores, para concluírem essa atividade em tempo hábil.
Acreditamos que esses alunos, a partir de uma simples aula diferenciada, procuraram
de alguma forma, se inserirem no mundo das tecnologias, dentro e fora da unidade
escolar, e não percebemos essa valorização pelos demais professores da escola que a
cursista trabalha, que não participaram deste curso. Portanto, a atuação do professor
como orientador determinou a qualidade da relação com aluno, dentro do ambiente
escolar.
Na segunda etapa do “módulo introdutório”, foi investigado como a educação está
relacionada com as mudanças sociais, tecnológicas e culturais da Sociedade da
Informação e Comunicação. Analisando as novas competências para esta sociedade e
apresentando as possibilidades de construção da rede colaborativa de aprendizagem.
Abordou-se ainda a recontextualização do papel da escola à frente das demandas da
sociedade atual, levando a uma reflexão sobre a mudança de atitude e concepção
para conviver na sociedade em meio aos avanços das TIC.
Explicitaremos as propostas das quatro atividades realizadas nesta etapa, enfatizando
que somente três possibilitaram e incentivaram a integração de mídias em sala de
aula. A primeira atividade remeteu-se ao debate, realizado nas interfaces “fórum e
biblioteca”, sobre a larga mudança que vem ocorrendo no dia-a-dia, como é difícil
vencer os moldes tradicionalistas de ensino e as resistências intrínsecas existentes no
âmbito escolar.
A primeira atividade abordou o debate: refletindo sobre a mudança, sendo
realizada nas interfaces “fórum e biblioteca”. Os cursistas discutiram sobre como o
tema mudança vem acontecendo no dia-a-dia de cada um. Refletiram sobre como
lidar com a rapidez e abrangência das informações com as novas formas de

comunicação e com recursos tecnológicos que demandam novas maneiras de
aprender.
Não apresentaremos nenhum tipo de depoimento desta atividade, pois não
identificamos em relatos a integração de mídias, mas apenas relatos de como os
professores estão articulando as aulas, a partir dos novos desafios lançados com a
chegada das TIC. Mas, apresentamos duas paródias e uma imagem disponibilizadas
no ambiente e-proinfo, durante as discussões sobre o tema abordado:

De hoje em diante eu vou modificar o meu modo de aula.
Naquele instante em que não modifiquei; destrui meus alunos.
Agora eu não vou mais parar; cansei de esperar; de esperar enfim; e para não
reclamar; eu sou vou gostar de quem traz mudança em mim.
Não vai ser fácil, eu bem sei; eu já procurei; e já encontrei os meus
multimídas.
A escola não será a mesma, eu lutarei sim.
Hoje eu não vivo sem as TICs. (Paródia da música de Reginaldo Rossi
“só vou gostar de quem gosta de mim). EF (turma UFAL – 01).

Ai, ai! Não tem como não mudar.
Faz, faz! Todos vamos inovar.
Eu não tenho culpa do mundo mudando,
Se é pra melhor, pra que contrariar?
Pode não ser fácil, mas dá-se um jeitinho
Sou de fazer, não de reclamar.
E quer saber o que tenho pra dizer
Vai fazer você refletir
Pense bem, pense coleguinha
Use as TICs para interagir
É tão maneiro, uai. É bom demais
Não tem como duvidar
O ensino, uai. Com as TICs faz
Quem provar se amarrar. (Paródia da música do grupo: SPC
“Mineirinho”) HB (turma UFAL – 01).

As mudanças são inevitáveis e exigem novas maneiras de aprender, de nos
atualizarmos continuamente, e, sobretudo, adquirimos uma postura profissional aberta
ao novo, ao inesperado, ao desafiador. Requer que estejamos inseridos nesse processo,
com criticidade, responsabilidade e seriedade, a frente de nossos propósitos. Esta pode
ser uma das maiores dificuldades já enfrentadas pelos professores, de repente afastar-se

de um caráter tradicionalista de ensino e introduzir-se no âmbito construcionista,
permeado pelas mudanças advindas da sociedade tecnológica.
Como os relatos das paródias acima, dois professores - curssitas expuseram a
partir das músicas, que não podem mudar rapidamente, mas podem tentar inserir o novo
em suas aulas, pois tudo acontece de forma acelerada e nem sempre conseguimos
acompanhar esta revolução.
A escola deve ser a viabilizadora do uso dessas mudanças tecnológicas,
devendo o aluno associá-la ao seu cotidiano, a sua realidade com essas demandas. Para
tanto, se faz necessário, que a educação possibilite os alunos serem cidadãos críticos,
questionadores, observadores e pesquisadores no seu próprio ambiente, principalmente,
quando insere os meios de comunicação como televisão, rádios, material impresso,
internet e outros, em sala de aula.
A segunda atividade caracterizou-se com uma pesquisa, para ser realizada,
preferencialmente em grupo, na interface biblioteca, sobre temas diversificados, os
cursistas deveriam apresentar os objetivos, como se efetivou a utilização em sala de
aula, quais as formas usuais, as limitações, as críticas, ou seja, o cursista deveria
esboçar um mini-projeto que integrasse as TIC, explicitando que compreendeu como
fazer a integração das mídias.
Esta atividade denominada Pesquisa: Ferramentas para comunicação e interação
(Bilioteca) propôs aos professores - cursistas, que escolhessem um dos temas ou
sugerissem um novo tema que achassem interessante: Wiki, TV digital interativa,
Fotolog/Blog, Comunidades Virtuais (Orkut), RPG. A pesquisa poderia ser realizada
na internet, revistas, jornais, programas da TV escola ou outras fontes.
Deveria conter: 1- Descrição: o histórico, os objetivos, Quais as formas usuais de
utilização? Quem está e já utilizou em educação? Exemplificar por atividades com
alunos; 2 – Análise: Identificar as limitações, as potencialidades, as críticas, além de
responder aos seguintes questionamentos: Quais as propostas inovadoras? Quais as
oportunidades de uso em educação? Este estudo pode promover a modernização ou

mudança na educação? Não explicitaremos trechos dessa atividade, pois só foi
solicitada aos professores - cursistas uma breve pesquisa, não propondo a integração
das mídias no contexto escolar.
A terceira atividade desta etapa norteou-se por temas sobre a Sociedade da
Informação e Comunicação e a recontextualização do papel da escola diante das
demandas da sociedade atual. A partir das leituras disponíveis no ambiente, foi
proposta uma reflexão no Diário de Bordo: Por onde começar.
Esta atividade permitiu aos professores - cursistas, a partir de todas as leituras
realizadas, um aprimoramento sobre a reflexão das mudanças que a sociedade está
vivenciando e como a escola se organiza para enfrentá-las. Para que entendessem o
que estava sendo proposto, foram destacados os seguintes questionamentos: Surgem
novas possibilidades com a Internet e as TIC de organização das aulas dentro e fora
da escola? Os professores e a escola podem se organizar para as mudanças
inevitáveis, da forma mais adequada, equilibrada e coerente? Por onde começar e
como continuar? Verifiquemos os seguintes depoimentos abaixo:
Fica claro que com a chegada das novas tecnologias intelectuais, o professor
tem novas possibilidades e diferentes desafios que essas novas tecnologias
estão desencadeando. Porém, eu penso que é importante nesse momento o
posicionamento crítico que o professor deve ter diante dessas tecnologias,
procurando identificar os benefícios e os malefícios que trazem para poder
utilizá-los da melhor maneira possível, contribuindo para uma melhor
aprendizagem do aluno. JC (turma UFAL 02).

O plano em que se desenrola a reflexão sobre os benefícios das TIC´s no
contexto escolar é povoado por ações que resultam em mudanças de hábitos
e atitudes no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, há como
enveredar por essas abordagens em virtude de que a metodologia e didática
das aulas precisam e podem ser re-organizadas para atender e suprir a
necessidade do alunado, contextualizando com o seu mundo dentro e fora da
escola. KL (turma UFAL 02).

Nessa perspectiva, a escola deve entender que o indivíduo é alguém que
está intrínseco no mundo social e cultural, que se expressa em sua totalidade física,

emocional, intelectual e cultural. No entanto, é necessário que o professor veja o
aluno como um sujeito integralizado, não dissociando os aspectos que o constitui, em
termos de essencialidade.
A motivação é o pilar norteador das atividades para a formação do ser
humano. A contextualizando da aprendizagem com o cotidiano do aluno irá
proporcionar a significação dos conteúdos adquiridos pela escola, despertando a
compreensão e a utilidade prática dessa aprendizagem.
Na quarta e última atividade (Anexo 1) denominada: Trabalho final do
Módulo Introdutório: como incorporar o uso de mídias em sua escola? postada na
Biblioteca foi proposto o esboço do trabalho final do módulo introdutório, abordando a
incorporação do uso das mídias na escola.
Sugeria a re-leitura do material estudado até o momento e os tutores
explicaram o roteiro com as seguintes orientações para a elaboração do trabalho: a)
identificação de sua escola; b) tema da proposta; c) objetivos; d) problema/questão a ser
resolvido/investigada; e) público a ser envolvido; f) abordagem pedagógica; g) mídias e
tecnologias a serem utilizadas; h) atores e papéis que deverão desempenhar; i) dinâmica
da atividade, j) proposta preliminar das etapas/ações a serem realizadas; l) período de
realização e m) referências bibliográficas, ou seja, a elaboração do projeto de pesquisa a
ser investigado durante o módulo.
Os professores - cursistas esboçaram um projeto a partir da seguinte pergunta:
Como incorporar o uso de mídias na sua prática? O mesmo deveria ser concluído no fim
do módulo, e avaliado pelo tutor. Em anexo (1) selecionamos três esboços de projetos
que integraram as mídias em suas atividades, que serão analisados no capítulo seguinte,
mas não relataram como poderiam fazer a articulação entre esses recursos.
É importante integrar as potencialidades das tecnologias de informação e
comunicação nas atividades pedagógicas, de modo que favoreça a
representação textual e hipertextual do pensamento do aluno, a seleção, a
articulação e a troca de informações, bem como o registro sistemático de
processos e respectivas produções, para que possa recuperá-las, refletir sobre
elas, tomar decisões, efetuar as mudanças que se fizerem necessárias,
estabelecer novas articulações com conhecimentos e desenvolver a espiral
da aprendizagem (ALMEIDA, 2005, p. 42).

As TIC apresentam subsídios para os educadores a utilizarem no cotidiano de
sala de aula, impulsionando-os a assumir um novo perfil e transformando as práticas
atuais desenvolvidas na unidade escolar.
Para que os recursos tecnológicos sejam afrontados como um instrumento
metodológico, devem estar articulados na escola e inseridos no projeto político
pedagógico, assim como, implantados no projeto anual da escola e no Regimento
Escolar. Através de formações continuadas e de discussões, é que os sujeitos das
instituições escolares e até os professores mais resistentes poderão ceder aos entraves do
uso das novas tecnologias.
Ao promover discussões e estudar sobre as relações da educação com as
mudanças sociais, culturais e tecnológicas da Sociedade da Informação nas etapas
anteriores, a terceira etapa deste módulo orientou o estudo das relações entre a
comunicação e a educação. O módulo buscou apresentar, fazendo com que os cursistas
compreendessem como a educação é fundamental num processo de comunicação,
estabelecendo relações significativas para a aprendizagem.
Conhecendo como os meios possibilitam a comunicação com a população e
como compreendê-los melhor na educação, identificando assim as novas formas de
ensinar e aprender com o uso das mídias, destacando um leitor crítico e de autoria. O
módulo explanou o papel das mídias na educação (TV, rádio, computador), explorando
as linguagens e representações, sinalizando e propiciando o desenvolvimento da visão
integradora das mídias na prática docente.
Deste modo, ao assistir o vídeo da professora Elizabeth Almeida sobre a
integração de mídias, promoveram um debate virtual na interface “Fórum”, que se
caracterizou como a primeira atividade da quarta etapa.
A primeira atividade: Cenário: mídias e o contexto da escola (Fórum)
propôs uma re-leitura das etapas anteriores, das vivências e dos debates com os colegas.
Os cursistas foram convidados a pensarem num cenário ideal, que respeitasse as
possibilidades que a realidade escolar oferece.
O debate no fórum se desenvolveu a partir dos questionamentos: Como
preparar a comunidade escolar para se envolver em projetos que contemplem a
integração das diferentes mídias? Quais os fatores que podem colaborar para a
preparação dos professores para o uso das mídias? É necessário conhecer as
especificidades e a operação de cada uma? Qual o papel dos gestores neste processo?
Vejamos os depoimentos:

A realidade da maioria de nossas escolas nem sempre favorecem o uso de
recursos tecnológicos, uma vez que nos falta a disponibilidade dos mesmos.
Mas, mesmo a escola dispondo destes recursos, a utilização destes na prática
escolar só é possível havendo um planejamento direcionado com objetivos
definidos a partir de um trabalho que integre o corpo docente, coordenação e
direção desta escola. Além disso, se faz necessário ter conhecimento de
como utilizar os equipamentos. Caso o educador ainda não tenha tal
habilidade, aí entrará a contribuição de outros colegas auxiliando-o na
execução da tarefa desejada. Daí a necessidade da integração, do apoio entre
os membros da escola. Desta forma é possível integrar as mídias no contexto
da escola. ES (turma UFAL 02).
Dia após dia, as escolas evoluem tecnologicamente; preparam-se para um
futuro que já é presente. O esforço para vencer o desafio de transformar a
educação convencional é muito grande. No entanto, é fato que a maioria das
instituições brasileiras de ensino apresenta dificuldades para ingressar nessa
nova realidade, principalmente as escolas públicas. Refiro-me às
disponibilidades dos recursos e à ação de mudança. A necessidade de
acompanhar o avanço na educação é um forte motivo para superarmos a
inércia da rotina tradicional. LR (turma UFAL 02).

Percebemos que o assunto da resistência está intrínseco nos relatos dos
professores - cursistas, mas, com um objetivo: superá-la. Para isso acontecer, é
necessário que os professores integrem as mídias, articulando-as dentro da sala de aula,
e explicando ao alunado as diferenças específicas de cada uma, e principalmente a
diferença entre o pesquisar e navegar na internet.
Para integrarmos a tecnologia aos recursos didáticos mais simples, como o
livro e o quadro, é necessário saber a operação e aplicação específica de cada mídia a
ser utilizada no ciclo de conhecimento. Os gestores desempenham um papel importante
na liderança das instituições e, portanto, devem ser os incentivadores em todo o
processo: planejando, implementando, motivando e executando as tarefas e dinâmicas
escolares
Com o enriquecimento do debate no Fórum, a segunda atividade de caráter
opcional foi realizada na interface bate-papo. Com um rico contexto para uma discussão
significativa, a turma da SEE/AL 04 foi à única em que a maioria dos alunos participou.
Nas outras turmas a ausência dos mesmos foi notificada, ou por falta de tempo, horário
(sendo realizado de acordo com a conveniência dos alunos), ou por questões diversas.
Os “chats” (Anexo 2), realizados no horário noturno, tiveram a duração de 30
a 60 minutos. A discussão remeteu-se à questão da integração tecnológica, como os
professores usavam as diferentes mídias e tecnologias, mas a tutora levantou uma
questão: a de que os professores estavam iniciando o processo de mudança, vencendo a
resistência e participando de um chat educacional, não esquecendo que este foi
realizado pela segunda vez. Acompanhe a conversa integral em anexo.

Esta atividade, denominada Integrando a TV escola (Bate-papo), abordou
experiências com o uso das TIC, revelando as potencialidades das práticas pedagógicas.
Incentivou os cursistas a assistirem as experiências educacionais, apresentadas no
Programa Salto para o Futuro – “Série A Integração tecnológica, linguagem e
representação”.
Após assistir as experiências apresentadas no Programa, que retratam o uso
articulado de diferentes tecnologias e mídias, revelando assim as potencialidades de
práticas pedagógicas, os cursistas participariam do “chat”, discutindo ou propondo as
seguintes questões: Quais perguntas você gostaria de fazer aos envolvidos nas
experiências apresentadas? E aos especialistas convidados?
A terceira atividade, disponibilizada no “Fórum”, oportunizou aos cursistas o debate
sobre a integração da TV e Vídeo na sala de aula, e as diferentes formas de utilização
destes instrumentos. No fórum: Articulando teoria e prática: utilizando a TV e
Vídeo em sala de aula abordaram-se as diferentes formas de utilização de TV e
vídeo na sala de aula.
Os cursistas foram convidados a desenvolverem uma atividade de aplicação,
articulando os conceitos abordados em sala de aula. Nas aulas, poderia ser utilizado
um programa de TV e Vídeo, partilhando das experiências com seus colegas de
curso.
Estes seguiram o seguinte roteiro: escolha um vídeo ou programa de TV de sua
preferência e apresente-o na sala de aula, em que leciona. Informe-nos no debate
como planejou a atividade? Como identifica a forma de utilização: sensibilização,
ilustração, simulação, conteúdos de ensino? Relate as experiências, avaliando-as.
Comente as experiências dos colegas e propondo novas formas de utilização. Segue
sugestão de um cursista:
Escolhemos o filme Lampião o Rei do Cangaço (Brasil, 1963) Direção:
Carlos Coimbra. Elenco: Vanja Orico, Leonardo Villar, Dionísio Azevedo.
Pedi para os alunos observarem todos os aspectos do Vídeo, as gravuras, os
conteúdos, em seguida pedi os alunos que a partir do vídeo elaborar-se um
relatório em grupo dos seguintes aspectos: - contexto social em que o

cangaço se desenvolveu; - personalidade de Lampião; - relação com o
governo; - participação das mulheres; - cultura e imaginário popular (cordel,
romances, filmes). Os alunos gostaram muito do vídeo, e as imagens
ajudaram muito para eles desenvolverem melhor as atividades propostas, em
seguida eles fizeram uma pesquisa sobre os costumes, vestimentas e moradia
do casal Lampião e Maria Bonita. Bom, através da utilização do vídeo na
sala de aula pude analisar que inúmeros são os motivos levantados no
sentido de justificar a não utilização das Mídias nas salas de aulas por parte
dos professores.O conservadorismo ou o medo do novo é um deles,
professores que lidam muito bem no seu cotidiano com as novas
tecnologias, não conseguem passar essa vivência no meio escolar. O medo
do novo tem deixado muitos professores enclausurados em redomas de
conservadorismo, esquecendo-se de que a qualidade da escola depende da
renovação dos seus componentes. As Mídias na educação são de grande
importância a partir do momento em que são vistas como instrumento
educacional, pois podem ser facilitadoras da aprendizagem e se tornarem
mediadoras, pois facilitam ao aluno construir seu próprio conhecimento, na
qual o aluno passa a ser ativo, não esperando que o professor lhe dê tudo
pronto, mas que busque resolver suas necessidades. ML (turma UFAL 02).

Apesar de ter a ciência de que inserir as TIC no contexto escolar é uma abordagem
interativa, construtiva, possibilita a (re) construção do conhecimento e que cada
sujeito envolvido no processo de ensino e aprendizagem será visto como um
produtor de inovações, todos os relatos aqui apresentados evidenciam as resistências
dos professores quando o assunto é o uso das TIC na educação.
“O conservadorismo ou o medo do novo é um deles, professores que lidam muito
bem no seu cotidiano com as novas tecnologias, não conseguem passar essa vivência
no meio escolar” (cursista ML). Mas, por quê? Será o fato de achar que as TIC irão
substituir o professor? Ou não se importam com o aprimoramento da aprendizagem?
É evidente que a tecnologia não irá substituir o professor, pois as informações
recebidas pelos alunos, através desses meios chegam de forma desordenada. Mas, a
cada dia se torna necessário integrar nas aulas os meios de comunicação, no entanto,
o professor que continuar a manter-se no mero papel de transmissor de
conhecimento, não conseguirá vencer os obstáculos travados e impetrados pela
sociedade, quanto ao uso das TIC.

O conservadorismo deve ser convertido, na medida em que o professor facilite a
aprendizagem, orientando o trabalho do aluno. Além do mais, o professor hoje
assume tarefas educativas básicas que compensam carências sociais dos alunos, não
compreendidas, muitas vezes, pelo ambiente familiar.
Diante disso, o professor confronta-se com diferentes modelos de socialização. Neste
sentido, observamos que não é fácil para o professor entender os diferentes modelos,
porém deve adaptá-los ao contexto escolar, assumindo uma nova posição, e
definindo os valores educativos de referência para o caráter das novas exigências
advindas da sociedade atual.
A quarta atividade, Reflexão: o Rádio, foi realizada no Diário de Bordo, esta se
desviou das discussões anteriores, pois implicou no delineamento sobre o papel do
rádio na escola, e não como desenvolver uma possível integração com outras mídias
e nem destacar como articular seu uso com a TV.
Evidenciou a realização de pesquisas e a reflexão sobre o uso do rádio em sala de
aula e nas atividades didáticas. Partindo dessas reflexões, os cursistas foram
convidados a refletir sobre: qual o papel do rádio como meio de comunicação? Você
ouviu rádio hoje? Qual o seu papel na educação? Sua escola dispõe de algum projeto
que utilize essa mídia? Com que freqüência você ouve rádio? Que tipo de programa
gosta de ouvir? Você já usou programas de rádio em sala de aula, quais?
As tecnologias chegaram à escola, privilegiando mais o controle à modernização da
infra-estrutura e a gestão do que a mudança. As TIC ocasionam novos meios de
alcançar públicos que transcendem as comunidades locais, no entanto, é mister
nivelar e expandir o acesso, não só as TIC, mas as competências e habilidades para
utilizá-las e compreendê-las criativa e efetivamente no processo de ensino e
aprendizagem.

As TIC permitem a mediação quando nos referimos a capacitação entre professores e
alunos. A partir de capacitações é possível entender o processo de controle, avanço e
a necessidade de inseri-las em sala de aula. Esse entendimento contribui para uma
maior integração das mídias, tanto nos aspectos teóricos, quanto práticos.
Neste sentido, o módulo introdutório permitiu aos cursistas uma visão geral
de como integrar as mídias no âmbito escolar. Propondo discussões significativas e
relevantes, para uma formação continuada referente ao uso das TIC em sala de aula.
Os cursistas se envolveram em atividades que possibilitaram o aprender fazendo e o
aprender a aprender, assim como, “vivenciaram momentos de idealização,
investigação, observação, implementação e trocas de idéias por meio da manipulação
de recursos tecnológicos” (MARTINS, 2007, p. 204).

3.2 – A integração de mídias no Módulo TV e Vídeo

A cultura da televisão é até hoje o laço entre as classes sociais, buscando
atingir um referencial diferente e inovador, contribuindo, então, para a desmontagem
das tradições e incentivando a modernização. Segundo Moore e Kearsley (2007), a
televisão continua exercendo um forte poder a despeito dos desafios impostos pelas
TIC. Esta tende a conferir uma visão diferente de mundo para o ser social, como um
mundo sem fronteiras, de caráter síncrono e assíncrono, as informações são trazidas
para o sujeito de forma rápida e barata.
Neste caso, a imagem, o rápido repasse, as várias possibilidades de uso,
fizeram com que a tecnologia se expandisse e conquistasse um espaço significativo
junto ao público. A televisão é um dos principais acessos à informação, também sendo
idolatrada por inúmeras pessoas, mas não deixando de ser considerada um problema a
mais para pais e educadores e por uma parcela maior da intelectualidade, pois o
principal fator alegado é a sua capacidade de manipulação.

Com o lançamento da TV digital, a imagem televisiva é a mais vista, e,
consequentemente, alvo de interpretações, está intrinsecamente na cultura de massa,
intercalando com a expressão, mesmo tendo significados totalmente diferentes. É um
importante mecanismo de comunicação entre os indivíduos, tendo como enfoque
principal, reunir pessoas e públicos, proporcionando a possibilidade de participar
individualmente de uma atividade coletiva, através de programas exibidos diariamente.
“Com a televisão, estamos diante de um instrumento que, teoricamente, possibilita
atingir todo mundo” (BOURDIEU, 1997, p. 18).
Para apreender um pouco mais sobre essa tecnologia, o módulo Básico TV e Vídeo
(Fig. 4) aborda o contexto sócio-educativo da TV e do Vídeo, e como integrar essas
duas mídias em sala de aula. Da mesma forma que o módulo introdutório, o conteúdo
e atividades deste módulo estavam disponíveis na interface Módulo-conteúdo do
módulo.

Fig. 4 apresentação do módulo TV e Vídeo no e-Proinfo

O estudo deste módulo norteou-se a partir da discussão sobre o contexto sócioeducativo da TV e do vídeo, a apresentação dos conceitos básicos da linguagem

utilizada pela TV e a explicação sobre os conceitos básicos dos aspectos tecnológicos
da produção de um vídeo.
Foram desenvolvidas seis atividades, sinalizadas em uma única etapa. Esta etapa
realizou os seguintes apontamentos: a) o contexto sócio-educativo da TV e do Vídeo;
b) a linguagem televisiva; c) apresentação das noções básicas de produção de um
vídeo; d) a integração da TV e do Vídeo em sala de aula e e) as características e
potencialidades da TV.
A partir desses apontamentos foram abordados os seguintes questionamentos: Quais
as características da TV? De que forma seria possível a utilização da TV e do vídeo a
favor do processo educativo?
Na primeira atividade, realizada no fórum: Palavras Iniciais, foi solicitado que os
cursistas, a partir da visão geral, adquirida no módulo introdutório, se apresentassem
e comentassem sobre experiências (pessoais) com a TV na educação, evidenciando
suas expectativas para este módulo. Navegaram pelas participações dos demais
cursistas e comentaram algum aspecto que lhe chamou a atenção ou com qual se
identificaram. Abaixo algumas discussões:

Olá pessoal que bom que vamos continuar discutido educação e com certeza
aprendendo e ensinando um pouco mais, pois concordo com Paulo Freire
quando diz que "NINGUÉM EDUCA NINGUÉM, NINGUÉM EDUCA A
SI MESMO, OS HOMENS SE EDUCAM ENTRE SI MEDIATIZADOS
PELO MUNDO" então juntos podemos construir muito mais não é mesmo?
Utilizo a TV não só com alunos do ensino fundamental, mas também nas
formações dos professores como forma de incentivar uso das tecnologias nas
atividades com seus alunos. Podemos aproveitar na TV das novelas aos
Telejornais como problematização das temáticas a serem discutidas e
também como recurso para avaliar o processo da aprendizagem dos
trabalhos desenvolvidos. JV (turma UFAL 02).

O que mais me chama atenção da linguagem televisiva são o controle e
domínio que esses programas abertos têm com todo telespectador, que
muitas vezes interferem em mudança de comportamento, deixando-nos
incapazes de ler, interpretar e de pensar as mensagens que visualizamos e
recebemos. Cabe aos grupos sociais, principalmente a família e a escola
preparassem para poder acompanhar essas situações de forma crítica,

sabendo discernir a linguagem própria dos meios audiovisuais. IS (turma
SEE/AL 01).

De fato, como afirma a cursista JV, juntos podemos construir muito mais, pois
pesquisamos, debatemos, discutimos e chegamos a uma conclusão das idéias levantadas
durante esse processo. A linguagem televisiva está carregada de emoção para que os
telespectadores não consigam interpretar o que está além daquela transmissão.
Para Bourdieu (1997) a linguagem televisiva não é um jogo de rótulos, mas
ferramentas que são utilizadas para diferentes fins, e o seu uso em determinado contexto
lhe confere o significativo que tem para nós, que é expressado na forma que cada
telespectador assume em seu comportamento.
O recurso televisivo é uma das tecnologias mais utilizadas pelos professores
em sala de aula, seja para realizar atividades significativas, ou ocupar os alunos com
imagens sem intenções objetivas. Em alguns depoimentos os cursistas expressaram que
o professor deve criar um contexto de descontração, que venha a motivar o alunado para
as atividades que envolvam o uso da TV e do Vídeo.
É de fundamental importância, que a escola junto com os envolvidos realize o
planejamento, acompanhamento sistemático e a avaliação da atividade desenvolvida
com os alunos, a fim de averiguar os pontos positivos e negativos que subsidiarão a
consecução de atividades futuras, realizadas a partir do uso das TIC na unidade escolar.
A tecnologia deve ser uma auxiliar da ação educativa, sem, portanto, se sobrepor.
Por isso, a escola deve está preparada para lidar com as TIC, pois
identificando o real papel de cada uma, os alunos compreenderão as formas de
funcionamento e estruturação desse sistema comunicacional, das linguagens e
mensagens nele veiculadas.
As contribuições foram significativas e importantes para o aprimoramento
das discussões, pois, a maioria dos cursistas participou de alguns cursos de formação
continuada, para a utilização da TV e Vídeo na escola, como o TV na Escola e os
Desafios de Hoje e Alfabetização Digital para o uso das TIC.
Após as discussões percebemos que todos os professores integram a TV e o
vídeo em suas aulas, com objetivos diferenciados, conforme os assuntos abordados e
escolhidos pelos alunos. Essas mídias favoreceram uma nova vitalidade ao modo de

ensinar e aprender, pois “os nossos alunos, hoje, conseguem identificar e analisar o
que está implícito nas informações repassadas na TV”. JV (turma UFAL 02).
Mediante as discussões significativas desta primeira atividade, a segunda atividade
realizada no Fórum: TV na Escola e os Desafios de Hoje, teve como objetivo
principal debater sobre a TV e o vídeo no contexto escolar, acerca de do vídeo
evidenciado no curso TV na Escola e os Desafios de Hoje, que tratava sobre as
necessidades de se avaliar todos os pontos de vista de um vídeo, o stress das crianças
alicerçado pela carga de informação recebida por elas e se a melhoria da TV passa
pela discussão dos programas de auditório, excessos nas novelas, dos telejornais
sensacionalistas e/ou da formação cultural do brasileiro.
Logo, os cursistas refletiram sobre as três opiniões presentes no vídeo e responderam
ao seguinte questionamento: Que postura você adota frente aos conteúdos veiculados
pela televisão? Poste sua resposta e discuta também com seus colegas.
Elucidam-se apontamentos plausíveis sobre os conteúdos veiculados pelos
meios de comunicação de massa, em especial a televisão. Comungo na
essência do ponto de vista dos três especialistas apresentados no vídeo: é
irrefutável adotarmos uma postura não pacífica diante dos conteúdos
veiculados pela televisão. Percebe-se que o âmbito fabuloso, fictício induz
ao comportamento do estado semi-hipnótico, mas é imprescindível quebrar
essa intencionalidade ideológica para implantar um senso-crítico, um juízo
de valor. Perceber o plano em que se desenrola a alienação e toda a
materialidade do consumismo presente na linguagem televisiva, nas
publicidades, telenovelas, programas de auditório, telejornais. KL (turma
UFAL 02).
Concordo com você KL, quando escreve: “... é imprescindível quebrar essa
intencionalidade ideológica para implantar um senso crítico, um juízo de
valor”. Para tal, faz-se necessário à discussão, a leitura de diversos textos,
livros através da análise mediada pelo professor, pois o discente carece saber
que é capaz de criar inúmeros problemas acerca de um tema, assim como
encontrar soluções, saber que é capaz é uma etapa primordial no que
concerne ao processo ensino-aprendizagem. VB (turma UFAL 02).

Na segunda atividade, além das discussões sobre os assuntos propostos no
vídeo, como a adaptação dos profissionais da educação às TIC, as questões éticas do
audiovisual e as possibilidades pedagógicas de integração e uso da TV e do vídeo em

sala de aula, os cursistas se preocuparam em levantar questionamentos acerca da
linguagem televisiva, pois os jovens são alargados por esta linguagem, às vezes
subversivas.
Sendo assim, faz-se necessário desvelar os aspectos sensacionalistas e
influenciadores intrínsecos de forma subjacente na linguagem televisiva. Devido a
isso, percebe-se que pessoas iletradas e que não detém o acesso às informações são
as vítimas em potencial da classe dominante e suas subversivas mazelas sociais, pela
falta de instrução e conhecimento e até mesmo pelo não uso funcional das mídias.
Portanto, é preciso que a escola e os pais conduzam à re-elaboração dos conteúdos
advindos dos meios de comunicação, para expelir o que tem significância em suas
vivências.
Refletindo em que e como debater sobre linguagem televisiva, o módulo TV e vídeo
propôs, mais uma vez, uma discussão na interface “fórum”, intitulada: Linguagem
Televisiva, assinalando a terceira atividade.
Os cursistas foram remetidos a uma reflexão sobre o tipo de linguagem mediada pela
TV, explanando que é uma linguagem própria dos meios audiovisuais, que não se
copia da realidade, mas a re-cria. Essa re-criação se dá de maneira fragmentada,
estimulando os sentidos aguçados, principalmente, dos jovens.
Ao observar a programação televisiva, especialmente, dos canais abertos, os cursistas
refletiram sobre as seguintes questões: Qual a natureza da maioria dos programas
veiculados? Qual o tom desses programas? Que tipo de participação o telespectador
tem nessa programação? O que mais lhe chamou a atenção? Não esquecendo de
comentar com seus colegas a respeito de cada questão. Abaixo dois depoimentos
acerca das indagações:

A linguagem televisa na sua maioria tem uma natureza sensorial, misturando
o real com o imaginário, destacando alguns aspectos analógicos em imagens
destacadas, e acompanhando esse processo quase sempre não há
participação do telespectador que não precisa de esforço ou envolvimento ,
apenas lê a imagem que se introduz na memória sem tempo ou espaço para
interação. O que mais chama atenção, necessariamente é o jogo de imagem,
cores e música que automaticamente proporciona reação emotiva feita
intencionalmente para prender o telespectador que por sua vez precisa
analisar e repensar os seus conceitos, sem se deixar levar pelo jogo de
sedução proposital que ela transmite. ALN (SEE/AL – turma 02).

ALN, sua reflexão foi bem coerente com a realidade. Há sim uma
intencionalidade em deixar que o telespectador seja um ser passivo e
descomprometido com aquilo que vê, ao mesmo tempo em que exige que ele
tome a "forma" dos personagens que está assistindo. O jogo emocional é
uma prática na teledramaturgia que tem realmente como objetivo prender o
telespectador, já que a audiência é quem proporciona o lucro para os
programas de tv. Quanto mais sensibilidade estiver em jogo mais audiência.
Não é terrível você ter uma novela denominada PAGINAS DA VIDA? E
ainda mais, colocando fragmentos de depoimentos verídicos no final de cada
capítulo... Então, como resultado, todo mundo acaba se encontrando ou se
identificando com algum personagem ou com algum fato da novela. E nós,
educadores, precisamos colocar os pés no chão. Há muito trabalho para
quem deseja um país melhor! FN (SEE/AL – turma 02).

Como apreendemos nas atividades anteriores, a televisão desempenha um forte papel
na formação do modo de viver e de pensar do sujeito, na visão de mundo e de nossa
sensibilidade. No caso da televisão, a principal influência não se encontra apenas no
conteúdo do que é transmitido, mas na maneira de transmitir.
Observamos que a proposta da programação televisiva é variada, exibindo
novelas, programas de entretenimento, esporte, documentários, filmes, entre outros. Os
canais da TV aberta e por assinatura oferecem uma programação em um espaço maior
de tempo. O que as pessoas podem aprender à frente da TV? O caráter dos programas,
em sua maioria, são instrumentos de manipulação, formadores de opiniões, através das
idéias dos telespectadores, principalmente quando se discute sobre consumismo.
A participação do telespectador nesses programas é a princípio, vivenciar a
emoção, inventando a sua própria imaginação. E, interagir em alguns momentos, com
programas que pedem a opinião pública, sugestões e críticas como é o caso de
programas ao vivo e as telenovelas.
Professores e alunos podem aprender colaborativamente e significativamente a
partir do contexto televisivo, o problema é que não detêm da consciência crítica, diante

da TV. Respectivamente, se tornam cúmplices das programações, por não analisarem de
forma questionadora e reflexiva as informações recebidas.
Finalizadas as discussões sobre o uso da televisão e do vídeo em sala de aula e sobre
o embate da linguagem audiovisual, na quarta atividade: Pré-Produção (Anexo 3),
disponível na Biblioteca, os cursistas elaborariam um roteiro de um filme,
descrevendo o roteiro literário e técnico, com a lista dos materiais utilizados e cenas
a serem seguidas.
Ao reler os textos sobre roteiros disponíveis no link: Roteiro Literário, e seguindo as
orientações dos tutores enviadas por e-mail, os cursistas elaboraram um pequeno
roteiro para uma seqüência lúdica sobre um assunto ao qual poderiam desenvolver
em sua escola. Desenvolveram os planos para as cenas a fim de que pudesse ser
filmado eficientemente.
Ao compreenderem como elaborar um vídeo, a partir das noções básicas
apresentadas nos textos, desde o surgimento da câmera até como são captados os
sons e ruídos para uma transmissão de qualidade, a quinta atividade, realizada
também na interface Fórum, as discussões voltaram-se sobre o surgimento da TV
Digital.
No fórum: TV Digital, os cursistas realizaram uma pesquisa na internet, através do
site de busca www.google.com, propondo como poderia ser trabalhada a TV Digital
na escola para o desenvolvimento de um projeto com os alunos. Após a pesquisa, os
cursistas discutiram suas propostas com seus colegas, mas não foi possível aplicar as
propostas, pois a TV digital ainda não chegou no Estado.
No vídeo proposto na atividade descobri que o acesso à internet poderá ser
feito diretamente com a TV digital; só não entendi que será para tudo ou
somente para compra. Esse será o maior avanço tecnológico, pois do mais
humilde ao mais rico a TV está na nossa casa sem pedir licença e creio que
muita mudança poderá ainda acontecer, para direcionar as atividades
pedagógicas utilizando-se da tecnologia ora em questão. É isso aí gente,

conto com o apoio de todos nessa discussão tão rica que é a TV digital. EF
(turma UFAL 01).

Como o colega EF também não ficou claro para mim se a internet através da
TV digital poderá ser utilizada para tudo ou somente para compras. Através
da leitura do conteúdo deste módulo e pelo vídeo referente a esta atividade
percebo que a TV digital, diferente da analógica, propicia maior interação o
que pode ser altamente produtivo com relação a educação. Não sei se
compreendi bem, mas acredito que a TV digital consegue integrar diversas
mídias em um só equipamento. Fazendo uma comparação grossa com um
hipertexto, entendi que com a TV digital podemos escolher o "caminho", ou
seja, ver determinados programas na ordem que nos interessa, na hora que
quisermos, sem nos preocupar com a programação da emissora, logo não
precisaremos gravar os programas, na hora de nossa aula é só escolher, de
acordo com os programas dispostos pela emissora, o que queremos utilizar.
HG (turma UFAL 01).

A TV Digital é sim diferente da analógica, pois chega à sociedade brasileira
para substituí-la. Esta poderá ser um grande instrumento questionador, a partir de
programas interativos, pois as pessoas terão a capacidade de participarem ao vivo e
virtualmente da programação exibida pela TV.
Neste sentido, e até pela popularidade das TVs em nossa sociedade, e no
ponto de vista dos cursistas, julgam como positiva a introdução desse sistema, apesar
de sabermos que inicialmente grande parte da população não poderá adquirir uma
TV digital, seja por uma questão financeira ou pelo fato de que o sinal inicialmente
não chegará a todo o território nacional.
Para concluirmos as reflexões sobre este estudo, foi realizada a sexta atividade
denominada: Considerações Finais, no Diário de Bordo a fim de instaurar um maior
aprofundamento sobre as atividades já realizadas. Esta permitiu que o cursista
disponibilizasse suas reflexões sobre os estudos realizados neste módulo. A seguir,
um depoimento significativo:
A televisão, por exemplo, não é tão nova, mas, podemos afirmar que é novo
o trabalho que vem sendo desenvolvido a partir de seu uso. Com as políticas
governamentais de equipar as escolas com kits tecnológicos e a partir do
Programa TV Escola, que as escolas públicas começaram a desenvolver
ações e projetos envolvendo a televisão. A utilização da televisão nem
sempre foi planejada com intuito de ser uma ferramenta educativa e muitas

das vezes simplesmente como recurso para passar o tempo dos alunos.
Atualmente é vista como um recurso pedagógico que pode contribuir para o
desenvolvimento do ensino aprendizagem na perspectiva crítica de
educação. Por suas características multidimensionais de comunicação
sensorial, emocional e racional as quais envolvem os telespectadores com
suas imagens, sons, linguagens que sempre partem do concreto, das
emoções, dos sentimentos que fascinam as pessoas transmitindo suas
mensagens e com certeza estas estão sendo incorporadas pelas pessoas. Por
tudo isso, e por seu poder sedutor que a televisão deve ser utilizada a favor
do processo educativo, sendo incluída nos projetos pedagógicos da escola,
viabilizando uma articulação com as disciplinas do currículo escolar para
que as mesmas possam desenvolver trabalhos mais atrativos e produtores de
conhecimentos, sensibilizando os educadores e educandos para uma
educação crítica, humanizadora, principalmente a favor do bem comum
social. AV (turma – UFAL 02).

Diferentemente do primeiro módulo, o segundo buscou elucidar os efeitos e
conceitos da TV e do vídeo, assim como descreve a professora - cursista AV “a
televisão deve ser utilizada a favor do processo educativo, sendo incluída nos
projetos pedagógicos da escola, viabilizando uma articulação com as disciplinas do
currículo escolar”, ou seja, o uso da TV em sala de aula permite descrever e articular
as inúmeras possibilidades de integração dessas tecnologias, aqui apresentadas,
evidenciando a importância da integração no contexto escolar.
Decorremos em meio a debates e discussões, neste módulo, que as mídias
principalmente a mídia audiovisual estão no processo que passamos a conhecer como
globalização. As mídias se tornam tendências globalizadoras da modernidade; os
meios de comunicação levantam e dão força a esse conglomerado de relações
mundiais. Este processo, que distribui a mesma informação, através das mídias, de
alguns lugares para o resto do mundo, faz com que a informação seja consumida por
milhares de pessoas que assistem aos mesmos programas e canais na televisão.
É importante, não apenas, incluir as tecnologias audiovisuais, mas também as
digitais, porém a tecnologia não deve prevalecer em sala de aula, mas como
mediadora do processo de ensino e aprendizagem. O contexto escolar deve abranger
a participação dos sujeitos envolvidos promovendo o diálogo criativo e crítico, a

reflexão e a participação e a ação durante o processo de aprendizagem e prática da
utilização das TIC.

3.3 – A integração de mídias no Módulo Rádio

A mídia rádio é um dos meios de comunicação mais antigos, permitindo
aos lugares mais longínquos, no qual a TV não pôde monopolizar a aquisição das
informações atuais (cultura, lazer, sócio-político), atendendo assim dos menos
abastados aos mais abastados.
Com o aprimoramento das TIC, mesmo com condições de alcançar os
lugares mais longínquos, o rádio perdeu um pouco do espaço para outras mídias, que
apresentam, entre as suas características, recursos audiovisuais atrativos e eficazes.
Referente à sua introdução em sala de aula, temos experiências
significativas e interessantes, que devem ser apreciadas e adaptadas de acordo com a
realidade de cada ambiente escolar. Para ser utilizada em sua plenitude, devem ser
promovidas capacitações aos professores sobre as especificidades e potencialidades
da mídia rádio, assim como as escolas devem possuir equipamentos necessários para
o desenvolvimento das atividades pedagógicas, seduzindo a comunidade para
participarem em conjunto com a escola dos projetos que envolvam essa mídia. A
maioria dos professores não utiliza tal ferramenta em sala de aula, por não terem o
conhecimento específico de projetos ou programas desenvolvidos por esta mídia.
O rádio é um instrumento que está presente no dia-a-dia dos sujeitos, como
um meio de comunicação e entretenimento, no contexto da sociedade do
conhecimento. Este deve ter ligações estreitas com a educação e a informação,

devido a constantes mudanças mediadas pelo grande e rápido desenvolvimento da
tecnologia. “O rádio tem a vantagem de ser uma mídia flexível, permitindo uma
reportagem com informações de qualquer lugar do mundo e proporcionando a
atualização rápida de material a custos técnicos reduzidos” (MOORE e KEARSLEY,
2007).
Quanto à utilização do rádio na escola, consiste em uma didática de
interação entre o meio social e o meio sistêmico de aprendizagem, em que os
conteúdos dos programas de rádio devem ser de relevância social, propiciando
conhecimentos básicos, essenciais para qualquer cidadão resolver problemas no
contexto histórico e sociocultural e compreender a idéia de inter-relação entre as
sociedades humanas, para saber tratar as informações articuladas entre si e
conectadas com outras áreas do conhecimento veiculadas pelo rádio.
Pudemos identificar, após discussões com os cursistas que o módulo Básico da Mídia
Rádio (Fig. 5), proporcionou uma ampla discussão sobre as possibilidades do rádio
no ambiente escolar e como integrá-lo com outros meios tecnológicos. Defrontamonos com uma extensa abordagem sobre a utilização do rádio como estimulante
recurso no processo de aprendizagem, capaz de potencializar situações que
promovam a comunicação e a construção do conhecimento.

Fig. 5 Apresentação do conteúdo do módulo rádio no e-Proinfo

O módulo foi realizado em uma única etapa, desenvolveu quatro atividades, algumas
divididas por sub-temas, propondo questionar o papel do rádio e sua integração
frente a outros meios tecnológicos no âmbito escolar, traçando o panorama da
radiodifusão com relação à educação, identificando projetos de cunho educativos e
educomunicativos que utilizam à linguagem radiofônica nos aspectos históricos,
sócio-culturais e tecnológicos e vivenciando os conceitos de ecologia e percepção
sonora.
A discussão durante as atividades abordou os seguintes conteúdos: a) o papel do
rádio na escola; b) identificação de projetos educativos utilizando a mídia rádio, a
partir de experiências vivenciadas por alunos e professores; c) panorama do rádio no
Brasil, apresentando os aspectos históricos, sócio-culturais e tecnológicos e d)
abordagem das especificidades da ecologia sonora e as categorias da rádio.
Para o desenvolvimento deste módulo, a primeira atividade consistiu em dois itens,
para serem postados nas interfaces Fórum e Biblioteca. O primeiro definiu o perfil

dos ouvintes (cursistas), que já haviam pensado sobre o assunto na última atividade,
da etapa três do módulo introdutório, através da aplicação de um mini-questionário
com cinco perguntas, que evidenciavam com que freqüência os cursistas ouviam o
rádio? Quando ouviam o rádio, se concentravam em algo, ou estavam interessados
em algum aspecto específico; na escola em que lecionam, havia oportunidades para
se ouvir o rádio, se o rádio poderia ajudar um projeto pedagógico?
Este questionário, além de ser respondido pelos cursistas, também deveria ser
aplicado com o grupo ao qual cada professor (cursista) pretendesse desenvolver
atividades de caráter radiofônico. A segunda discussão permeou um debate sobre o
panorama do rádio no Brasil, apresentando o rádio como prática educativa, através
de projetos de educação na escola.
Deste modo, no fórum: Rádio na Escola, a partir do questionário enviado
por e-mail pelos tutores, os cursistas responderam a uma pequena enquete e
identificaram a relação das pessoas com o rádio em seu dia-a-dia. Estas questões
ajudaram no esclarecimento do perfil dos ouvintes, de quem as responde, tanto no
sentido geral, quanto ao conhecimento específico do papel educativo do rádio.
Abaixo os depoimentos:

É realmente a TV é uma mídia mais interessante, principalmente para quem
trabalha com criança, infelizmente com o avanço da tecnologia o rádio foi
deixado um pouco de lado. Até mesmo os programas educacionais voltados
a escolarização como projeto Rondom, a Hora do Brasil etc, que existiam
antes do advento do computador, não existem mais e o interessante é que o
computador ainda não é uma ferramenta acessível, mas mesmo assim os
programas de rádio são mais de entretenimento e jornalísticos. JV (turma –
UFAL 01).
O rádio também é uma mídia interessante para trabalharmos com as
crianças, pensemos nas músicas que gostam de ouvir, a partir daí podemos
fazer vários tipos de trabalhos. Além desses projetos de rádio que citou,
outros importantes como Rádio Visão, Rádio Vila Verde, já não existem
mais. LK (turma – UFAL 01).

Na maioria dos relatos, percebemos que a maioria dos alunos ouve rádio sem
finalidade pedagógica e a principal intenção é ouvir música ou programas
relacionados a notícias em geral. Os cursistas destacam que a integração da TV e
vídeo são mais atrativos e eficientes, quando se trata da realização de atividades
curriculares ou extracurriculares. Salientam ainda, que os professores não integram o
rádio com outras mídias, e infelizmente, esse módulo também não evidenciou tal
discussão.

Pelo que colhi entre colegas de profissão (não foi possível com os alunos,
pois estão de férias), todos utilizam o rádio diariamente, mas só para ouvir
música, geralmente nem prestam atenção à programação, ligam o rádio e
vão fazer outras atividades. O rádio não é utilizado na escola como
ferramenta pedagógica na sala de aula. Responderam que a televisão é mais
interessante, pois temos voz e imagem e que acham difícil o rádio ser
utilizado na escola. Mas alguns acham que para um curso a distancia o rádio
é ferramenta importante, principalmente em comunidades onde se tem
dificuldades do uso da TV. Na minha opinião o rádio é interessante, pois é
uma ferramenta poderosa de comunicação, visto que se pode levar no bolso
e utilizá-lo com fone de ouvidos, além de ser um aparelho de baixo custo;
pode ser de grande ajuda para expor conteúdos interessantes e atuais,
levando as pessoas a usarem um pouco a imaginação, pois a narrativa (sem
vídeo) faz a pessoa imaginar o ambiente onde se processa a narrativa, até se
adquirir mais habilidade e criatividade na hora de escrever um texto, por
exemplo. FM (turma – UFAL 01).

Então, como articular essa mídia as outras? Simplesmente, podemos realizar
atividades integradas com a TV e o vídeo, a Internet e o computador. Acima, uma
cursista relata que o rádio é uma mídia interessante, e que a partir das músicas, é
viável a realização de trabalhos.
Os alunos orientados pelos professores, podem realizar trabalhos com músicas,
fazendo paródias das mesmas, pesquisando na internet, estruturando no computador,
formar um grupo musical e montar a rádio na escola para a transmissão e divulgação
do trabalho. Ao mesmo tempo em que canta, pode-se montar um projeto de
transmissão pela TV, ou simplesmente gravar e após repassar no vídeo da escola.

Apesar de os professores não utilizarem constantemente essa mídia, acreditam que o
rádio auxilia de maneira significativa e colaborativa um projeto pedagógico,
oportunizando importantes momentos de aprendizagens. Para eles, o que falta é
estruturar os projetos, buscar apoios e pensar principalmente como realizá-los, pois
nem sempre as escolas oferecem estruturas para tal desenvolvimento.
Na interface Biblioteca, após traçar o perfil dos participantes, os cursistas deveriam
escolher uma das duas sugestões abaixo relacionadas, seguindo as orientações
enviadas por e-mail pelo tutor.
A primeira sugestão solicitava aos cursistas responderem a alguns questionamentos:
Você tem idéia do poder de alcance ao público que a mídia rádio representa? Leve
um mapa para a sala de aula. Peça aos alunos que escolham uma cidade da qual eles
nunca ouviram falar e proponha a seguinte reflexão: Para descobrirmos quantas
emissoras de rádio há na cidade escolhida, qual a melhor e mais rápida forma de
pesquisa? O que tal panorama permite pensar sobre a mídia rádio? Há rádios
comunitárias na cidade escolhida? E educativas? E as rádios comerciais, a que
ouvinte se destina?
Na segunda sugestão os cursistas deveriam escolher um dia da semana para ouvirem
rádio. O aluno deveria encontrar e escolher um programa que acredite ser educativo.
O professor sugere o uso de materiais tais como: lápis e papel, gravador de mão, fita
K7, entre outros, assim poderá captar melhor o áudio. Caso algum aluno não
conseguisse realizar a atividade, o mesmo precisaria relatar sobre as dificuldades.
Após essa atividade, o professor levaria o aluno ao laboratório de informática para
navegar no site do MEC e conhecer o programa Rádio Escola. Não houve trabalhos
significativos, a partir dessas sugestões, pois as escolas estavam em recesso e/ou
férias, portanto, os professores não conseguiram realizar a atividade.

Traçado o perfil dos participantes do curso e dos sujeitos envolvidos em suas
atividades, realizou-se a segunda atividade, na interface Fórum. Esta atividade
proporcionou a pesquisa na Internet para o conhecimento de outros projetos que
utilizam o rádio como recurso de trabalho, a fim de estabelecer um aprimoramento
nas possíveis atividades já estruturadas para o desenvolvimento em sala de aula.
O fórum: Rádios e projetos pedagógicos sugeriu aos cursistas que: 1) pesquisassem
outras experiências e fizessem uma relação de links interessantes; 2) analisassem as
diferentes formas de utilização do rádio nesses projetos, a partir de sua própria
bagagem didático-pedagógica e 3) compartilhassem com sua turma e com seu tutor
os resultados da pesquisa e as conclusões que achassem pertinentes. Segue um
exemplo da atividade:
Nunca imaginei que o rádio fosse uma ferramenta pedagógica tão
importante na escola, nunca fui estimulada a usá-la, nem tive oportunidade
de ler algo que contribuísse para que tivesse um olhar diferente para o uso
do rádio na escola, fico impressionada como são inúmeras as vantagens de
usar o rádio como ferramenta pedagógica na escola. Entre dos links que
pesquisei gostei muito do projeto da prefeitura de Sorocaba que
proporcionou as escolas públicas a criação de um projeto intitulado: Radio
na Escola, com o objetivo não só de incrementar a proposta pedagógica
pelos meios de comunicação, a partir da utilização de equipamentos da
comunicação radiofônica como também propiciar a vivência das funções
específicas do universo radiofônico. JV (turma – UFAL 01). LINKS
PESQUISADOS:
http://www.sorocaba.sp.gov.br/
http://www.midiativa.org.br/index.php/midiativa
http://novaescola.abril.com.br
http://www.educomradio.com.br/
http://www2.uerj.br/
http://www.reportersocial.com.br/

Ao pesquisarem sobre outras experiências no site indicado, os cursistas identificaram
muitos programas de rádio educativos. Mas, não basta entender como funciona e é
estruturada uma rádio, mas compreender suas especificidades e potencialidades. Para

isso, os cursistas disponibilizaram nas interfaces Fórum e Biblioteca, uma reflexão
sobre as especificidades sonoras.
A terceira atividade (Anexo 4), denominada; Ecologia Sonora (Fórum e Biblioteca)
foi dividida em três itens, o cursista escolheria um dos itens e desenvolveria o
trabalho orientado pelo tutor. Nesta atividade, existiam três atividades de número "3"
- 3A Desenhando sons/ 3B Contando uma história com sons / 3C Imitando uma
paisagem sonora, portanto, o espaço seria para compartilhar as experiências, sendo
assim, o cursista comentaria qual foi sua opção de atividade (3a, 3b ou 3c) e relatava
a experiência comentando com seus colegas como se deu a repercussão da mesma.
Os exemplos das atividades estão em anexo (4):
Ao acumularmos uma gama de informações e aprofundarmos o nosso conhecimento
através de pesquisas, vivências e troca de experiências com a mídia rádio, a quarta
atividade, também realizada na interface Fórum, remete a reflexão de como
implantar um projeto pedagógico com o uso do rádio. Resumindo (Fórum), é a
classificação desta última atividade.
Os cursistas relataram suas experiências, a partir do seguinte pergunta: você já
utilizou algum programa ou trecho de programa de rádio na escola com seus alunos?
Em caso negativo: ao se basear nos exemplos aqui mencionados e na sua própria
pesquisa, os cursistas descreveriam as ações que poderiam ser realizadas na escola ou
no espaço educativo em que interage. Em caso positivo: deveriam mencionar quais
atividades poderiam ser desenvolvidas além da leitura de interpretação de texto
radiofônico. Vejamos os depoimentos:
Apesar de nunca ter utilizado o Rádio em sala de aula, acho que nos dias
atuais os programas de rádio contêm elementos da tecnologia digital na
comunicação, mostrando que velhas e novas tecnologias podem e devem
conviver harmoniosamente, potencializando a aprendizagem. Uma das
vantagens do uso pedagógico da Rádio, além do seu caráter social e difusão
cultural, é sem dúvida o fato de que ela mexe muito com a imaginação do

ouvinte, ao mesmo tempo em que pode se tornar uma desvantagem se a
programação não tiver a linguagem adequada a este ouvinte, que talvez
possa divergir a sua imaginação do pensamento que o educador gostaria de
transmitir. ML (turma – UFAL 01).

É isso mesmo Luzia, o rádio pode ser um instrumento motivador aliado a
prática pedagógica. Nossa proposta é a implementação de projetos na escola
utilizando o rádio como ferramenta do processo de ensino e aprendizagem,
assim sendo torcemos para que cada escola repense sua realidade e tente
implantar um trabalho com rádio de modo a favorecer a comunidade escolar
com uma programação enriquecedora e construtiva. Então mãos à obra! RS
(turma – UFAL 01).

Compreendemos que a existência de uma rádio na escola vislumbra várias
possibilidades, tais como: entretenimento, interação, integração, inclusão, informação e
educação. Através de um acompanhamento transversal, inter e multidisciplinar uma
rádio na escola ao integrar-se com outras tecnologias poderá oferecer:
divulgação de eventos internos e externos;
informações de interesse da instituição e da comunidade;
discussões internas referente ao que acontece dentro e fora do contexto
escolar, onde os alunos troquem idéias e vivências sobre os temas
específicos, e os professores como mediadores deste debate; ao mesmo
tempo, possibilitem interações em salas de bate-papos, fóruns de discussão;
incentivar o desenvolvimento de projetos educativos sobre determinados
assuntos.
Neste processo, os cursistas perceberam que os professores serão mediadores e
os alunos condutores do processo de construção do conhecimento, assim será possível
que toda a comunidade escolar participe.
A comunicação e o repasse de informações consistem nos principais objetivos
para a utilização de uma rádio na escola. Problemas como falta de diálogos entre
professores, gestores, coordenadores possivelmente seriam sanados. A escola
envolvendo o desenvolvimento de uma rádio, integrada a outras mídias estaria
cumprindo de uma maneira não tradicional seu papel para com a sociedade, servindo
como elemento de construção social para a resolução de possíveis problemáticas
existentes.
“Aprender a utilizar o rádio como elemento integrado ao cotidiano escolar e a
outras mídias é o nosso propósito, ao oferecermos uma reflexão e uma abordagem

didático-pedagógica, em detalhes, sobre as diversas etapas e formas de sua utilização
hoje disponíveis”. (SETTE, 2006 – Cd -rom).
As experiências de rádio nas escolas e as propostas para utilizarem essa
mídia são diversas e cada uma com propostas díspares. Mas, ao analisarmos a
proposta deste módulo, evidenciada também, quanto à integração com outras mídias,
é evidente que em nenhuma atividade essa proposta foi apresentada.
Diferentemente dos módulos anteriores, em que os mesmos se preocuparam
em apresentar projetos de integração, o módulo rádio se preocupou em apresentar e
discutir as potencialidades, visibilidades e categorias desta mídia, propondo
sucintamente a realização de projetos pedagógicos com o uso do rádio.

3.4 – Análise da integração de mídias no Módulo Material Impresso

A escrita surgiu da necessidade de comunicação do homem primitivo, com gravações
de imagens nas paredes, originando o sistema de representação. “A escrita é um
método de registro da memória cultural, política, artística, social e religiosa de um
povo. Instrumentaliza a reflexão, a expressão, e a transmissão de informações, entre
outras necessidades sociais” (Módulo Impresso). A partir dessa necessidade, os
livros surgiram, pois os povos escreviam em diversos materiais, conforme a
disponibilidade de cada lugar.
A escrita permitiu uma nova maneira de os indivíduos se relacionarem, antes de seu
surgimento, uma história só poderia ser contada oralmente, após esse surgimento, a
história começou a ser relatada de maneira impressa. Deste modo, os sujeitos
começaram a cogitar sua própria visão da realidade social, analisando o
conhecimento e questionando as diversidades sócio-culturais advindas da sociedade.

Atualmente, o livro impresso parece estar sendo esquecido, pois com a cultura do
hipertexto, crianças, jovens e até adultos preferem recorrer aos recursos disponíveis
na Internet. No livro, não conseguimos consultar duas páginas ao mesmo tempo,
torna-se incômodo, é necessário que se leia uma página, para depois consultar a
outra. No hipertexto, podemos rapidamente adentrar em outros assuntos, basta clicar
na palavra “linkada”, que surgem novos textos, imagens, sons, vídeos e até
indicações de várias referências acerca do tema pesquisado.
O hipertexto se apresenta então como novo paradigma tecnológico que
liberta o usuário da lógica unívoca, da lógica da distribuição, (...) ele
permite a reinvenção da própria natureza e materialidade das velhas
tecnologias informacionais em novas tecnologias informatizadas
conversacionais. Ele democratiza a relação do indivíduo com a informação,
permitindo que ele ultrapasse a condição de consumidor, de espectador
passivo, para a condição de sujeito operativo, participativo e criativo.
(SILVA, 2006, p. 15).

A cultura digital, apesar de ainda ser muito restrita, impulsionou à forma tradicional
de escrita. Todo o processo educacional está passando por uma revolução. O
hipertexto permite representar um conhecimento articulado com elementos de
natureza diversificada. Para lidar com essa cultura, a escola tem que passar por uma
ampla reforma em seu currículo, articulando a mídia impressa com as mídias
tecnológicas.
O módulo Material Impresso (Fig. 6) foi organizado em duas etapas, apontando a
presença dessa mídia nos contextos de aprendizagem, englobando assim, todos os
textos escritos até a transposição para os contextos digitais e virtuais, incorporando
hipertexto e hipermídia, além de integrar-se a outras mídias.
Contemplou ainda, os conceitos básicos sobre a compreensão do papel dos impressos
na educação e as possibilidades de utilização desta linguagem, auxiliando o professor
no processo desta utilização. “Aprender a utilizar o material impresso como elemento
integrado ao cotidiano escolar e a outras mídias é o propósito deste módulo, ao

oferecermos uma reflexão e uma abordagem didático-pedagógica sobre as diversas
formas de sua utilização hoje disponíveis” (Módulo Impresso).

Fig. 6 Apresentação do módulo Material Impresso no e-Proinfo

O módulo foi sinalizado por duas etapas, intitulado: etapa 1: Do impresso à
hipermídia e etapa 2: Mídias Impressas na sala de aula. A primeira etapa realizou três
atividades, objetivando a contextualização histórica do surgimento da escrita e a
utilização das diferentes mídias na sala de aula, discutindo o papel dos impressos e
como se integrar com outras mídias no contexto escolar, caracterizando as diferentes
apresentações de textos no formato escrito, impresso, digital e virtual, investigando
as possibilidades de trabalho com impressos utilizando os meios audiovisuais e
hipertextuais.
A primeira atividade desta etapa, disponibilizada na interface Fórum: Importância
do Livro permeou a discussão sobre a importância do livro na era da internet. Neste

fórum, discutimos sobre a importância do livro, se os cursistas acreditavam que este
está com os dias contados, frente às novas mídias como a Internet.
Se os novos meios eletrônicos tornarão os livros obsoletos, e a literatura, irá
desaparecer. Para tal discussão foram levantados os seguintes questionamentos:
Como acessar as informações em contextos sem Internet? Por muitos anos, ler e
escrever têm sido os principais métodos de comunicação entre os sujeitos, vocês
acreditam que tal era está para terminar? E qual a importância da conservação do
saber coletivo através do material impresso? Analisemos os seguintes depoimentos:
Acontece, entretanto, que não se mostra para o aluno a importância do livro
na mesma proporção em que este é utilizado, ou seja, o livro só serve para
ler textos e fazer tarefa, tudo dissociado da importância que este tipo de
impresso tem para a perpetuação da cultura de um povo, em virtude de sua
função ímpar: incentivar o leitor à reflexão, à interpretação, além de
permanecer como bem, porque, daqui a anos, se quisermos pesquisar,
teremos a obra escrita, situação que não acontece com a Internet. Creio que
o livro continuará recebendo um forte abalo, mas com certeza o seu espaço
estará garantido. MN (turma – UFAL 01).
Concordo com a idéia que as novas tecnologias da informação e da
comunicação são fascinantes e de certa forma estão envolvendo mais as
pessoas. Mas, não concordo que o livro está perdendo seu valor e sim vejo
que vivemos a cultura da não leitura que é diferente. Os pais em sua maioria
e a escola não têm despertado nas crianças e nos jovens o gosto pela leitura.
Desta forma, outras leituras como, por exemplo, a internet, a televisão vão
envolvendo através das imagens, do emocional, e.t.c as pessoas. AL (turma
– UFAL 01).

Através dos debates sobre a importância do livro, as opiniões se diversificaram, uns
concordam que o impresso está desaparecendo, outros discordam dessa vertente.
Com o advento das TIC, os processos de leitura e escrita não são extinguidos.
O cursista MN evidencia que a leitura e a escrita não são apenas instrumentos de
comunicação, mas de reflexão, expressão, transmissão de informações e construção
do conhecimento. As outras mídias seduzem os sujeitos, pois a maioria evidencia a
leitura visual em tempo real, mas isso não quer dizer que o livro não seja envolvente.

O processo de incentivo a leitura deve ser repensado, sobretudo no ensino infantil e
fundamental, pois é nesse processo de socialização que as diferentes sensibilidades
culturais e lingüísticas implicam a construção dos valores.
Para apreendermos mais sobre a leitura e a escrita, através do hipertexto, na interface
Fórum, realizou-se um debate sobre a cultura do hipertexto, assinalando como a
segunda atividade. No fórum: A escrita e a leitura no hipertexto, os cursistas
debateram sobre as seguintes questões: O que muda na alfabetização, no letramento,
nos processos educacionais, na cultura digital? Como a escola pode lidar com a
cultura do hipertexto? Como a Internet está mudando nossa relação com a leitura e a
escrita? O computador e a Internet servirão de estímulo à leitura ou será uma
ameaça? Por quê? Por que o hipertexto é subversivo? Que dificuldades os leitores
encontram na leitura apoiada por suportes virtuais? Que vantagens e desvantagens
podem ser apontadas em relação à leitura apoiada por suportes virtuais? O hipertexto
elimina a idéia da autoria? A seguir analisamos algumas interações sobre as questões
propostas:
Com a utilização do Hipertexto poderemos permitir ao aluno acessar
(navegar) no texto, sendo este responsável pela construção do seu
conhecimento a partir dos caminhos (links) que serão escolhidos por ele que
seria o conceito de interatividade, tornando esta a principal vantagem do
Hipertexto juntamente com não-linearidade na qual o aluno não tem uma
ordem preestabelecida ou seqüência formal de caminhos (links) a escolher,
onde a leitura torna-se fundamental para que o aluno acesse todas essas
informações que serão por ele analisadas. Sendo de fundamental
importância para a motivação da leitura, a escola oferecer essa possibilidade
de inclusão digital criando um espaço onde o aluno além de ter contato com
as possibilidades (livros, revistas, quadrinhos, jornais) oferecidas pela
biblioteca escolar, a escola oferecer uma socialização dos alunos com essa
nova mídia, onde mostraremos as vantagens e desvantagens, pois quando o
aluno não tem cuidado com a quantidade de links que acessar, pode se
perder na rede de possibilidades que são oferecidas pelo hipertexto. AE
(turma – UFAL 01).

Ólá AE, o hipertexto nos traz um espaço de interação imediata com a
informação, nele temos muito forte a proposta de autoria, pois ao mesmo
tempo somos leitores-autores, a flexibilidade dos links nos encaminha a
construir a trajetória de leitura que nos interessa, e nesta construção
estabelecemos nossas marcas de leitura. É realmente muito importante que o

professor enquanto mediador esteja atendo para que o aluno não se “perca
na rede”, ao propor uma atividade é fundamental estabelecer os objetivos,
pois são eles que nortearam a navegação do aluno, conhecer sites e propor
sugestões de pesquisa é uma boa alternativa. RB (turma – UFAL 01).

Para os cursistas, o hipertexto torna-se um recurso importante para organizar
materiais diferentes em sala de aula, porém devem-se mostrar aos alunos as
possibilidades e impossibilidades dessa cultura digital. O hipertexto permite ao leitor
uma maior interação com variados textos digitalizados e disponíveis em diversos
sites.
O hipertexto possibilita e amplia recursos do texto escrito, articulando com sons,
imagens, a cada acesso o leitor abre novas janelas (links), e se depara com novidades,
como ler e observar imagens em movimento.
O hipertexto é um fator estimulante da leitura e construção do conhecimento, não
deixando de ser a leitura impressa também, de grande importância e fundamental
para a formação e desenvolvimento do sujeito crítico, autônomo e reflexivo.
Compreendendo a importância e o significado da leitura e escrita impressa e digital,
na terceira atividade, realizada na interface Biblioteca, os cursistas foram convidados
a ampliarem as leituras e produzirem um texto sobre as formas de trabalhar com
textos no meio digital.
Várias foram as propostas que identificaram as formas de trabalho com a escrita
digital no âmbito escolar. Contudo, todas as discussões permearam sobre a mudança
e a preparação do profissional para inserir as TIC no contexto escolar. Portanto, os
professores não esqueceram de mencionar, que o livro é importante no processo de
ensino e aprendizagem e a uma das fontes mais confiáveis de obtermos
conhecimento.

Baseado nisto, a segunda etapa buscou avaliar a influência dos textos escolares na
aprendizagem e na prática pedagógica, distinguindo a disponibilidade e
acessibilidade da mídia impressa aos professores no trabalho pedagógico em sala de
aula, tais como: livros didáticos e paradidáticos, enciclopédias, jornais, propagandas,
histórias em quadrinhos, cordel, revistas (impressas e online), mapas e projetos
integrando mídias.
Nesta etapa foi ofertada a quarta atividade, em que os cursistas discutiriam na
interface Fórum Utilização do Livro Didático, a partir da afirmação de Bizzo (1999)
"O livro didático (...) tem sido apontado como o grande vilão do ensino no Brasil”.
Diante dos grandes problemas educacionais, dos Parâmetros Curriculares Nacionais
e do baixo desempenho dos alunos em testes padronizados, muitos educadores
apontam o livro didático como o grande obstáculo a impedir mudanças significativas
nas salas de aula.
Alguns chegam a afirmar que ele deve ser simplesmente retirado do alcance do
professor para que as mudanças possam de fato ocorrer”, os cursistas deveriam
responder aos seguintes questionamentos: Você concorda com a afirmação do autor?
Analise o uso do livro didático na sua prática pedagógica. Reflita sobre como você
utiliza o livro texto. Avalie o livro didático que você utiliza em sala de aula: o livro é
correto do ponto de vista conceitual? A metodologia de ensino proposta no livro é
estimulante, evitando longas listas de nomes a serem memorizados e exercícios de
transcrição de texto? O livro revela preocupação em prevenir preconceitos e evitar
estereótipos de natureza étnica, de gênero e de classe social ou discriminações de
minorias?
Sabemos que a escola pública tem problemas sérios de falta de materiais
didático e estruturais (salas de vídeos, de computação, etc.), para banir o
livro didático o professor necessitaria de outras ferramentas como: xérox,
material de apoio (livros paradidático, retroprojetor,etc.) e bem sabemos que

muitas escolas só dispõe do quadro e giz, como fascinar o aluno desse jeito?
É muito fácil falar, mas é preciso ver a situação real, o que muitos não o
fazem. Ao utilizar o livro o professor deve ter o discernimento de que todo
livro tem problemas e cabe a ele (professor) fazer a melhor adaptação para
seu uso em sala de aula. FM (turma – UFAL 01).
De fato FM, sabemos que a escolha do livro didático passa por uma
comissão, assim sendo desde lá é importante a visão de que tipo de livro
queremos que nossos alunos tenham acesso!? Nas mãos do professor
independe da qualidade do livro é ele o responsável por fazer este filtro das
informações apresentadas. Acredito que o mau uso do livro didático está
ligado a prática docente e que bani-lo só iria favorecer uma educação mais
pobre, onde alunos ficariam mais restritos ao material impresso. RS (turma
– UFAL 01).

A partir desses depoimentos, depreendemos então, que o livro, ainda continua sendo
um instrumento importante no contexto escolar. O que muda é a forma de ensinar e
aprender, o professor está mais independente e livre dos métodos tradicionais
estabelecidos pelas instituições, propiciando e promovendo aulas diferentes, que se
remetem ao complexo social vigente a cada realidade, contribuindo para a motivação
e interesse do alunado.
Esta etapa realizou atividades que visaram o desenvolvimento da competência dos
alunos, orientando os educadores a contextualizarem a mídia impressa em seus
projetos pedagógicos. O cursista deveria escolher umas das sugestões de atividades
(Anexo 5), seguir as orientações do tutor e postar na interface Biblioteca: jornal,
propaganda: elaboração de anúncios, história em quadrinhos, cordel, revistas
impressas e online e mapas.
Escolhemos três atividades, uma com o cordel, outra com propaganda e com história
em quadrinhos, os professores trabalharam com esses recursos em sala de aula, a
partir da escolha dos alunos e tentaram incluídas na proposta do Projeto políticopedagógico. Utilizaram diferentes recursos tecnológicos como o computador, a
Internet, DVD e o livro, para que os alunos pudessem pesquisar e conhecer as

características, potencialidades e necessidades de cada assunto abordado (não
analisamos esta atividade, pois não propôs a integração de mídias).
A quinta atividade instaurada na interface Biblioteca, contemplou a escolha de uma
das mídias impressas, sugeridas na quarta atividade e propondo uma atividade
didática a ser realizada no projeto proposto no Módulo Introdutório (esta atividade
foi disponibilizada no projeto final – Capítulo 4).
Esta atividade levou o cursista a escolher uma das mídias impressas e construir uma
atividade didática a ser trabalhada no projeto proposto no Módulo Introdutório,
relendo os conceitos e reflexões abordados nas etapas 1 e 2, para auxiliar o seu
trabalho. Posteriormente prepararam um relatório com a atividade, envolvendo:
temas, mídia impressa a ser utilizada, atores e papéis que irão desenvolver.
Inúmeros são os recursos didáticos importantes para a execução do trabalho
escolar, inclusive as mídias impressas, que auxiliam o trabalho do professor desde os
livros para-didáticos, revistas de interesse geral, revistas especializadas em educação,
jornais, revistas e jornais online. A questão não reside no desaparecimento do livro,
mas fazer uso deste no contexto escolar.
As mídias impressas são meios para que alunos possam adquirir e
confrontar conhecimentos, desenvolver habilidades e competências, e problematizar
questões. Porém, alguns professores ou por falta de orientação pedagógica ou por
questões tradicionalistas intrínsecas, tendem a limitar as aulas em resumos dos livros
didáticos, não aproveitando as possibilidades de integração das diversas mídias.
Logo, a discussão estabelecida neste módulo, analisou as concepções dos educadores
sobre as diferentes formas da leitura e escrita no contexto escolar.

É necessário identificar que o papel do professor, nesse novo contexto é de
inserir o aluno ao ambiente que lhe permita encontrar soluções ao invés de oferecer,
de ser um provocador, induzindo o aluno a pensar e a agir conscientemente diante de
situações novas e dos desafios que surgem permeados pelos avanços tecnológicos,
levantando hipóteses, avaliando e refletindo sobre os resultados.
É indispensável envolver os alunos no processo de participação, interação,
enfatizando que o mesmo é o sujeito da aprendizagem, capaz de construir o seu
próprio conhecimento. O professor, então, interpretará, analisará o saber composto,
construindo e reconstruindo o conhecimento dos alunos, devendo assim, assumir seu
papel no desenvolvimento das ações inovadoras.

3.5 – Propostas de integração de mídias no Módulo Internet e Informática

Autores como Valente (2003), Moran (2007), Moore e Kearsley (2007) e
Almeida (2007), estudam e discutem sobre o impacto das TIC na educação, tendo como
principais objetivos, a pesquisa e análise sobre como o setor educacional recebe e
assimila essas ferramentas que lhes são oferecidas.
Esses estudos visam aprofundar o conhecimento sobre a real importância das
TIC no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, a relação professor-aluno, assim
como o estágio sócio-cultural das instituições escolares.
Neste contexto, o acesso acelerado a tecnologias digitais oferece oportunidades
significativas, assim como imprimem novos desafios. O acesso às informações é
democratizado e os alunos cada vez mais chegarão à sala de aula, com amplas
experiências de edições de vídeos, de tecnologias musicais digitais, de manipulação
de imagens.

A escola junto com seus os sujeitos envolvidos deverá controlar o acesso
desordenado, buscando competências e habilidades viabilizadas pelas TIC. Esse
“controle” contribuirá para uma integração das mídias na educação.
O módulo Informática e Internet (Fig. 7), dividido em três etapas,
evidenciou o estudo sobre os recursos que a Informática oferece aos professores para
trabalharem com atividades que desenvolvam melhor o processo de ensino e
aprendizagem.
Este módulo contemplou os seguintes conteúdos: a) discutir sobre o
computador, suas especificidades e tutoriais; b) apresentação de sistemas
operacionais e seus aplicativos; c) a segurança na Internet e d) a Internet no âmbito
educacional.

Fig. 7 apresentação do módulo Informática e Internet no e-Proinfo

A primeira etapa se caracterizou pela apresentação dos componentes básicos de um
computador, assim sendo, instaurou-se, na primeira atividade, um debate na interface
“fórum” com o objetivo de trocar experiências sobre o uso de máquinas mal
configuradas em sala de aula.
No fórum: O computador e seu funcionamento, o professor - cursista trocou idéias
com seus colegas, sobre as dificuldades inerentes ao uso de máquinas mal
configuradas, tendo em vista os vídeos e tutoriais disponibilizados no ambiente. Foi
sugerido, então, que procurassem em jornais e revistas, e/ou na Internet, anúncios de
vendas de computadores, anotando a configuração indicada e disponibilizassem no
ambiente e-proinfo. Abaixo selecionamos duas contribuições que permeavam o
conhecer e o desconhecimento da parte física do computador:
Não domino a parte física da máquina, até agora só me preocupava com os
programas, mas às vezes acontecem pequenos problemas, sendo preciso
chamar um técnico nem sempre honesto que resolve o problema rápido e
cobra muito, por isso achei interessante esta parte do curso. Fique curioso,
procurei em jornais as configurações e pedi ajuda de algumas pessoas que
têm o curso de técnico de instalação de computador e não achei uma coisa
muito simples, percebi que primeiro temos que saber para que queremos o
computador (que programas vou utilizar?), para definirmos a quantidade de
memória e definirmos o tipo de placa mãe a ser utilizada, pois a partir da
placa mãe é que serão definidos os outros itens da máquina como: disco
rígido(capacidade), o monitor, o teclado,etc.. Estou fazendo uma pesquisa
mais apurada na internet e em alguns materiais de cursos de montagem para
definir como montar um computador. FM (turma – UFAL 01).

O computador é reconhecido por duas partes: o hardware que é a parte
física, ou seja, tudo aquilo que podemos tocar, como: o monitor, o teclado, o
mouse, impressora, a placa mãe e etc. E a outra parte é a lógica, aquela que
não podemos tocar, chamada de software. Muitos se preocupam apenas com
a parte lógica (software) e deixa de lado o hardware. Qualquer computador
está sujeito a problemas. Quando não sabemos solucionar esses problemas
chamamos o técnico, que conserta, mas nos cobra preços caríssimos, por
isso é sempre bom saber o que está acontecendo no computador e ter idéias
sobre os problemas que é cada vez mais recente. NT (turma – UFAL 01).

Essa atividade permitiu que, após a leitura dos textos e das orientações
acerca do funcionamento e significados dos componentes do computador, os
cursistas percebessem a importância do entendimento das especificidades desta

máquina, que quando mal configurada não serve para realizar nenhum tipo de
atividade.
Analisaram que não podemos ter um computador, especificamente para uso
pedagógico (professores) ou profissional, mas que necessariamente devemos
entender as configurações básicas de utilização. Assim, ficará mais fácil entendermos
o que acontece com a máquina, quando por exemplo, esta está infectada por um
simples vírus.
Compreendido os mecanismos do computador, a segunda atividade,
realizada na interface Biblioteca, remeteu a discussão sobre o uso do computador na
escola. O cursista deveria ler os textos disponíveis no ambiente, pesquisar em lojas
especializadas, escolher um bom computador e especificar detalhadamente as
potencialidades da máquina.
Antes de detalharem as especificadades das máquinas escolhidas, os
cursistas refletiram sobre a utilização do computador na escola, discutiram que o
computador, não chega a escola para substituir o professor, mas é utilizado no auxílio
das atividades escolares contínuas, explorátórias, investigativas e criativas.
Os computadores na escola facilitam o trabalho interdisciplinar,
ocasionando ao prazer e dinamicidade no processo de ensino e aprendizagem,
contudo, é preciso, ao adquirir as máquinas nas escolas um dinamismo referente à
utilização e manutenção das mesmas (Anexo 6).
Ao desmistificar as potencialidades do computador e pesquisar uma
máquina para desenvolver e produzir trabalhos no contexto escolar, a segunda etapa
deste módulo proporcionou aos professores, o debate sobre as questões relacionadas
ao sistema operacional e aplicativos educacionais.

Para tanto, os cursistas realizaram a terceira atividade na interface Fórum:
Sistema operacional e seus aplicativos, a fim de refletir sobre a utilização de
software no contexto escolar. Discutindo sobre quais as soluções que cada um utiliza,
como aprenderam a utilizar as ferramentas de software, em especial as
funcionalidades do sistema operacional.
Os cursistas, nesta atividade, discutiram bastante sobre os sistemas
operacionais, principalmente sobre o Linux (software livre), pois no período do
curso, muitas escolas receberam seus equipamentos com a configuração deste
sistema. Destacaram que existe vários programas de cunho educativo, como os
instrucionistas, simuladores, de autoria e tutoriais, e que o mais importante é sempre
fazer um planejamento claro e específico para cada recurso didático e tecnológico a
ser utilizado em sala de aula.
Na quarta atividade foi inserida a proposta de elaboração de um programa de
capacitação relativo ao uso dos recursos de aplicativos em sala de aula, respondendo aos
seguintes questionamentos: O que você colocaria no programa? Por quê? Respondido, o
cursista deveria construir um pequeno texto relatando as especificações do programa,
postando o mesmo na interface Biblioteca (Anexo 7).
Os trabalhos foram desenvolvidos com diversos aplicativos. Os cursistas integraram
algumas mídias no projeto, como além do uso de aplicativos para os alunos
realizarem as atividades, trabalharam com os impressos e com a internet. “O
aprendizado ocorreu com o uso constante do computador, pois os alunos
desenvolveram habilidades diversificadas e se mostraram interessados nos assuntos
abordados e na discussão em sala de aula” IS (turma – UFAL 01). Não
analisaremos esta atividade, pois não houve proposta de integração das mídias.
Ao estudar como aplicar software na sala de aula e elaborar projeto integrando esses
aplicativos e a Internet, a terceira etapa, com a quinta atividade, realizada na

interface Fórum, consistiu na reflexão do uso seguro da internet, debatendo sobre as
condições recomendáveis e indispensáveis para utilizá-la apropriadamente, e como o
uso indevido afeta a utilização da internet na escola.
No fórum Conectando - a Internet pode ser uma ferramenta extraordinária para
ensejar aprendizagem significativa, mas também há perigos esperando internautas
inexperientes. A partir dessa reflexão, os cursistas debateram com os colegas sobre
que medidas de proteção podem ser tomadas para um uso eficiente e seguro da
Internet. Como a Internet pode ser usada apropriadamente na educação?
Minha experiência é bem diferente. Uso a internet para tudo que está
disponível. Utilizo internet banking, pago contas, faço compras de produtos,
passagens aéreas, hospedo páginas via FTP, participo de cursos EAD,
navego muito em diversos sites de diversas áreas, participo de comunidades,
etc. NUNCA tive problema com segurança e sempre estimulo as pessoas a
utilizarem também. Ir ao banco é algo raríssimo na minha vida. É claro que
tomo alguns cuidados como: limpar sempre o histórico, temporários e
cockies através do Navegador. Não abro arquivos anexos que tenham as
extensões SCR, EXE ou qualquer outra que não sejam as usuais (JPG, GIF,
PNG, PPT, PPS, RAR ou ZIP). Tenho um e-mail particular que só divulguei
para as pessoas que conheço e tenho um outro e-mail popular que utilizo
para todas as solicitações de cadastro e deste nunca abro os anexos. Só
preencho formulários que não obrigam a digitar o CPF, principalmente de
serviços gratuitos. Deixo meu antivírus sempre disponível e atualizado e
faço as atualizações automáticas do windows constantemente. Nos sites de
relacionamento como o orkut, como não estou procurando fazer novos
amigos por lá e sim manter contato com os que já tenho, sempre apago meus
recados e não deixo em meu perfil informações relevantes sobre mim, nem o
nome. Ah! Nunca digito o numero de cartão de crédito em computadores
públicos (escolas, lanhouse, etc.). PG (turma-UFAL 01).
Um cuidado primordial ao acessar a internet é pesquisar ou entrar num
programa que seja confiável e conhecido, para não facilitar a invasão de
vírus. O segundo é escolher um software educativo de acordo com a idade
do seu aluno. Não adianta acreditar em tudo o que dizem os fabricantes e
distribuidores de software. Esses farão de tudo para vender seus produtos; se
terão valor educativo de fato, é outra história. E a educação é uma coisa só,
com ou sem tecnologia. Para educar bem, é preciso entender como funciona
uma criança ou um adolescente. O computador é apenas uma ferramenta
auxiliar do professor, a presença humana na educação é insubstituível. Na
internet está explodindo como mídia. Uma mídia aberta, descentralizada e,
por isso aumenta o número de pessoas que criam suas próprias revistas,
emissoras de rádio, sem pedir licença ao Estado. Na educação, Internet não
fica atrás, encontramos vários tipos de aplicação educacionais; de
divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino e comunicação. NT (turmaUFAL 01).

Nos depoimentos acima, identificamos duas opiniões totalmente diferentes.
A primeira remete-se a um usuário virtual, que sabe lidar com as vantagens e

desvantagens do uso da Internet e do computador. A segunda também entende, mas
permeou a discussão pedagogicamente, refletindo que o computador é apenas uma
ferramenta auxiliar para o trabalho do professor.
De certo modo, o que ocorreu nesta discussão, foi a compreensão de algo
que não se constrói apenas na relação direta, mas em conjunto, propiciadas por
expectativas, interesses, necessidades e outros aspectos que envolvam os
conhecimentos mais concretos.
Veja que a cursista NT indagou que “a educação é uma coisa só, com ou
sem tecnologia”, e que para educar bem precisamos entender como funciona tudo e
não só uma simples máquina, no entanto, “a compreensão sobre as formas de
funcionamento e estruturação desse sistema educacional (...) torna-se essencial para
desvendar seus modos operatórios em relação a sociedade” (BRETÃS, 2004, p. 86).
Identificamos neste módulo, através das atividades que nenhuma discussão
versavam sobre a integração dessa mídia com outras, nem mesmo em sala de aula.
As discussões permearam-se em torno das técnicas do sistema operacional do
computador.

3.6 – Módulo Gestão Integrada de Mídias – as propostas

O módulo Gestão Integrada de Mídias (Fig. 8) proporciona uma visão geral
dos conceitos de gestão, mídias e tecnologias, fundamentando as práticas pedagógicas a
partir da integração de mídias. “A exploração dos fundamentos teóricos a partir dessas
práticas deve contemplar vivências de gestão do uso integrado de diferentes mídias”
(Módulo Gestão de Mídias).

Este módulo contemplou três etapas, seguidas de nove atividades abordando
os seguintes conteúdos a) diagnóstico das tecnologias existentes na escola; b)
elaboração de um projeto integrando as diferentes mídias no contexto escolar; c)
apresentação dos conceitos de gestão, mídias e tecnologias; d) avaliação das
informações sobre o diagnóstico; e) desenvolver o conceito de ambientes de
aprendizagem; f) elaboração de um esboço para o Projeto envolvendo integração de
mídias; g) compreensão da gestão das TIC ao projeto político pedagógico e h)
possibilitar a expansão dos projetos.

Fig. 8 apresentação do módulo Gestão Integrada de Mídias no e-Proinfo

A primeira etapa baseou-se na discussão, a partir do diagnóstico realizado na escola
para obter informações sobre as tecnologias existentes, suas amplitudes e como estão
sendo usadas pelos professores em sala de aula. Levantado o diagnóstico, foi
possível elaborar um esboço do projeto integrando as mídias nas atividades
pedagógicas. Esse esboço realizado na interface Biblioteca se caracterizou como a
primeira atividade desta etapa.
Para realizar tal diagnóstico na escola que o cursista almejava, era necessário
identificar o que existia em termos de equipamentos, estrutura física e programas que
envolviam o uso das tecnologias e mídias em sala de aula. Contudo, disponibilizamos
um questionário para que fosse preenchido e postado na Biblioteca.
Esse questionário (Anexo 8) dividiu-se em duas partes, ambas intituladas:
Tecnologias na escola (parte 1 e 2). O cursista preenchera seu nome, função que

desenvolvia na escola, o nome da escola, data em que preencheu o questionário e o local
onde a escola se situava.
A partir daí, identificaram: a) os projetos implantados na escola, b) os sujeitos
envolvidos, c) os equipamentos existentes na escola e no laboratório de informática, d)
como era organizado o uso dos equipamentos, d) se os professores da escola sabiam
utilizar as tecnologias, e) de que forma é feito o trabalho pedagógico com as tecnologias
e f) em que situação a tecnologia é mais usada na escola (modelo de questionário em
anexo).
Após realizar tal identificação dos equipamentos existentes e da equipe envolvida, os
cursistas responderam à segunda atividade, realizada na interface Diário de Bordo,
buscando refletir sobre o resultado deste diagnóstico, enfatizando os aspectos que
mais lhe chamaram a atenção. Cada cursista discutiu com seus colegas, o que achou
mais interessante do seu trabalho e/ou dos outros trabalhos postados pelos
participantes.
O que pude constatar na releitura do meu formulário e de outros cinco
colegas foi a diferença que ainda existe entre escolas públicas e privadas
principalmente no que tange a disponibilidade de recursos tecnológicos
existentes nos estabelecimentos de ensino. Outro ponto foi em termos de
utilização desses recursos, quando existentes, são feitos em sua maioria pela
direção e coordenação das referidas escolas o que parece estarem ainda na
primeira fase da gestão das tecnologias nas escolas cujos recursos são
utilizados apenas na agilidade dos processos da instituição, na digitação de
textos, informes a alunos e professores. NA (SEE/AL – turma 02).
Ao analisar alguns diagnósticos elaborados pelas colegas que responderam o
questionário pude constatar que ainda existe a carência das tecnologias
presentes na escola, assim como a falta de preparo dos professores em
utilizar as mídias educativas em seus planos de aula como também a
submissão em só utilizar esses recursos com a autorização dos gestores da
escola. No meu ponto de vista percebo a necessidade de investimento na
aquisição de máquinas e na formação de professores para utilizar projetos e
recursos disponíveis para executar uma aula interativa com seus educandos.
JV (SEE/AL – turma 04).

Nota-se que o uso das TIC como recurso pedagógico é apontado de maneira
esporádica. A resistência dos professores, além da carência de alguns equipamentos
constitui os principais fatores para a não integração e o uso das mídias nas atividades
pedagógicas.
A mídia impressa é a ferramenta mais utilizada pelos professores nas
atividades escolares, mas, é de suma importância o desenvolvimento de projetos que
envolvam não só as mídias impressas, mas as diferentes mídias no contexto escolar.
Essas ferramentas integram um trabalho com maior adequação ao planejamento e os

recursos contribuem de forma indispensável para o resultado final do trabalho
pedagógico a ser implantado.
Os professores, através de uma proposta pedagógica poderão desenvolver
projetos de pesquisas, de forma interdisciplinar, envolvendo a comunidade escolar,
visando uma melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem, com o intuito de
formar cidadãos críticos e formadores de opinião. É indispensável que os professores
se preparem para aderir a estas TIC, aprimorando o conhecimento e possibilitando
que os alunos a utilizem de forma coerente e responsável.
Estes, por sua vez, precisam desenvolver atitudes que permitam maior
interação com a realidade do aluno e novas técnicas para lidar com o desconhecido, com
o inesperado e com o possível. Essas atitudes possibilitam aprender a fazer, aprender a
aprender, encarar problemas de vários pontos de vista, desenvolver relacionamentos
interpessoais (aprender a viver com os outros) e a liberdade de escolha (currículo
diversificado).
Na terceira e última atividade desta etapa, mediada pela interface Fórum
Gestão de produtos, através das reflexões realizadas nas atividades anteriores,
evidenciou-se a importância da integração das mídias para o desenvolvimento de
diferentes atividades no contexto escolar. Mas, esse módulo não é caracterizado só pelo
uso das TIC, e sim pela gestão de produtos, como: objetos virtuais e concretos. Essa
atividade (opcional) norteou a discussão sobre a possibilidade de fazer gestão de
produtos na escola, a partir da releitura do diagnóstico elaborado.
O que vemos na realidade é uma visão estreita a respeito da gestão das
tecnologias na escola. Normalmente não se adota critérios e não se
descobriu ainda os seus objetivos. Estas escolas não alcançaram ainda a
primeira etapa da gestão, sobre a qual fala Moran. Não sei discutir tais
questões. A sala de informática tem atendido mais as necessidades do
professor, que eventualmente faz uso para realizar alguma tarefa pessoal.
Confesso que, conhecendo a realidade da escola que faço parte, as
tecnologias presentes estão longe de seguir os objetivos contidos nas três
etapas de gestão de tecnologias na escola citadas por Moran,, gostaria que a
escola usufruísse o máximo destas tecnologias. Em outro sentido parece
haver um processo estrutural de organização de gestão que impede a
realização de uma boa prática pedagógica com o uso de tecnologias. JM
(SEE/AL – turma 03).
JM é realmente lamentável que isso esteja acontecendo e lhe digo com
conhecimento de causa que essa realidade está presente em muitas escolas
desse país. Sabemos que o uso efetivo das tecnologias nas escolas deverá
mudar de quadro a partir das mudanças de concepções de todos que fazem à

escola. Sei que quando o gestor entende com clareza os objetivos dos
materiais didáticos existentes ele contribui muito para que os mesmos sejam
utilizados, mas diante da dificuldade de contemplarmos, neste momento, os
gestores em cursos como este, confesso que estou otimista com relação a
contribuição dos professores que estão tendo a oportunidade de conhecer
com mais profundidade a questão em foco. Vamos em frente, a luta está
apenas começando e quero acreditar que atingiremos nossa meta. AS
(SEE/AL – turma 03).

A gestão de recursos tecnológicos é um dos desafios que as escolas enfrentam,
pois para o uso eficaz e significativo das TIC é necessário identificar as condições
materiais e pedagógicas oferecidas pela escola; mudar a concepção e/ou paradigmas
tradicionais e reconhecer a transição do saber convencional para o interdisciplinar.
Professores e gestores devem planejar e cogitar ações pedagógicas que utilizem o
recurso que a escola disponibiliza, sobretudo, lançando experiências que servirão de
base para as próximas práticas pedagógicas.
O gestor que sabe lidar com os recursos, como comenta a cursista AS,
entenderá de forma clara no que implica a gestão de tecnologias na escola,
compreendendo e articulando principalmente duas concepções atuais e essenciais para o
processo de ensino e aprendizagem: a gestão e a tecnologia, cuja essa articulação é
viabilizada nas práticas escolares com o uso das TIC.
Já na escola do cursista JM, percebemos que a gestão não detém de estratégias
para a utilização dos recursos tecnológicos oferecidos, deste modo é importante que o
gestor consiga adentrar num processo de capacitação. Neste processo o gestor
compreenderá que tipo de estratégias utilizará, como planejá-las e usar o material
pedagógico mediado pelas TIC disponibilizado.
O gestor assume competências, responsabilidades e atitudes que transcendem
somente o ato de administrar, mas estabelece o ato de criar novas tendências,
permanecendo num processo de contínua aprendizagem, para promover a criatividade,
oportunidade de crescimento, novas idéias e construção do conhecimento.
A partir da discussão realizada anteriormente, a segunda etapa deste módulo
foi baseada na possibilidade de o professor fazer a gestão das tecnologias na prática
pedagógica, considerando a realidade da escola e os aspectos evidenciados no
diagnóstico feito - pelos cursistas. O foco é identificar quais os programas existentes na
escola, as tecnologias utilizadas, como são realizadas a utilização e como os
profissionais se organizam para a inserção das TIC.
Para atingirmos esse objetivo, a quarta atividade, instaurada na interface
Biblioteca, propôs a elaboração do esboço de um projeto, que integrasse as mídias em

sala de aula. O foco deste projeto deveria está relacionado a conteúdos curriculares
abordados nos PCN da série em que o cursista atua.
Vários foram os esboços disponibilizados na interface biblioteca, integrando
de diferentes maneiras as mídias e tecnologias em sala de aula. Para efeito de análise,
selecionamos nove projetos, tendo em vista, não foi possível analisar um número maior
deles. Essa análise será realizada no Capítulo 4 de forma integral.
Essa atividade propiciou vários encaminhamentos acerca do uso das TIC no
processo de ensino e aprendizagem do aluno. Para um maior aprofundamento foi
realizado na interface Fórum Possíveis encaminhamentos, a quinta atividade, que
impulsionou os cursistas a refletirem sobre como as práticas pedagógicas favorecem o
processo de construção do conhecimento dos alunos. Acessando a produção de alguns
(3 a 5) colegas sobre o esboço do projeto, deveriam ler e identificar os aspectos
convergentes, divergentes de cada projeto apresentado.
Com o diagnóstico realizado na escola que trabalho, foi evidenciado que
esta escola possui um laboratório de informática, mas ainda está sendo
instalado alguns computadores novos que chegaram. Conversei com a
secretária da escola (que em outra escola é técnica do laboratório do
PROINFO) e ela falou que por enquanto o laboratório está sendo usado
apenas com os serviços da secretaria, mas, posteriormente vai ser
disponibilizado para uso da comunidade escolar. Desta forma, concordo com
você ML que todo projeto se bem estruturado traz benefícios para a escola.
Neste momento a escola que trabalho está também sem coordenadora que
articule o grupo de professores para a elaboração de um projeto coletivo e
que tenha como objetivo a utilização do computador. Com encaminhamento
pensei na próxima reunião sugerir uma proposta de trabalho inicialmente de
sensibilização dos professores para o uso do computador, em seguida a
elaboração de um projeto coletivo no qual viabilizasse o uso do laboratório
pelos alunos. AV (turma – UFAL 01).

O depoimento acima, nos mostra mais uma vez que a gestão não detém de
mecanismos para aplicar as TIC no contexto escolar, uma vez que é mencionado que na
escola está faltando um coordenador, e por esse fator os professores não podem fazer
uso do computador.
Se os professores fossem capacitados integralmente, saberiam que para utilizar
as TIC em sala de aula, não é preciso esperar por um coordenador para elaborar projetos
que as integrem. Os professores desta escola poderiam iniciar a construção do projeto,
apresentando-o aos gestores, diretores e alunos, desta forma estariam dando o primeiro
passo.
Qualquer projeto, quando bem elaborado, planejado e discutido entre a
comunidade escolar (gestores, diretores, coordenadores, professores e alunos), ocasiona
importantes benefícios à aprendizagem. A pedagogia de projetos, além de promover um

preparo dos componentes da instituição, visa o trabalho em equipe, inter e
multidisciplinar para que o processo de ensino e aprendizagem seja significativo e
englobe uma abordagem integrada que tende a tornar a esfera escolar mais cordial,
explorando assim a efetiva participação dos alunos.
Para concluir a discussão que permeou esta etapa, realizou-se a sexta
atividade, de cunho opcional, realizada na interface Diário de Bordo, cujo objetivo era
alargar uma reflexão sobre a prática pedagógica, registrando os aspectos que julgavam
adequados para a criação de ambientes de aprendizagem com a integração de mídias e
tecnologias em sala de aula.
A prática pedagógica envolvendo a utilização das TIC ajudará com certeza
no bom desempenho de professores, e alunos no processo de aprendizagem,
pois através de pesquisas os alunos terão mais oportunidades de conhecer o
mundo virtualmente, ter acesso a notícias, tendo assim um mundo de
informações, o que contribui para um bom desempenho dos alunos e
professores. TN (SEE/AL – turma 01).

Para o cursista, a prática pedagógica mediada pelas TIC contribuirá para um
melhor desempenho dos alunos, pois aprenderão a usar a tecnologia de maneira positiva
e significativa, aproveitarão e se motivarão para um bom desempenho nas aulas.
Pensando nisto, a terceira e última etapa deste módulo, investigou a expansão
do uso das TIC na escola, explorando a gestão de projetos que possam atingir a
comunidade escolar.
A sétima atividade, realizada em grupo e sendo postada na interface
Biblioteca, propôs o desenvolvimento de uma atividade articulada às dimensões
administrativas e pedagógicas no contexto escolar.
Ao analisar o cenário disponibilizado no conteúdo do módulo, o cursista
deveria elaborar uma proposta voltada ao seu universo de sala de aula, ou seja, que
atendesse às especificidades da sua disciplina – sua intencionalidade pedagógica, o
tempo disponível, o perfil dos alunos e as necessidades deste contexto, trocando idéias
com os seus colegas de grupo.
Neste trabalho foi possível observar as propostas disponibilizadas no ambiente
e identificar como os professores foram cautelosos e preocupados em evidenciarem a
integração das mídias e tecnologias em suas atividades escolares.
Ao longo das postagens das atividades, na interface Fórum Estratégias
articuladoras da dimensão pedagógica e administrativa, os cursistas foram levados

ao debate sobre as estratégias articuladoras, a partir do desenvolvimento da atividade
anterior, caracterizando assim a oitava atividade.
Após as leituras indicadas e a análise sobre as experiências vivenciadas e
conhecidas sobre o uso das TIC no contexto escolar, os cursistas levantaram as
possíveis estratégias que podem ser utilizadas para integrar o uso das TIC de forma
articulada entre os aspectos pedagógicos e administrativos.
Como já foi dito o objetivo principal é motivar a leitura dos alunos
utilizando o hipertexto num trabalho de pesquisa, sendo fundamental o apoio
dos professores, especialistas em informática da escola, dos pedagogos, dos
coordenadores, do diretor, sendo fundamental uma reunião com os pais dos
alunos para que eles entendam a proposta pedagógica deste projeto e façam
parte dela. Por isso gostaria de destacar os compromissos dos alunos com
relação às tarefas: O trabalho de busca (Coleta de Dados) será realizado em
diversas fontes (sites), criando no aluno a concepção da pesquisa; 2. Leitura
de textos em sites, sendo um desafio para o aluno decifrar textos “difíceis”;
3. Desenho dos animais para incluir nas atividades, possibilitando ao aluno a
entendimento da concepção entre palavras e imagens; 4. Autonomia das
crianças na busca das informações ajudando o professor na hora de avaliar o
desempenho de cada uma.Gostaria de destacar os compromissos do
professor com relação às tarefas: 1. Cabe ao professor decifrar os textos
“difíceis”; 2. O trabalho de leitura e a concepção entre palavras e imagens;
3. A escolha de sites que seriam relevantes para o aluno ter contato, pois
temos que ter cuidado com os links, para que o aluno não se perca nos vários
caminhos que o site proporciona. Nas reuniões pedagógicas serão mostrados
os erros e acertos, pois entendemos que como todo o projeto esse poderá ter
falhas. AM (turma – UFAL 01).

O aprimoramento das aulas mediadas pelas TIC é o anseio de todo professor
compromissado com o processo de construção significativa da aprendizagem. Os
recursos midiáticos e tecnológicos são eficazes no processo de motivação e interesses de
professores e alunos na construção do conhecimento, no desenvolvimento da pesquisa e
na mudança dos paradigmas do cotidiano escolar.
Para a conclusão deste módulo na nona atividade (opcional e realizada na
interface Diário de Bordo), os cursistas discutiram sobre o conhecimento de outras
possibilidades para a integração e uso das TIC no contexto escolar. Os cursistas
deveriam acessar os formulários elaborados pelos colegas e conhecer outras
possibilidades de integração entre as TIC e entre os conteúdos curriculares,
considerando as características do contexto escolar descrito no cenário, analisando e
comentando sobre o que mais lhe chamou a atenção. Infelizmente, creio que por ser a
última atividade do Ciclo Básico e pelo fato de ser opcional, não encontramos
contribuições relevantes para exemplificar esta atividade.
No que se refere ao processo de integração das mídias, constatamos que esse
módulo propôs em suas atividades tal assunto, através de debates, discussões,

questionamentos. No entanto, é urgente integrar as TIC nos processos educacionais,
pois estas já estão presentes e influentes nas esferas sociais, políticas e culturais.
Cabe à escola atuar no sentido de equilibrar as desigualdades, que o acesso
desigual a essas máquinas está causando. Quanto ao professor, estes devem diversificar
as situações de aprendizagem e adaptá-las as especificidades dos alunos e, com isso,
responder ao problema didático da diversidade das aprendizagens encontrado nos
alunos.

CAPÍTULO 4 – INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS NOS PROJETOS
FINAIS DO CICLO BÁSICO (1ª OFERTA)

A educação é o principal e fundamental meio de socialização, colaboração e
comunicação para o estabelecimento de uma aprendizagem significativa, sistêmica e
colaborativa. A educação desempenha um papel importante e decisivo na sociedade.
Esta estabelece valores como um todo em diferentes grupos e subgrupos da
sociedade; evidencia a comunicação e a não-comunicação na comunidade
educacional e promove a integração e compartilhamento das ações desenvolvidas
pelos sujeitos.

Desse modo, a nova conjuntura educacional requer um profissional da educação com
vistas a inserir novos instrumentos de mediação didático-pedagógicos, para que
levem a transformar às práticas pedagógicas. Segundo Lévy (1998), a escola deve
considerar as experiências vivenciadas pelos sujeitos envolvidos na cultura escolar,
assim como reconhecer as interações viabilizadas em ambientes especiais de
aprendizagem.
Para que essa transformação aconteça, é necessário que a escola pense na inserção e
integração das mídias desde a construção do seu Projeto político-pedagógico. Desta
forma, os alunos tenderão a desenvolver novas habilidades, como a criticidade, o
questionamento acerca das informações recebidas e atividades a serem desenvolvidas
interna e externamente a escola.
É nessa direção e embasado pela abordagem de estudo de caso e a análise de
conteúdo, que evidenciaremos como se efetivou a construção dos projetos finais do
Programa Mídias na Educação – ciclo básico (1ª oferta), cujo principal objetivo era o
de promover a integração das mídias no contexto escolar.

4.1 – A aplicação do método

Para o desenvolvimento deste estudo, uma investigação de caráter qualitativa,
voltada na sua própria essência, em compreender os fenômenos sociais que levam ao
uso e integração das mídias como metodologia na sala de aula, enquadramos a nossa
pesquisa numa análise qualitativa. Para Lüdke e André (2004), esse tipo de investigação
sugere o contato direto do pesquisador com a realidade a ser investigada, através do
trabalho intensivo de campo.
Na pesquisa qualitativa, o papel do pesquisador é de especial importância.
Os pesquisadores e as suas competências comunicativas constituem o
principal “instrumento” de coleta de dados e de cognição, não podendo, por

isso, adotar um papel neutro no campo e em seus contatos com as pessoas a
serem entrevistadas ou observadas (FLICK, 2004, p. 70).

Lüdke e André (2004) afirmam ainda que, apesar da crescente popularidade
dessa abordagem, existem muitas dúvidas quanto a adequação e caracterização da
pesquisa qualitativa, quando é apropriado ou não utilizá-la e aplicá-la e como é colocada
a questão do rigor científico nesse tipo de investigação.
Segundo Bogdan e Biklen (1997) podemos pontuar cinco condições básicas
que caracterizam a pesquisa qualitativa: 1) tem o ambiente natural como a fonte direta
dos dados e o pesquisador como seu principal instrumento; 2) os dados coletados são
descritivos; 3) a preocupação com o processo é maior que com o produto; 4) a
significação que os participantes dão às coisas e à vida são focos importantes pelo
pesquisador e 5) a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.
Para os autores, essa pesquisa envolve basicamente a obtenção de dados
descritivos, que passam a surgir no contato direto do observador com a pesquisa
estudada, permitindo que as hipóteses ou questões específicas sejam bem formuladas
durante o processo.
A abordagem aplicada neste estudo refere-se a uma expectativa que valorize as
práticas do uso e integração das mídias no âmbito escolar, após os estudos aprofundados
e interpretações das produções do material postado no AVA E-proinfo. Para isso, foi
necessária a análise in loco das interações entre aluno-aluno e aluno-tutor do Programa
Mídias na Educação, levando em consideração a realidade histórico-cultural desta
comunidade de aprendizagem.
Nesta perspectiva, tendo como principal objetivo identificar as diferentes
percepções dos professores cursistas sobre a integração das mídias no Programa Mídias
na Educação, a partir das interações online, mediante pesquisa qualitativa, aplicamos a
abordagem de estudo de caso, mediada pela análise de conteúdo.
Por se tratar de uma observação direta dos conteúdos, das interações online
e de como ocorreu à realização e o desenvolvimento do Curso de Formação
Continuada em Mídias na Educação, esta técnica é aplicada para que a observação
direta seja realizada detalhadamente, de forma que evidencie a experiência
tecnológica.

O estudo de caso foi usado como estratégia de pesquisa, por se tratar de uma
investigação de fenômenos contemporâneos dentro de um contexto real, no qual se
realiza observações diretas, e como sendo potencialmente aproximado no tipo de
pesquisa que estamos desenvolvendo.
Apresentando as seguintes características, segundo Lüdke e André (2004):
apontam a descoberta; enfatizam a interpretação em contexto; se fundamentam numa
variedade de fontes de informação; descrevem um contexto real no qual uma
intervenção ocorreu, permitindo avaliar e modificar essa intervenção; procuram
representar aquelas situações nas quais a intervenção não obteve clareza no conjunto de
resultados e apresentam relatos que empregam uma linguagem e uma forma mais
acessível do que outros relatórios de pesquisa.
O estudo de caso é a estratégia escolhida ao se examinarem acontecimentos
contemporâneos, mas quando não se podem manipular comportamentos relevantes,
[...] conta ainda com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas
acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório
de um historiador: observação direta e série sistemáticas de entrevistas (YIN, 2001, p.
27).

De acordo com Yin (2001), o estudo de caso contribui efetivamente para a
compreensão dos fenômenos individuais, organizacionais, políticos e sociais,
permitindo uma investigação onde as características holísticas e significativas da vida
real são preservadas.
Desta forma, o estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar
uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um ou mais casos, a fim
de organizar um relato crítico e organizado de uma experiência vivenciada.
Essa possibilidade permitiu a análise dos conteúdos, das interações, a partir da
participação direta do pesquisador no curso, através do processo de tutoria. Durante a
coleta de dados, realizada virtualmente, foi possível envolver-se nas atividades e na
observação, ter a máxima atenção e cuidado no levantamento dos dados, buscar a
percepção de forma profunda e abrangente e interpretar a experiência vivenciada, a
partir dos instrumentos aplicados e coletados.
A problematização que consiste esta pesquisa está baseada por duas ordens de
realidade: os conteúdos do curso e as interações online. O pesquisador deve entender

que, neste caso, também é o co-construtor dos saberes produzidos, uma vez que,
participa diretamente do objeto pesquisado.
Selecionamos 9 projetos finais, a fim de analisar a sua estrutura e como foi
apresentada a integração das mídias em cada um. Essa seleção foi estabelecida da
seguinte forma: a) seleção dos projetos que atendessem a estrutura sugerida; b) envio
do questionário.
15 foram os projetos que atenderam a estrutura, lembrando que alguns foram
elaborados em dupla. Após essa seleção enviamos e-mail a todos os cursistas
explicando sobre o objetivo do trabalho que era o de identificar as possíveis
dificuldades levantadas e enfrentadas durante a realização do curso, e se poderiam
contribuir respondendo ao questionário enviado por e-mail. Dos 15 apenas 9
cursistas se interessaram em contribuir com a pesquisa. Em seguida identificamos os
projetos desses cursistas e começamos a análise dos dados.
Para entender e compreender o sentido dos conteúdos inerentes dos módulos, as
interações, a aplicação dos questionários, as significações explícitas ou implícitas,
utilizamos a abordagem da análise de conteúdo.
A principal pretensão da análise de conteúdo é enxergada na possibilidade de prover
técnicas precisas e objetivas que sejam suficientes para identificar a descoberta do
real significado da situação estudada.
Para Chizzotti (2005), a análise de conteúdo decodifica o conteúdo explícito ou
implícito, reduzindo o volume amplo de informações contidas em uma comunicação
a algumas categorias conceituais. Essas categorias servem para que os elementos
descritivos sejam interpretados e haja a compreensão social e crítica das
informações.

Segundo Bardin (1977) apud Couto (1998) análise de conteúdo é uma técnica para
fazer inferência através da identificação objetiva e sistemática de características
específicas da realidade estudada, ou seja, é um conjunto de instrumentos
metodológicos que se aplicam aos discursos diversificados. Compreende
criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo, significações explícitas e
implícitas, para evidenciar as referências que permitam inferir sobre uma outra
realidade que não a da mensagem a ser transmitida.

4.2 – A coleta de dados

Nesta pesquisa, utilizamos procedimentos diversificados para a coleta e análise
de dados qualitativo, tais como: o uso da técnica da observação participante (como
tutora do curso observado), além da realização de entrevista e aplicação de questionário,
pois compreendemos que estas técnicas nos auxiliam em identificar que a educação é
um processo que impulsiona a participação de professores e alunos em conjunto para a
construção do conhecimento.

4.2.1 – A observação

As pesquisas qualitativas, de maneira geral trabalham com significados, motivações,
valores, assim a observação é uma das técnicas privilegiadas para as abordagens de
caráter educacional. Segundo Triviños (1987), para que a observação se torne um
instrumento válido e significativo na observação científica, é necessário que o
pesquisador planeje cuidadosamente, preparando rigorosamente o trabalho.

Ao participar do processo de tutoria, acompanhando uma das turmas da UFAL, do
Curso Mídias na Educação, foi possível perceber como os professores – cursistas
estavam alheios ao que se refere a integração de mídias no contexto escolar. Usada
como um instrumento de coleta de dados para conseguir informações sob
determinados aspectos, a observação foi fundamental para identificarmos logo nas
primeiras atividades as dificuldades dos professores – cursistas quanto a
compreensão do processo de integração.
Esta técnica possibilitou anotações do curso observado, a descrição dos sujeitos, a
estruturação dos diálogos, a descrição das atividades, a análise das interações entre
os envolvidos.

4.2.2 – A entrevista

A entrevista nesta pesquisa se configura como um dos instrumentos básicos no
processo de coleta de dados, pois a realizamos virtualmente, através de aplicação de
questionário, após a escolha dos cursistas a serem investigados.
É através da entrevistas que podemos obter informações dos dados objetivos e
subjetivos precisos. Os dados objetivos são obtidos também por meio de censos,
estatísticas, já os subjetivos só são obtidos através das entrevistas, pois se relacionam
com valores, atitudes e opiniões.
Para esta pesquisa, preparamos a entrevista estruturada, elegendo a questão de estudo
a ser analisada, organizamos os questionários em categorias, escolhemos
inicialmente 15 projetos a serem analisados. Após a escolha, enviamos e-mails aos
professores cursistas informando o objetivo da relevante pesquisa.

Após alguns dias, somente 9 professores cursistas se disponibilizaram em realizar a
entrevista virtualmente, respondendo o questionário. Enviamos o mesmo e
garantimos todas as condições favoráveis quanto ao sigilo das confidências e
identidades.

4.3 – Os projetos finais

No Módulo Introdutório Integração de Mídias na Educação foi realizado, na
etapa 2, o esboço do trabalho final, um projeto para a sala de aula. Na etapa 4, na última
atividade, o cursista finalizou essa elaboração, cujo foco era como incorporar o uso das
mídias em sua escola.
No Módulo Gestão Integrada de Mídias, após o cursista passar pelos módulos
TV e Vídeo, Rádio, Material Impresso, Informática e Internet, na etapa 2, o cursista
tinha que elaborar um projeto de sala de aula para orientar a prática pedagógica, com o
uso integrado das mídias, relacionados a conteúdos curriculares abordados nos PCN,
especificamente nas séries em que atuavam seguindo a mesma vertente do módulo
introdutório. Os cursistas poderiam retomar os projetos já elaborados no módulo
introdutório ou elaborarem outro.
Durante o Módulo Gestão Integrada de Mídias, as discussões foram permeadas
pelo tema da importância da construção do projeto político pedagógico, os projetos de
sala de aula e a função da gestão escolar. Para Veiga (2001), pensar no projeto políticopedagógico de uma escola é pensar a escola no conjunto e a sua função social.
Se essa reflexão a respeito da escola foi realizada de forma participativa por
todas as pessoas nela envolvidas, certamente possibilitará a construção de um projeto de
escola consistente e possível.
Após a discussão sobre o referido assunto, os cursistas elaboraram o projeto de
sala de aula, mediados pela seguinte estrutura: 1) nome, 2) série em que o projeto seria
desenvolvido, 3) temas a abordar, 4) mídias disponíveis a integrar, 5) objetivos, 6)
metodologia (como fazer), 7) resultados esperados, 8) tempo previsto para conclusão, 9)
critérios de avaliação, 10) forma de socialização das produções.

A partir desses dez itens, os cursistas elaboraram seus projetos. A seguir
analisamos a estrutura e o processo de uso e integração das mídias nos projetos
selecionados para a pesquisa.
Os projetos foram identificados pelas siglas dos cursistas. O primeiro passo foi
analisar como estes elaboraram a estrutura e o segundo como mediaram a integração e o
uso das mídias dentro dos temas escolhidos.
Projeto 1 – AA

A proposta deverá ser desenvolvida no ensino médio.
TEMA: Corpo e Corporeidade.
Corporeidade é a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional
com o mundo. Conhecer corporeidade é entender um corpo sujeito existencial, complexo, que vive
sempre no sentido de sua auto-superação.
OBJETIVOS A SEREM ATINGIDOS:
Elaborar um conceito sobre Corpo.
Compreender a dimensões de corpo.
Procurar entender como funciona o processo de conhecimento de corpo pela teoria da complexidade
(MORIN).
PROBLEMA/QUESTÃO A SER RESOLVIDA/INVESTIGADA:
O ser humano, por produzir cultura e história, ao mesmo tempo em que é modificado por essa cultura e
essa história que produz, recebe marcas que estão presentes em seu modo de ser e de se relacionar com os
outros e com o mundo. Como o ser humano se vê? O que é corpo? Nesta perspectiva de compreensão de
um homem não-fragmentado, consideramos o pensamento complexo (Morin, 1990), como uma
possibilidade de religar fenômenos compreendidos historicamente como separados. O homem é parte e
todo de um mundo em que é construtor e ao mesmo tempo construído.
PÚBLICO A SER ENVOLVIDO:
Ensino médio do turno noturno
ABORDAGEM PEDAGÓGICA:
Construção do conhecimento (Piaget).
MÍDIAS E TECNOLOGIAS A SEREM UTILIZADAS:
Computador conectado a Internet, filmadora, televisão e DVD.
ATORES E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR:
Alunos: Deverão participar ativamente de todo o processo, desde a discussão inicial, como também da
pesquisa e da elaboração de um conceito sobre Corporeidade.
Professor: Planejar, elaborar o material necessário, entrar em contato com a direção/coordenação da
escola para reservar a sala de multimídia. Apresentar a proposta da aula, acompanhar os alunos nas
atividades, tirar dúvidas e avaliar o resultado final.
Direção/Coordenação Pedagógica: Conhecer a proposta, marcar e liberar a utilização do espaço físico
(sala de multimídia).
DINÂMICA DA ATIVIDADE:
Proposta preliminar das ações a serem realizadas:

A partir do seguinte argumentação: “A hipervalorização da magreza tem acentuado a relação entre a autoestima e a imagem do corpo esguio, particularmente para o sexo feminino. Há 20 anos, as modelos
pesavam 8% a menos que a média das mulheres; atualmente a diferença chega a 20%. Embora a
aparência física seja um elemento fundamental para a imagem feminina em diversas épocas e culturas, a
magreza nem sempre foi o ideal almejado. Muito pelo contrário. Uma breve passagem pela história da
arte revela que a Renascença valorizava corpos fartos, quadris grandes e abdomens avantajados. Embora
se saiba que a exigência de magreza nas mulheres tenha começado por volta dos anos 20, em sintonia
com o início do movimento de liberação feminina, nas décadas de 40 e 50 as estrelas de Hollywood,
como Rita Hayworth, por exemplo, exibiam seios abundantes e formas curvilíneas, valorizadas pela
sensualidade. A exigência de magreza intensificou-se nos anos 60 e acentuou-se consideravelmente na
década de 70. As formas do corpo idealizado tornaram-se menos arredondadas.” 6 Nos dias de hoje,
vemos várias manifestações na tentativa de se formarem e formatarem corpos esplêndidos, pois, um corpo
belo, sempre está associado à idéia de perfeição. Assim agindo, mais uma vez vemos a repetição da
história da eliminação dos corpos possíveis: queremos filhos geneticamente perfeitos, esteticamente
bonitos, socialmente destacados.

Responder as questões:
1.
2.

Como o ser humano se percebe enquanto corpo?
Corpo e Corporeidade são as mesmas coisas?
Elaboração de um conceito sobre Corpo
Pesquisa na internet : As diferenças entre os conceitos de corpo e corporeidade;
Realizar uma crítica de como o corpo é visto e trabalhado ao longo do tempo?
Assistir ao Vídeo sobre a beleza nas diversas culturas.
Debate sobre o resultado das pesquisas e o conteúdo do vídeo.
Criação de um texto sobre corporeidade.
Elaboração de uma apresentação sobre as possíveis formas de compreender o corpo.

AVALIAÇÃO
O aluno fará uma auto-avaliação, podendo ser de dois tipos: oral e escrita.
O aluno será avaliado pela sua participação nas atividades. (Realização das práticas)
Pela apresentação dos trabalhos propostos (Valorização da cultura corporal de movimento)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 2a ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
MOREIRA, W. W. Corporeidade e lazer: a perda do sentimento de culpa. R. bras. Ci. e Mov. 2003;
11(3): 85-90.
FREIRE , João Batista . Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física, , 224 págs., Ed.
Scipione
LUCKESI. C.C.Avaliação da aprendizagem escolar. 9. ed.São Paulo: Cortez, 1999.
LüDKE, M;. André, M.E.D A. pesquisa em educação: abordagens qualitativas.6.ed.São Paulo: EPU, 1986
Perrenoud, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.
SAVIANI. D. Saber escolar, currículo e didática. 3.ed.Campinas: Autores Associados, 2000.

Projeto 2 - FS

A escola funciona nos três turnos, oferecendo ensino fundamental e ensino médio (manhã e noite). Dispõe
de sala com recursos de multimídia, acesso a internet e conexão PC-TV (S-Vídeo). A proposta deverá ser
desenvolvida no período noturno.
TEMA DA PROPOSTA:
Ser ou não Ser – O Conhecimento (O limite da razão)
OBJETIVOS A SEREM ATINGIDOS:
Elaborar um conceito sobre a RAZÃO.
Compreender a tese desenvolvida por Immanuel Kant.
Entender como funciona o processo de conhecimento segundo Kant.
PROBLEMA/QUESTÃO A SER RESOLVIDA/INVESTIGADA:
Como o ser humano conhece? O que é a razão?
PÚBLICO A SER ENVOLVIDO:
1° ano do Ensino Médio do turno Noturno
Professor de História e Filosofia, Coordenadores, Estagiárias do CESMAC.
ABORDAGEM PEDAGÓGICA:
Construção do Conhecimento (Piaget e Vygotsky).
MÍDIAS E TECNOLOGIAS A SEREM UTILIZADAS:
TV, DVD, Computador conectado a Internet.
ATORES E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR:
Alunos: Deverão participar ativamente de todo o processo, desde a discussão inicial, como também da
pesquisa e da elaboração de um conceito sobre Conhecimento.
Professor: Planejar, elaborar o material necessário, entrar em contato com a Rede Globo e com a
direção/coordenação da escola para reservar a sala de multimídia. Apresentar a proposta da aula,
acompanhar os alunos nas atividades, tirar dúvidas e avaliar o resultado final.
Direção/Coordenação Pedagógica: Conhecer a proposta, marcar e liberar a utilização do espaço físico
(sala de multimídia).
Estagiárias do CESMAC: Acompanhar o processo de desenvolvimento da aula e elaborar relatório.
DINÂMICA DA ATIVIDADE (Proposta preliminar das etapas/ações a serem realizadas):
Elaboração de um (primeiro) conceito sobre Conhecimento e responderem ao questionamento: O que
o ser humano é capaz de conhecer? Como o ser humano conhece?
Pesquisa na escola: Entrevistar 5 (cinco) pessoas, questionando como elas definem a palavra
Conhecimento.
Assistir ao episódio Os limites da Razão da série Ser ou Não Ser (Fantástico - Vídeo de 7:41’).
Debate sobre o resultado das entrevistas e o conteúdo do vídeo.
Leitura e análise do texto sobre Immanuel Kant e sua teoria sobre o conhecimento humano.
Elaboração do conceito final sobre Conhecimento.
AVALIAÇÃO
De posse de todo o material o aluno será avaliado pela sua participação direta nas atividades. Também
será avaliado o conceito elaborado sobre Conhecimento e o seu paralelo com o primeiro conceito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.
CHAUÍ, Marilena. Primeira Filosofia. Tópicos de filosofia geral. São Paulo: Brasiliense, 1992.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e Grandes Temas. 15ª edição reformulada e

ampliada. São Paulo: Saraiva, 2000.
LABBÉ, Brigitte e PUECH, Michel. O que sabemos e o que não sabemos; tradução de Ivonete Leal
Dias; ilustrações de Jacques Azam. – São Paulo: Scipione, 2004. – (Coleção Cara ou coroa?)
NORA K. e HÖSLE, Vittorio. O Café dos Filósofos Mortos. Trad. Salvador Pane Baruja. São Paulo:
Editora Angra, 2001.
http://www.filosofiavirtual.pro.br/fe.htm - Disponível e acesso em: 28 de setembro de 2006.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,4686,00.htm - Disponível e acesso em: 28 de
setembro de 2006.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1209608-4686,00.html - Disponível e acesso em:
28 de setembro de 2006.
http://blogserounaoser.blogger.com.br/index.html - Disponível e acesso em: 28 de setembro de 2006.
http://www.pfilosofia.pop.com.br/04_miscelanea/04_16_video/video.htm#ser_ou_nao_ser_01
Disponível e acesso em: 28 de setembro de 2006.

Os projetos 1 e 2 evidenciam os segmentos propostos, além de incluírem a
avaliação no plano de aula. Destacamos que no item abordagem pedagógica, os dois
cursistas apresentaram como proposta a abordagem da construção do conhecimento,
defendidas por Piaget e Vygotsky, mas não detalharam como seria tal abordagem, bem
como seria possível essa articulação com as mídias em sala de aula.
É visível a integração da TV e vídeo como forma de favorecer a aprendizagem
significativa, mas somente no projeto 1 encontramos a integração da internet, além da
TV e vídeo. Nos dois casos, constatamos o processo de inovação, ao tentarem
complementar os itens propostos e a abordarem a possível integração das mídias em
suas aulas, uma vez que os professores conseguiram perceber possibilidades ao
oportunizar estratégias para mediar o processo de construção do conhecimento.

Projeto 3 - JV

ATIVIDADE 4

Tema da proposta : Como incorporar o uso de mídias em sua escola?
Ensaio: A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO E NA EDUCAÇÃO –
Um estudo da prevalência do Rádio e da TV como mecanismos de alcance nos recôncavos mais distantes
e como forma de atingir os indivíduos não escolarizados.
Objetivos: Conscientização da comunidade escolar da importância dos diversos recursos tecnológicos
para a formação dos indivíduos e no fazer educacional como mecanismo da evolução da sociedade e das
pessoas em geral.
Problema/questão a ser resolvido/investigada: Identificar os diversos recursos tecnológicos que tem
influído na formação, no crescimento e na evolução das pessoas através dos meios de comunicação e da
escola.
Público a ser envolvido: Professores do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino de
escolas estaduais e municipais envolvidas no Programa de Informática Educacional do Ministério da

Educação, através do Proinfo e do Programa Alvorada, situadas área de abrangência do NTE de Maceió,
estado de Alagoas, localizadas no “sub_NTE” de União dos Palmares, que atende o Município de U. dos
Palmares e adjacentes, tais como: São Jose da Laje, Joaquim Gomes, Murici, Ibateguara e Messias.
Abordagem pedagógica: Sócio-construcionista
Mídias e tecnologias a serem utilizadas: Impressos, som, TV, vídeo e computador.
Atores e papéis que deverão desempenhar: Professores multiplicadores (facilitadores em informática
educativa) e professores cursistas (participantes de cursos básicos de informática educativa); Os primeiros
deverão oferecer informações sobre as diversas mídias, quanto as possibilidades de utilização como
recursos auxiliares no fazer pedagógico, a forma mais correta de mesmo fora de sala de aula aproveitar
positivamente tais recursos de forma que eles sirvam como meio de aprender conteúdos disciplinares e
obterem informações importantes para a sua formação como cidadão e cidadã. Os cursistas deverão
investigar estas informações, pesquisar nos diversas mídias de que dispor, comprovar a utilização, como
utilizar e socializar com o grupos.
Dinâmica da atividade: Apresentações escritas, tipo painel ou tarjetas, in vídeo (poder Apresentação em
Power Point, vídeos no computador ou na TV.
Proposta preliminar das etapas/ações a serem realizadas: Coletas de material :revistas, livros, vídeos,
programas do TV Escola, informativos de empresas, Universidades, Escolas de Ensino Fundamental e
Médio sobre sua prática no uso das diversas mídias ou cursos intensivos já desenvolvidos nas respectivas
instituições envolvendo tecnologia.
Período de realização: um mês, sendo distribuído em quatro encontros de um expediente nos finais de
semana, totalizando 20h de aulas
Referências bibliográficas: Revistas educativas de cunho pedagógico, artigos educacionais de revistas
veja, isto é, super interessante, dentre outras, textos retirados da Internet, Acervo do Curso

Projeto 4 - CLS

PROJETO
TEMA
Reciclagem do lixo.
OBJETIVOS
- Refletir sobre a importância da reciclagem do lixo;
- Produzir histórias em quadrinhos e paródias;
- Utilizar o programa webquest para realizar pesquisas na Internet, em revistas e jornais;
- Visitar a fábrica de reciclagem do lixo “Pintanguinha minha vida”;
- Discutir os problemas ambientais causados pelo lixo embasado em conceitos científicos;
- Analisar a luz das Ciências soluções tecnológicas possíveis na diminuição do lixo e na reciclagem de
materiais;
- Utilizar blogs para veicular os trabalhos produzidos interagindo com a comunidade escolar;
PROBLEMA
- A reciclagem do lixo melhoraria o aspecto físico da escola?
PÚBLICO A SER ENVOLVIDO
- Alunos da 8ª série e professores.
ABORDAGEM PEDAGÓGICA
- Segundo o texto Tecnologia na escola: criação de redes de conhecimentos de Maria Elizabete B. de
Almeida, criar ambientes de aprendizagem com a presença das TICs significa utilizar a TIC para a
representação, a articulação entre pensamentos, onde o professor promove atividades que provoquem

envolvimento, livre participação do aluno, a interação visando a construir novos conhecimentos que
levem à compreensão do mundo e à atuação crítica no contexto.
- No texto Situando o uso da mídia em contextos educacionais de Maria Cecília Martins, o uso de mídia
em contextos educacionais requer práticas que instiguem novas possibilidades de aprendizagem e a
vivência de processos criativos, com diálogos e interações múltiplas.
- Vivendo na Sociedade da Comunicação e Informação, faz-se necessário que no ambiente escolar o
ensino aprendizagem seja permeado com o uso das tecnologias e das mídias que tanto influenciam no
aprendizado dos alunos, levando-os a interpretar analisar os problemas ambientais, apontar as soluções
possíveis baseados nos conceitos científicos e concretizá-los.
- Este trabalho é embasado na perspectiva construtivista e sócio-interacionista, pois está centrado nas
relações de interação do aluno com o meio (referente às tecnologias e as diversas mídias) na produção
textual com coesão, coerência e criatividade, interpretação, discussão e análise científica sobre a
diminuição do lixo, a reciclagem de materiais dentro do processo de ensino e aprendizagem das Ciências
Naturais e Língua Portuguesa.
MÍDIAS E TECNOLOGIAS A SEREM UTILIZADAS:
- Computador/Internet;
- Revistas e Jornais;
- Televisão;
- Máquina fotográfica;
- Aparelho de som.
ATORES E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR
- Os alunos: pesquisar usando o webquest, na internet, em revistas e jornais norteados pelos professores
sobre o tema proposto e produzir sob orientação histórias em quadrinhos, paródia, criar um blog para
interagir com a comunidade escolar, produzir utensílios para a escola com material reciclado.
- Os professores: orientar e nortear as atividades, indicar os sites, auxiliar na elaboração do blog e
confecção de utensílios com reciclados e ao longo das atividades avaliarem a criatividade, empostação de
voz, participação, integração.
DINÂMICA DA ATIVIDADE
- As atividades devem ser dirigidas e acompanhadas pelo professor. Devem-se formar grupos de alunos.
PROPOSTA PRELIMINAR DAS ETAPAS/AÇÕES A SEREM REALIZADAS
- Os alunos deverão pesquisar através do webquest nos sites de busca, bem como em revistas e jornais
sobre a reciclagem do lixo;
- Produzir um blog de acompanhamento com as etapas do projeto;
- Elaborar histórias em quadrinhos e paródia;
- Visitar a fábrica de lixo “Pitanguinha minha vida”;
- Confeccionar utensílios com material reciclado;
- Interagir com a comunidade escolar buscando aperfeiçoar suas experiências.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
- Dezembro/2006 e Janeiro/2007 (02 meses).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-Revista Época na escola – nº 3 – Agosto- 2006, Editora Globo
-MERCADO, Luis Paulo Leopoldo(org). Vivências com aprendizagem na Internet.
Maceió:EDUFAL,2005
-ALMEIDA, Maria Elizabete Bianconcini de; Tecnologia na Escola: criação de redes de
conhecimentos.Disponível:http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2001/tec/tectxt2.
-Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais/SEF-Brasília:MEC/SEF,1998.
-Parâmetros curriculares nacionais: Língua portuguesa/SEF-Brasília:MEC/SEF,1998.
-MARTINS, Maria Cecília; Situando o uso da mídia em contextos educacionais: Programa de Formação
continuada em Mídias na Educação.

Projeto 5 - VL

Tema da proposta – Trabalhar o uso de tecnologias através de computador com acesso a internet.
Objetivos a serem atingidos – Proporcionar o uso de tecnologias através do computador, como também
o uso das ferramentas oferecidas pela internet de forma a promover o uso de pesquisas aplicáveis em
todas as disciplinas, despertando para a leitura, através da interação professor – aluno, além de promover
o despertar de aptidões em um novo campo de saber, seja ela real ou virtual.
Problema/questão a ser resolvida/investigada – A falta de interesse como o baixo rendimento vivido
em diversas disciplinas pode está ligados à maneira tradicional em que vêm sendo ministradas as aulas
por determinados educadores.
Com a inclusão através do uso das tecnologias na sala de aula, observaremos o rendimento desses alunos
como principalmente promover o prazer numa busca incessante do saber.
Público a ser envolvido – A escola como um todo, envolvendo desde a administração, coordenação,
professores e alunos.
Abordagem pedagógica – Utilizaremos o uso de pesquisas, produções de textos e execução de
atividades.
Mídias e tecnologias a serem utilizadas – Uso de TV e DVD, rádio e computador ligado à internet
Dinâmica da atividade – Escolha de temas a serem pesquisados pelos alunos; aulas introdutórias para
uso e manuseio dos computadores.
Etapas/ações a serem realizadas
* Explanação superficial do tema com orientação dado pelo professor responsável pela disciplina;
* Cessão cinema, abordando os temas a serem pesquisados;
* Culminância – exposição das pesquisas realizadas pelos alunos.
Referências bibliográficas:
www.portalpositivo.com.br

Projeto 6 - MC

ENDEREÇO: Rua 07 de setembro, s/n – Centro – Murici / Alagoas
Nº DE ALUNOS: 1333 (Distribuídos em três turnos, com turmas de 1ª a 8ª Série)
TEMA DA PROPOSTA: O jornal como fonte de produção do conhecimento
OBJETIVOS:
Desenvolver um jornal mensal, utilizando as diversas mídias para pesquisas e para a produção do
jornal;
Identificar o jornal como fonte de diversidade textual;
Produzir textos jornalísticos com pontuação, coesão e coerência.
PROBLEMA/QUESTÃO:
Sabemos que uma das competências necessárias a um aluno que sai do ensino fundamental é o
domínio da língua. Este domínio se dá quando o aluno escreve e lê com proficiência. O ensino de Língua
Portuguesa deve possibilitar ao individuo o domínio da linguagem como atividade discursiva e cognitiva,
dando-lhe condições para uma plena participação social. Para que ele seja inserido na sociedade com o
mínimo de competência, lhe é exigido também o domínio das tecnologias, pois, quem vive numa
sociedade competitiva como a nossa tem que estar bem preparado. Dessa forma, a produção de um jornal
vai possibilitar ao aluno aperfeiçoar sua leitura e escrita, assim como familiarizá-lo com o computador e a
internet, além de outras mídias que ele tentará buscar como subsídios em sua pesquisa para a produção do

jornal.
PÚBLICO-ALVO: Alunos da 8ª Série do turno Vespertino e seu professor de Língua Portuguesa
ABORDAGEM PEDAGÓGICA:
Segundo Mercado (2004:07), “tecnologia está presente no dia a dia das pessoas e a escola deve
se integrar e preparar profissionais qualificados para o mercado de trabalho”. E, se esse é o papel da
escola, devemos nós, professores de qualquer área, integrar os nossos alunos a essas novas tecnologias
para que possamos prepará-los para essa sociedade, infelizmente, tão excludente, na qual os que não têm
informação e competência estão inicialmente eliminados dessa competição acirrada que é entrar numa
universidade e no mercado de trabalho. É com a intenção de preparar indivíduos participes e atuantes na
sociedade em que vivem que este projeto se delineia em busca de trazer um conhecimento mais amplo da
língua, porque a competência começa com o domínio da língua, para depois perpassar por outras áreas, ou
seja, é o conhecimento da língua que possibilita ao individuo crescer e fortalecer-se em qualquer área.
MÍDIAS/ TECNOLOGIAS UTILIZADAS: Computador, TV, Vídeo, Máquina fotográfica digital,
internet, jornal impresso.
ATORES E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR:
Professor: divisão das turmas em grupos e orientação sobre os tipos de texto em um jornal.
Alunos: pesquisas, leituras, entrevistas, redações dos vários textos para a confecção do jornal,
apresentação do trabalho para toda a escola.
DINÂMICA DE ATIVIDADES:
Estudo dos textos existentes em um jornal e confecção de alguns textos;
Divisão das turmas em grupos por serem abordados no jornal;
Leituras, pesquisas em jornais, internet, revistas para análise de textos, entrevistas, coleta de
dados para temas do jornal, votação da pauta;
Redações dos vários textos para a confecção do jornal, apresentação do trabalho para toda a
escola.
PROPOSTA PRELIMINAR DAS ETAPAS/AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS:
Conscientização dos alunos para a importância da construção de um jornal na escola;
Estudo dos textos existentes em um jornal e confecção de alguns textos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FARIA, Maria Alice. O Jornal da Sala de Aula: organização de um jornal, leitura crítica, redação
escolar e linguagem de imprensa. São Paulo: Contexto, 1994. ___(Coleção Repensando a Língua
Portuguesa)
MERCADO, Luis Paulo Leopoldo. Informática Educativa: Tecnologias da informática e comunicação
de aprendizagem. Maceió: Q. Gráfica, 2004.
MERCADO, Luis Paulo Leopoldo e VIANA, Maria Aparecida Pereira. Projetos utilizando Internet: A
metodologia webquest na prática. Maceió: Q. Gráfica / Marista, 2004.

Projeto 7 - CL
Atividade 4 – Trabalho final: como incorporar o uso das mídias em sua escola?
Tema
Maternidade precoce
Objetivos
Refletir sobre a necessidade de investigação da maternidade.
Investigar as causas e as conseqüências da maternidade precoce na escola.
Levantar dados sobre a problemática.
Realizar pesquisa bibliográfica e de campo.
Produzir diferentes tipos de texto, fundamentados em pesquisa bibliográfica e de campo.

Elaborar gráficos estatísticos sobre os resultados das pesquisas e apresentações em Powerpoint.
Promover palestra sobre gravidez na adolescência e aborto.
Problema
Durante o ano letivo, alunas engravidam precocemente, e outras já são mães.
Público envolvido
Comunidade escolar.
Abordagem pedagógica
As alunas que engravidam durante o ano letivo e as que já são mães sofrem o preconceito dos colegas,
o abandono dos namorados e, algumas vezes, da família. Isso provoca baixa-estima e interfere no
processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, os alunos da 8ª série precisam exercitar a cidadania,
interagindo na dinâmica da escola: investigando problemáticas, produzindo o conhecimento
necessário à realização de ações que resolvam ou minimizem os problemas existentes. Assim, o papel
do professor torna-se o de gerenciador/orientador dessas ações propostas e realizadas pelos
verdadeiros sujeitos da aprendizagem: os alunos.
O uso das mídias e tecnologias permitirá ao professor e aos alunos o acesso à pesquisa (sites de
busca), a elaboração de diferentes tipos de texto (impressos/audiovisuais/visuais/gráficos) e a
divulgação dos resultados de forma criativa e inovadora.
Mídias e tecnologias a serem utilizadas
Televisão;
DVD;
Computador;
Máquina fotográfica;
Caixa de som;
Aparelho de som;
CD;
Retroprojetor;
Atores e papéis que deverão desempenhar
Professora de Língua Portuguesa (gerenciamento, orientação e acompanhamento do projeto)
Alunos da 8ª série, turmas “A”, ”B” e “C” (pesquisadores e divulgadores dos resultados das
pesquisas).
Parcerias (outros professores, professor articulador do Laboratório de Informática, Coordenador
Pedagógico, Direção da escola, pais, outras).
Dinâmica da atividade
As ações referentes ao projeto irão ocorrer dentro e fora da sala de aula: no pátio, nas outras
salas, no auditório, no laboratório de informática, nas visitas domiciliares. Sendo assim, a comunidade
escolar estará envolvida em algumas atividades. Além disso, outros professores como os das Áreas de
Ciências Humanas e Ciências Exatas poderão dar sua contribuição na abordagem da sexualidade e
métodos Preventivos e contraceptivos, elaboração dos gráficos. Dessa forma, apesar de ser um projeto
da disciplina Língua Portuguesa, ele não se fecha, ao contrário, comunga com as demais disciplinas.
Proposta preliminar das etapas
Pesquisa
Produção de textos de tipologia variada.
Palestras
Divulgação dos resultados (exposição oral/apresentações em Powerpoint)
Período de realização
Novembro e dezembro de 2006 ( 02 meses)
12.

Referências:

MAGALHÃES, Thereza Cochar. CEREJA, William Roberto. Português: Linguagens — 8ª série —

2ed.— São Paulo, Atual, 2002, p.159-163.
TERRA, Ernani. CAVALLETE, Floriana. Português para todos.— 8ª série.— São Paulo, Scipione,
2002, p.159-175.
Sites de busca: www.google.com.br; www.aonde.com.br; www.cade.com.br e outros.
www.adolesite.aids.gov.br

De acordo com Veiga (2001), o projeto constitui-se na consolidação de um
processo de ação-reflexão-ação que exige o esforço conjunto da escola, da família e da
comunidade. Esta dinâmica significa percorrer um movimento interior em que as nossas
concepções sejam questionadas, os nossos valores sejam tocados e o nosso
compromisso com a educação seja reforçado.
Neste sentido, a construção do projeto pressupõe a existência de uma gestão
participativa, norteadora e que acompanhe e avalie as ações técnico-pedagógicas e
culturais desenvolvidas na escola, para isso essa equipe deve entender a fase de
elaboração, realização e desenvolvimento do projeto político pedagógico.
Nos cinco projetos até aqui analisados, primeiramente não evidenciamos o
processo de avaliação, item necessário para o desenvolvimento do processo de ensino e
aprendizagem. Para o bom desenvolvimento de uma aula, é de vital importância que se
estabeleça um planejamento bem detalhado das atividades, de modo que os alunos
compreendam o propósito a ser seguido.
Os professores prepararam seus projetos, porém não encontramos o processo
de integrar as mídias em nenhum. No projeto 3, o professor descreve de maneira
superficial sobre as mídias, e informa que tipo de abordagem será utilizado. No projeto
4 encontramos um fundamentação teórica que engloba a necessidade de utilizar as
mídias na educação, identificando na abordagem as teorias construtivista e
interacionista.
O projeto 4 evidencia ainda a pesquisa através da webquest e a construção de
um blog, mas não descreve como fazer uma integração dessas mídias a partir das
atividades descritas em seu plano de aula.
O projeto 5 não expressa de nenhuma forma a integração de mídias. O projeto
6, a partir da citação do autor Mercado (2004), explica o processo de utilização das TIC
em sala de aula e a importância das mesmas no processo de ensino e aprendizagem, mas
não como integrá-las. O projeto 7 contextualiza o uso das TIC sem integrá-las,
propondo de forma significativa a interdisciplinaridade em sala de aula.
Observamos que os professores, mesmo participando de um curso que
evidenciou como integrar as mídias na educação, não compreenderam a forma de

desenvolver no projeto. Como percebemos as mídias foram listadas e não houve a
descrição de como integrá-las. No projeto 4 podemos identificar uma possível
integração, porém o professor não conseguiu descrever como tal integração poderia ser
realizada.
Os professores elaboraram um panorama geral da importância das TIC, as
potencialidades e visibilidades no contexto educacional, porém faltou o panorama de
integração.
Integrar não é apenas listar uma infinidade de instrumentos a serem utilizados
em sala de aula, mas pensar em quais e que tipo de recursos podem ser utilizados para o
desenvolvimento das atividades. Os professores, por sua vez, devem explorar a
integração das TIC e estimular os alunos a interagirem de forma significativa e
colaborativa no processo de aprendizagem.
Os projetos deveriam apresentar da seguinte forma o caráter de integração: a)
estimular a criação de um texto a partir de recursos pesquisados na internet; b) utilizar
editores de imagens, sons, efeitos; c) participar das aulas virtualmente, a partir de chats,
fóruns; d) filmar e/ou tirar fotos para uma possível realização de reportagens,
apresentações em slides, ou somente documentar, dentre outras formas.
Esse tipo de descrição amplia a visão do aluno e até mesmo do professor, pois
estarão mais aptos a explorarem os assuntos desenvolvidos em sala de aula, realizando
uma contextualização entre escola e sociedade, desenvolvendo uma educação
significativa e interdisciplinar.
O projeto de trabalho que propicia a integração das diferentes mídias, onde a
aprendizagem aconteça através da mediação das TIC, favorece a análise, a interpretação
e a crítica das competências e habilidades a serem desenvolvidas por alunos e
professores nesse contexto. Favorece ainda a atitude cooperativa entre professor e
aluno, na qual o professor torna-se também um aprendiz e não um especialista.

Projeto 8 - RM

PROJETO:
O FUTURO DO SER HUMANO E DO PLANETA
JUSTIFICATIVA
A discussão sobre o futuro do homem e do planeta não é nova. Representantes do mundo inteiro tem

voltado a atenção para a temática buscando no contexto global encontrar alternativas para solução de
problemas que afetam a humanidade e trazem danos sérios para a futura geração.
Problemas como a escassez da água, doenças epidêmicas, desmatamento, extinção de animais, drogas,
violência, hábitos alimentares irregulares, são alguns destes que merecem atenção especial da escola
quanto à necessidade de abordá-los numa perspectiva interdisciplinar e contextualizada.
Vivendo num mundo em constante evolução, o aluno deve conhecer e estar preparado para utilizar os
recursos tecnológicos que o rodeiam e saber como utilizá-los na solução desses problemas cruciais.
Este é o objetivo da escola ao utilizar os recursos da mídia neste projeto
OBJETIVO GERAL
Conhecer sobre a realidade do planeta, as interferências natural e humana e as conseqüências
destas na vida futura da humanidade, através da utilização dos recursos oferecidos pelo
laboratório de informática e outras mídias.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender a importância da utilização dos recursos de mídia na busca de soluções para os
problemas do cotidiano e no contexto educacional.
Promover atividades que sensibilizem a escola e a comunidade relacionada a preservação do
meio ambiente.
Desenvolver junto ao aluno atividades educativas diversificadas, relacionadas a violência, de um
modo geral.
Pesquisar pela internet sobre a violência.
Fazer leituras em sites visando informações sobre o tema abordado
DISCIPLINAS ENVOLVIDAS
História
Criação de uma apresentação no PowerPoint sobre desmatamento e extinção de animais
Português
Construção de uma cartilha sobre Violência sofrida por adolescentes e crianças.
Atividades desenvolvidas no laboratório de informática:
1 Apresentação
2 A cartilha de Português
3 Direitos da criança
4 Dados identificadores
5 Mensagem
6 A violência
Ciências
Criação de uma apresentação no PowerPoint sobre Drogas e violência
CULMINÂNCIA
..Exposições dos trabalhos desenvolvidos
Apresentação dos trabalhos com data show no pátio da escola.

Projeto 9 - AN

Trabalho Final
Tema da proposta.
Apresentação do computador e uso da Internet como ferramenta de ensino.
Objetivos a serem atingidos.
Conhecer o computador aprendendo a ligar/desligar corretamente, assim como aprender a manusear o
mouse; Conhecer algumas ferramentas do computador; Interação do aluno com ambiente virtual;

Desenvolver atividades educacionais das mais simples, como um desenho de expressão livre, as mais
complexas como uma aplicação multimídia; Despertar o interesse do aluno para o uso da máquina;
Desenvolver a imaginação do aluno.
Problema/questão a ser resolvida/investigada.
Detectar de imediato quais alunos já são usuários de computador e Internet, para diferenciar as
atividades entre estes e os alunos que não têm intimidade com o mundo virtual, uma vez que estarão no
mesmo ambiente de estudo.
Público a ser envolvido (uma turma, professores, coordenadores, a escola, a comunidade,
outros...).
10 alunos especiais da oficina funcional e ocupacional. (inicialmente)
Abordagem pedagógica.
Geralmente usada a tradicional. Em alguns softwares educacionais temos a oportunidade de construir
junto com o aluno a aula, conseqüentemente a aprendizagem, o que nos permite usar uma abordagem
construtivista.
Mídias e tecnologias a serem utilizadas.
Internet e Softwares educacionais.
Dinâmica da atividade.
Mesclar sala de aula convencional com o laboratório de informática fazendo atividades comuns nos
dois ambientes, como por exemplo, desenhos em papel na sala de aula e no paint no laboratório.
Período de realização.
Durante o ano letivo

Os projetos acima não estão estruturados nos moldes estabelecidos pelo curso,
faltando identificar que tipo de abordagem pedagógica, atores, avaliação. No entanto,
somente o projeto 9 propõe uma possível integração de mídias quando se refere a
mediação da aula convencional com o laboratório de informática, a partir do exemplo de
que os alunos podem fazer desenho no papel em sala de aula, e após essa realização
utilizarem o software Paint.
Percebemos que a estratégia foi pensada para garantir a participação dos
alunos, levando em consideração os recursos disponíveis, o tempo e as particularidades
da instituição. Desta forma, os sujeitos envolvidos não podem estar preocupados com a
participação, mas dispostos e comprometidos com a realização de um trabalho sério,
envolvendo muita dedicação e empenho.
O professor deve estar apto a propor em seus projetos a integração das mídias,
e que estas não se limitem à definições de conteúdos curriculares, mas que enfoquem o
desenvolvimento de competências e habilidades, elevando a contextualização destes, ou
seja, ter como base o processo de construção do conhecimento, possibilitando aos
alunos a descobrirem o conceito de reflexão, questionamento, criticidade, na ação sobre
ação.

4.4 – A aplicação dos questionários

Neste estudo, os questionários (Anexo 9) foram organizados em três blocos: a)
dados pessoais e formação profissional; b) história e experiência na área da educação e
c) o que aprendeu no curso e qual uso fez em sala de aula.
Durante a coleta de dados, foi realizada a análise dos questionários aplicados.
Esse procedimento possibilitou a caracterização dos professores, a compreensão sobre
uma formação de qualidade através da EAD, as dificuldades, o entendimento do uso das
TIC no contexto educacional e o que considerou satisfatório ao término do curso.
Adotamos as questões abertas, pois dão condição ao pesquisado de discutir
sobre o que está sendo questionado, sendo as respostas de livre decisão, sem limitações
e com linguagens próprias. O envio dos questionários foi feito através de e-mail, após a
escolha de 9 projetos analisados, este teve como finalidade identificar as dificuldades
levantadas durante o curso sobre como inserir e integrar as TIC à prática pedagógica.
Abaixo analisaremos as categorias dos professores e suas respectivas respostas.
No primeiro bloco analisamos o perfil dos cursistas, a partir das respostas às
seguintes perguntas: a) sexo; b) categoria de ensino; c) escolaridade e d) como
souberam da oferta do curso. Dos nove cursistas, sete eram do sexo feminino e dois do
sexo masculino.
Três ensinavam no fundamental, quatro no médio e cinco no ensino superior.
Quanto à escolaridade, 6 haviam concluído o ensino superior e 3 realizaram pósgraduação. 5 professores souberam da oferta do curso, através da instituição da qual
fazem parte, um pelos colegas professores, um na universidade, um pelo curso de pósgraduação no qual estava participando e um não respondeu.
Formado o perfil dos pesquisados, analisamos a formação dos cursistas. Este
deveria responder a 4 perguntas, no bloco dois, a fim de investigarmos a experiência do
grupo em cursos na modalidade a distância.
A primeira pergunta versava sobre se o cursista já havia realizado algum curso
na modalidade a distância, e de que tipo de curso participou. 5 deles estavam tendo a
primeira experiência com a modalidade, enquanto os restantes haviam participado de
diferentes cursos na modalidade a distância, tais como; TV na Escola e os Desafios de
Hoje, Pedagogia a Distância da UFAL, Educação Fiscal – SEFAZ, Curso de extensão
na Diversidade – UNB e Curso de Africanidades.

A segunda pergunta remetia-se à experiência que o professor - cursista tinha
com o uso das TIC em sala de aula, antes de participar do Programa Mídias na
Educação. Destacamos que todos os cursistas responderam que, somente, utilizavam a
TV e vídeo em sala de aula, mesmo não tendo o conhecimento real do significado de
sua utilização ou integração. Afirmaram que com o curso, compreenderam como se
efetiva e se dá o processo de utilização e integração, passando a usufruírem mais dessas
mídias, em suas aulas.
Quando nos referimos em que sentido o curso contribuiu para a formação
profissional, as respostas foram diversificadas e evidenciadas para a contribuição e
importância da troca de experiências entre os participantes do curso, da seguinte forma:
Na compreensão das mídias educativas como ferramentas pedagógicas que
possibilitam a construção do conhecimento, por aproximar os conteúdos
curriculares as experiências vivenciadas pelos alunos, por meio das
interações das diversas mídias, contribuindo com o processo de ensinoaprendizagem. C1.
O curso me proporcionou troca de experiências, reflexão sobre minha prática
pedagógica, ampliou conhecimentos e revelou um mundo ainda
desconhecido por mim: o mundo virtual. C5

Percebemos que, para o conhecimento ser significativo devemos estar aptos a
fazer algo com ele. Os professores-cursistas relataram o quanto é importante participar
de cursos de formação continuada, em especial, cursos que se referem ao uso das TIC
na educação. A aprendizagem envolve muito trabalho e uma aplicação relutante, a fim
de estabelecer o esforço necessário para habilitar as potencialidades da intelectualidade.
A última pergunta do bloco dois destinou-se a que forma os recursos utilizados
nos módulos do ciclo básico contribuíram para uma formação de qualidade. As
respostas variaram entre a melhoria da qualidade do ensino, da aprendizagem dos
alunos, bem como das práticas pedagógicas; a re-significação da aprendizagem no
contexto escolar; a qualidade do material elaborado pelo curso e pela possibilidade de
participar deste curso.
As atividades desenvolvidas possibilitaram o conhecimento tecnológico e a
compreensão de como utilizar e integrar as mídias no contexto escolar, contribuindo de
modo colaborativo, sistêmico e significativo para o aperfeiçoamento profissional dos
professores-cursistas.
O terceiro bloco implicou na avaliação do Programa Mídias na Educação. O
cursista respondeu a cinco perguntas. A primeira referente à aprendizagem, questionou:

O que você aprendeu no Programa Mídias na Educação? Como fez uso do material em
sala de aula?
Procuro sempre fazer uso do que aprendi e estou aprendendo. Infelizmente,
temos algumas dificuldades técnicas e de formação. O laboratório da escola
está sempre com problemas sérios que dificultam o uso pelos professores e
alunos, o programa agora é Linux e nós já solicitamos uma formação para
utilizar melhor o programa, mas ainda não foi possível. Mesmo assim,
usamos programas da TV Escola, pesquisamos no laboratório, nossos alunos
produziram slides, textos no word, registramos em vídeo/fotos alguns
trabalhos. C2.
Tornei-me mais segura e confiante quanto ao uso de mídias, por que quem
não as usa geralmente questiona. E o curso deu muitas sugestões de
atividades com os alunos, projetos que foram possíveis de se aplicar em sala
de aula. C5.

Os cursistas ressaltaram que é muito importante trabalhar com as TIC, pois
estas facilitam o processo de ensino e aprendizagem, contribuindo para uma educação
facilitadora e de qualidade. De acordo com o cursista C5 o importante foi que o “curso
não esteve direcionado somente pela tecnologia, mas sim pelos resultados desejados
pelos participantes e por suas necessidades”.
A segunda pergunta indagou as dificuldades para a realização das atividades, a
partir da seguinte pergunta: que dificuldades contribuíram para a não realização das
atividades do Programa Mídias na Educação, durante os módulos ofertados, no tempo
determinado?
Nossas dificuldades são principalmente técnicas; faltam alguns
equipamentos na escola (filmadora, CD/DVD, recurso para impressão de
fotos, reprodução de DVD/CD); criação de um site, um blog, já temos uma
caixa de som e aparelhamento simples para o funcionamento de uma rádio,
entretanto falta interesse e dedicação da equipe. C2.
As maiores dificuldades foram o pouco conhecimento de informática, a falta
de tempo e as famosas “quedas” da internet. C9.

A não realização das atividades, como relatado, se efetivou por diferentes
argumentos. Os professores, em sua grande maioria, trabalham os três horários, cuidam
de casa, dos filhos, não têm acesso à Internet, e ainda participam de cursos de formação
continuada para melhorar e desempenhar suas atividades profissionais.
No caso do curso, os professores cursistas não tinham hábito de organizar-se
para planejar, propor e realizar as atividades, pois, para muitos, participar de cursos
nessa modalidade era algo novo, para outros era uma forma de não ter muito trabalho.

Ao deparar-se com um tutor que estava atuando como mediador e orientador
do processo de ensino e aprendizagem, várias dificuldades foram levantadas. Alguns
não conseguiram entender que esse processo de aprendizagem é totalmente centrado no
aluno, e que este deve desenvolver ações, planejar, selecionar e enviar informações,
refletir e questionar sobre o desenvolvimento da aprendizagem.
Passaram a entender que o professor nesse contexto é o incentivador da busca
de distintas fontes de informações, parceiro dos alunos, provocador, orientador,
estabelece conexões, desenvolvendo assim a construção do conhecimento.
Embora citaram que muitas das dificuldades eram de ordem técnicas,
compreendemos que esta ordem se refere ao não conhecimento das ferramentas
estabelecidas para a realização das atividades, por isso a dificuldade. Gratificante foi
saber que o curso contribuiu para superar esses obstáculos e promover a dinamização
das aulas.
Na terceira pergunta os cursistas evidenciaram a sua opinião sobre a atuação
do tutor nos módulos ofertados. A maioria classificou a atuação como excelente, pois o
mesmo sempre estava solucionando problemas, bem como os ajudando nas dúvidas
surgidas em cada atividade.
Ressaltaram que nesse processo a sua participação colaborativa e construtiva
foi muito importante para o aprimoramento profissional. Constatamos que os tutores
dedicaram-se a contestar as intervenções dos participantes, motivando-os, criando
espaços de aprendizagens e utilizando de todas as estratégias para fazer com que os
professores - cursistas se sentissem familiarizados com o curso.
Na quarta pergunta, os cursistas expuseram em que sentido as experiências
compartilhadas nas interações online permitiram refletir sobre o uso integrado das TIC
no contexto escolar. As contribuições variavam entre as novas formas e o incentivo para
o uso das mídias em sala de aula, poder discutir os problemas relacionados às práticas
pedagógicas, permitindo o debate sobre as possibilidades de diversificar os espaços de
trabalhos, a socialização dos professores com os projetos interdisciplinares, a
oportunidade de conhecer novas formas de ensinar; o favorecimento do aprendizado
contextualizado do aluno, a construção do conhecimento e as novas possibilidades de
reconstrução. Portanto, o processo de interação proporcionou o tempo todo, a reflexão,
construção e re-elaboração do conhecimento.

Na última pergunta, os cursistas apresentaram os pontos positivos e negativos
para se obter uma boa formação, através de um curso a distância. Os mesmos apontaram
vários fatores, mais positivos do que negativos, elucidados abaixo:

Pontos positivos
organização do horário e tempo para
estudar de acordo com o seu ritmo;
afetividade dos alunos na EAD;
não há diferenças de classes;
material de pesquisa de excelente
qualidade;
exploração das potencialidades dos alunos,
através de uma sistematização autônoma,
interativa e construtiva;
interatividade em diferentes tempos;
trabalho coletivo e
integração com diversos professores de
diferentes disciplinas.

Pontos negativos
tempo curto para responder as atividades;
dificuldade de acesso;
complexidade
na
elaboração
das
atividades;
a falta de contato direto com os cursistas;
a falta de interesse de alguns professores –
cursistas.

Ressaltamos que estes fatores foram pertinentes para destacarmos o quanto é
importante o potencial da EAD mediada pelas TIC e com suporte em AVA. Desta
forma nos cursos ofertados pela EAD e mediado pelas TIC foi possível perceber o fazer,
rever e refazer contínuo, como o erro pode ser tratado, analisado e reformulado.
O aprendiz tem a oportunidade de avaliar o trabalho desenvolvido, assim como
o seu próprio desenvolvimento e participação com a colaboração do grupo, efetuando
continuamente as reformulações necessárias e adequadas para produzir novos saberes,
podendo também analisar as contribuições dos colegas e realizar intervenções.
Conforme Almeida (2007) a integração das TIC é significativa, pois traz um
registro contínuo de interações, produções e dos caminhos percorridos pelo aluno, além
de recuperar as etapas do processo, realizando tantas atualizações que forem
necessárias. Desenvolve a avaliação processual, na qual é possível acompanhar a
evolução do aluno e suas produções, rever todo processo e refazer as análises mais
pertinentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação através da internet, mediada pelo computador é o modelo
mais revolucionário das transformações ocorridas no século XXI, como nos remetem
Castels (2003), Levy (2000), Valente (2003), Mercado (2002), ou seja, no âmbito
educacional ou tecnológico, o usuário da internet necessita compreender sobre as
potencialidades dos hardwares e softwares, esse entendimento facilita o trabalho com
o instrumento em sala de aula.
A sociedade da informação com suas várias transformações, visíveis aos nossos
olhos, nos alerta para agirmos em busca do novo. Precisamos utilizar recursos
disponíveis, ter “atitude pedagógica”, conviver e se articular com as novas
tecnologias, aprendendo e ensinando, através destas, pois somos professores e
educadores desafiadores, profissionais incentivadores de novas metodologias que
permitam aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem.

Ao vivenciarmos importantes mudanças, como o avanço tecnológico, o
alargamento da EAD, as novas posturas do professor, dentre outras que têm afetado
todas as instâncias sociais, conseqüentemente nos deparamos com a necessidade da reorganização das propostas educacionais.
A EAD é uma área que está se desenvolvendo e se ampliando, principalmente
mediada pelas TIC. Os recursos tecnológicos oferecem uma abertura para novas
possibilidades de interação, oportunizando um espaço diferente na dimensão virtual,
portanto, cada vez mais essa modalidade dispõe de formas diferenciadas de
aprendizagem, uma vez que, temos a possibilidade de articular, orientar e problematizar
conectado com o aluno.
As várias possibilidades de interação, aperfeiçoadas com o uso das TIC
desencadeiam transformações desafiadoras na estruturação da modalidade de EAD. O
avanço da aprendizagem online favorece uma abordagem que enfatiza a aprendizagem
centrada no aluno, possibilitando que o sujeito desenvolva habilidades e competências
de autonomia e criticidade.
Os processos de interação nesse espaço de comunicação são travados, a partir
de teias de comunicação, as quais são caracterizadas por um conjunto de nós
conectados, que agem como pontes entre as mais diferentes e diversificadas
informações. É o contato com estas informações, numa perspectiva contextualizada, que
possibilita ao sujeito a construção do conhecimento, num caminho dialógico, entre
sujeito e informação, como também entre sujeito e sujeito.
Na modalidade a distância, novas competências e habilidades entram em
exercício, pois a linguagem que se processa nos instrumentos eletrônicos, e mais
especificamente no computador tem uma lógica de programação.
Essa linguagem, apesar de ser um meio de comunicação e interação entre as pessoas,
também sofre mudanças. Além das verbalidades (palavra), entendemos nesse novo
contexto que o gesto, a imagem, a nota musical, os sons, são unidades diferentes da
palavra, linguagens não verbais, pois a principal finalidade é conseguir interagir com
uma ou mais pessoas, e essa interação pode ocorrer oralmente, gestualmente e/ou
pela escrita.

Em todo momento de interação, os sujeitos pensam sobre suas respostas e/ou
problemas, o que leva aos estágios de reflexão e depuração, na qual reflete sobre os
“possíveis erros” e interioriza as informações significativas, e à medida que sinaliza as
ações produzidas, partindo da descrição de suas idéias, conclui o ciclo que compõe o
processo de construção do conhecimento.
A participação no processo de tutoria do Ciclo Básico (1ª oferta), do Mídias na
Educação, ofertado em Alagoas, nos permitiu identificar como os professores estão
alheios às questões discutidas no âmbito acadêmico sobre a integração das mídias e o
uso das TIC na sala de aula. Além disso, observamos que muitas das práticas e
resistências dos professores, referem-se à não relação intensificada entre eles nas
unidades escolares em que trabalham.
As atividades realizadas com as ferramentas disponíveis para discussão, no
AVA e-Proinfo durante a formação continuada, foram de grande importância para o
processo de interação e compreensão dos objetivos propostos pelo curso.
Com cursos ofertados através desta modalidade, é possível a integração das
diferentes mídias e a criação de programas que ofereçam formação continuada a
professores, sem que estes precisem se ausentar ou se deslocar do ambiente de trabalho,
minimizando a influência das dificuldades profissionais, econômicas e as condições
geográficas.
Neste sentido, a partir dos projetos analisados no Capítulo 4 identificamos
como foi complicado para os professores – cursistas evidenciar o processo de integração
das mídias no contexto de aula. Descrever o processo de integração nos projetos e
planos de aula é uma ação complexa, devido a diversos fatores discutidos nesta
pesquisa.
Integrar as mídias no planejamento escolar é rever concepções e ações, na qual
implica a definição de necessidades para atender os objetivos a serem alcançados dentro
das possibilidades, visibilidades, procedimentos, tempo de execução e formas de
avaliação na sala de aula. Com isso o planejamento escolar deve estar pautado em
planos e projetos individuais e coletivos, tanto da escola quanto no currículo de ensino.
Deve enfocar as contradições existentes no sistema educacional e apontar soluções que
correspondam à proposta pedagógica da escola. Sendo assim, não identificamos nos
projetos essas habilidades e atitudes, mesmo porque alguns professores não
conseguiram compreender o sentido do processo de integração e da atividade proposta.

Ter ciência desses pressupostos envolve investimentos na educação, não
somente financeiramente, mas intelectual, cultural, social e individualmente, pois por
mais que um plano ou projeto seja esboçado e esquematizado a partir de idéias ou ações
que se pretendam colocar em prática, além de representar uma meta, este deve orientar a
prática.
O projeto e/ou planejamento deve ser processual, envolvendo atividades
contínuas de reflexão e ação que considere a realidade escolar em suas reais condições,
buscando alternativas para solucionar dificuldades do cotidiano e elaborar planos de
tomada de decisões, pois o este é uma forma de organizar as práticas educativas, as
atividades de ensino e de aprendizagem, atribuindo intencionalidade pedagógica às
ações educativas.
Para que os profissionais da educação atuem nesta perspectiva, é fundamental
que estes invistam em sua formação, em compreender e interiorizar as potencialidades
das TIC. Além disso, é preciso que as instituições abram caminhos para a alfabetização
e a formação tecnológica e o letramento digital. Resistir a essa competência
comunicativa é alimentar a manutenção de sujeitos alienados, assim sendo, é necessário
evitar essa alienação, realizando a integração das mídias no ambiente educativo.
Desta forma, alguns fatores contribuem para a utilização das TIC à prática
pedagógica: a) contemplar o uso das TIC no Projeto Político Pedagógico da escola,
b) desenvolver cursos básicos utilizando os laboratórios; c) desenvolver parcerias
com a comunidade; d) elaborar atividades apoiadas em projetos com utilização das
TIC; e) aquisição de softwares e de jogos educativos; f) organizar os cronogramas
para o uso dos laboratórios; g) desenvolver aprendizagens coletivas, sistemáticas e
colaborativas e h) integrar as mídias nas atividades de cada professor.
Torna-se indispensável compreender como se desdobra o processo de ensino e
aprendizagem, e como se processa a produção do conhecimento – destacamos que
conhecer não é afirmar nem confirmar, mas auto-questionar, logo, caso não se
estabeleça um questionamento, remetemo-nos a simples memorização da
informação.

De tal modo, professores e alunos devem utilizar as diferentes mídias e as
TIC, não só como meio de aprimoramento tecnológico e pedagógico (sala de aula),
mas de forma significativa no meio pessoal e profissional no qual estão inseridos.
Ainda, tendo a ciência de que na sociedade atual é necessário estar se
atualizando, os sujeitos não dispõem de tempo para tanto, seja pelo fato de não
conseguirem acompanhar os avanços, ou pela resistência à mudança, constatamos
nos dois fragmentos discursivos disponibilizado no modulo 1 do curso:

Diariamente utilizo a mídia, sempre ouço muita música, vejo vídeo com
meus alunos, leio jornal e participo desse curso com o auxilio do computador,
ou seja, a mídia faz parte do nosso dia-a-dia como água. Usamos e nem
percebemos às vezes como ela esta inserida em nossa vida. Com a inovação
da mídia interativa deixamos de ter uma atitude passiva, de meros receptores
a agentes das informações que nos chegam, passando assim a interagir com
essas informações. AA (turma UFAL – especial).

Na nossa rotina doméstica, de trabalho e nos momentos de lazer,
praticamente a cada gesto, utilizamos várias tecnologias, entre elas, o espelho
no qual nos observamos e nos comunicamos interagindo com a nossa própria
imagem, que nos informa sobre nosso aspecto físico e ativo o nosso
pensamento a agir para manter ou transformar essa condição. O espelho é
apenas um exemplo no vasto universo tecnológico em que estamos inseridos.
RF (turma UFAL – especial).

Observamos que com o avanço das mídias, a sociedade passou por processos
de transformações no âmbito educacional, principalmente quando nos referimos à
escola. Nos dias atuais, nos deparamos com uma sociedade que propõe e exige do
cidadão uma qualificação necessária, seja no âmbito das idéias ou materiais, para que
exerça sua função significativamente.
O cidadão, que aqui podemos identificar como o sujeito que compõe a escola,
deve evidenciar sua prática tradicional e articulá-la com as inovações advindas do
século XXI. Assim, poderá promover na escola o ensino de qualidade.
Para viabilizar essas transformações é imprescindível que se atenue a
distância existente entre os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, o
professor como detentor do saber e o aluno como receptor desse saber. Deve-se
desmistificar essa visão e compreender que a interação, a colaboração, são caminhos

viáveis para a troca mútua no processo da aprendizagem, consolidando as
experiências e vivências com o uso das TIC.
Mediante essa característica, a escola poderá viabilizar uma proposta de
caráter funcional da aprendizagem em prol da compreensão e entendimento dos
conteúdos por meio da atenção, interesse e compreensão, ou seja, a escola deve,
rapidamente, fazer a sua parte neste processo.
Os professores tornam-se mediadores, facilitadores e orientadores no processo de
ensino e aprendizagem, conduzindo o aluno organizar as informações recebidas
voluptuosamente.
Buscam novas maneiras de ministrar suas aulas, a interdisciplinaridade com outras
disciplinas, ou seja, nesse novo contexto, professor e aluno amadurecem o
conhecimento, a partir da aprendizagem vivenciada entre os pares, reconhecendo a
autoria nas atividades e desenvolvendo, acima de tudo, a autonomia, expressando
assim, seu caráter crítico, reflexivo e questionador.
O professor que entender bem o significado das transformações, e dos três
pressupostas educar-ensinar-aprender, compreenderá que deverá desenvolver atitudes
que permitam maior interação com a realidade do aluno e novas técnicas para se lidar
com o desconhecido, inesperado e com o possível.
Essas atitudes possibilitam o aprender a fazer, aprender a aprender, encarar
problemas de vários pontos de vista, desenvolver relacionamentos interpessoais
(aprender a conviver com os demais) e a liberdade de escolha (currículo diversificado).
Logo, mesmo seguindo a vertente do “estar junto” virtual, que Valente (2003)
defende em seus estudos, de compreender o aprendiz, de acompanhamento constante da
sua aprendizagem, não foi possível um percentual elevado de conclusão, mas em todo o
caso, a tentativa de realização de um curso significativo foi estabelecida.
Em resumo, o conjunto de dados analisados, demonstraram que a partir das
discussões levantadas durante a formação, evidenciaram as dificuldades em que os
professores têm de desenvolverem as aulas, com ou sem a utilização das TIC. No

entanto, para ampliarmos as discussões estabelecidas nesta pesquisa, é necessário nos
aprofundarmos nas pesquisas que envolvam formação continuada, dificuldades
escolares, resistências dos professores, planejamento escolar, as diversas formas de
utilização das TIC.
É importante salientar que a resistência não só advinda dos professores, mas
da cultura escolar, a escassez de equipamentos e o descaso de algumas instituições
referente ao desenvolvimento de projetos na instituição, compromete a integração das
mídias para uma significativa construção do conhecimento.
Portanto, professores e os participantes da escola não podem esperar que o
“governo” promova uma educação de qualidade, é importante que sejamos
multiplicadores no que se refere aos conhecimentos e práticas que investem na
educação, e buscarmos resultados positivos, conquistar os nossos colegas, pois a
promoção de um trabalho em parceria é sempre viável e adequado. Com isso, a
escola ganha um caráter democrático, onde todos se sentem participantes do processo
de ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Fernando (org). Educação à distância: formação de professores em
ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem. São Paulo: MCT/PUC/SP, 2002.
ALMEIDA, Maria E. Pedagogia de projetos e integração de mídia. Disponível em:
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ppm/tetxt5.htm. Acesso em: 30 jan 05.
ALMEIDA, Maria E. Prática e formação de professores na integração de mídias. Prática
pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre conhecimentos,
tecnologias e mídias. In: MORAN, José M.; ALMEIDA, Maria E. (orgs). Integração
das tecnologias na educação. Brasília: MEC/SEED, 2005.
___________. Integração de tecnologias à educação: novas formas de expressão do
pensamento, produção escrita e leitura. In: VALENTE, José A.; ALMEIDA, Maria
E. (orgs). Formação de educadores a distância e integração de mídias. São Paulo:
Avercamp, 2007.

ALMEIDA, Maria E.; PRADO, Maria E. Estratégias em educação a distância: a
plasticidade na prática do professor. In: VALENTE, José A.; ALMEIDA, Maria E
(orgs). Formação de Educadores a distância e integração de mídias. São Paulo:
Avercamp, 2007.
ANDRÉ, M. E. Tendências atuais da pesquisa na escola. Cadernos CEDES, vol. 18, n.
43. Campinas. Dezembro. 1997.
BACEGGA, M. A. Educação e tecnologia: diminuindo as distâncias. In: KUPSTAS, M.
(Org.) Comunicação em debate. São Paulo: Moderna, 1997.
BACHA FILHO, Teófilo. Educação a distância. In: FRAGALE FILHO, Roberto
(org). Educação a distância: análise dos parâmetros legais e normativos. Rio de
Janeiro: DP&A, 2003.
BELLONI, Maria. L. O que é mídia-educação. 2ª ed. Campinas: Autores Associados,
2005.
_________. Educação a distância. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2003.
BENASSULY, Jussara S. A formação do professor reflexivo e inventivo. In: LEAL,
Maria C.; LINHARES, Célia (orgs). Formação de professores: uma crítica à razão e
á política hegemônicas. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
BENTES, R. F. Avaliação do tutor. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M.M. (orgs)
Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
BEHRENS, Marilda A. Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa
num paradigma emergente. In: MORAN, José M.; ALMEIDA, Maria E (orgs).
Integração das tecnologias na educação. Brasília: MEC/SEED, 2005.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em eudcação: uma
introdução à teoria e aos métodos. Porto, Portugal; Porto Editora, 1997.
BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília: Congresso Nacional, 1996.
BRETÃS, Beatriz. Comunicação mediática no processo ensino/aprendizagem. In:
COSTA, José W; OLIVEIRA, M. A. Novas linguagens e novas tecnologias: educação
e sociabilidade. Petrópolis: Vozes, 2004.

CARNEIRO, Vânia L. TV na escola: desafios tecnológicos e culturais. In: SANTOS,
Gilberto L. Tecnologias na educação e formação de professores. Brasília: Plano,
2003.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 7. ed. São Paulo: Cortez,
2005.
COUTO, R. Movimento Interdisciplinar de designers brasileiros em busca de
educação avançada. Rio de Janeiro: PUC/RIO, 1997. Tese de Doutorado –
Departamento de educação.
Decreto 5.622 de 19 de dezembro de 2005. Disponível no portal do MEC
www.mec.gov.br Acesso em 25 jan 08.
FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2004.
GOUVÊA, Guaracira. OLIVEIRA, Carmen I. Educação a distância na formação
de professores: viabilidades, potencialidades e limites. Rio de Janeiro: Vieira &
Lent, 2006.
IMBERNÓN, Francisco. Formação docente profissional: formar-se para a
mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 1993.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2ª ed. São Paulo: Ed. 34, 2000.
__________. A inteligência coletiva. São Paulo; Loyola, 1998.
LITWIN, Edith (org.). Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda
educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.
LÜDKE, M.; AMDRÉ, M. E. D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 8ª
reimpressão. São Paulo: EPU, 2004.
MARTINS, Maria C. Integração de mídias e práticas pedagógicas. In: VALENTE,
José A.; ALMEIDA, Maria E (orgs). Formação de educadores a distância e
integração de mídias. São Paulo: Avercamp, 2007.
MERCADO, Luís P. Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática.
Maceió: Edufal, 2002.
__________. Formação docente e novas tecnologias. In: MERCADO, Luís L (org.).
Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. Maceió: Edufal, 2002.

MEC/SEED. Módulo Material Impresso, em cd-rom. Brasília: SEED, 2007.
MORAES, Maria C. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus,
1997.
MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão integrada.
São Paulo: Thompon Learning, 2007.
MORAN, José M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Porto Alegre,
Informática na educação: teoria & prática. Porto Alegre, PGIE-UFRGS. v.3, n. 1,
setembro, 2000.
_________. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas:
Papirus, 2007.
MOREIRA, M. G. A composição e o funcionamento da equipe de produção. In:
LITTO, F. M.; FORMIGA, M.M. (orgs) Educação a distância: o estado da arte. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
ORLANDI, Eni P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 3ª ed. Campinas:
Pontes, 2001.
PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no
ciberespaço: estratégias eficientes para salas de aula on-line. Porto Alegre: Artmed,
2002.
PETERS, Otto. A educação a distância em transição: tendências e desafios. São
Leopoldo: Unisinos, 2003.
RAMAL, Maria C. Educação a distância: entre mitos e desafios. Revista Pátio, ano V,
nº 18, agosto/outubro de 2001, p. 12-16.
SANCHO, Juana M. De tecnologias da informação e comunicação a recursos
educativos. In: SANCHO, Juana M. [et al.]. Tecnologias para transformar a
educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SANTOS, Edméa Oliveira. Articulação de saberes na EAD online. In: SILVA,
Marcos (org). Educação online. São Paulo: Loyola, 2003. pp. 217-230.
SETTE, Sonia. Módulo Básico Mídia Rádio, em cd – rom e disponível:
www.eproinfo.mec.gov.br.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. 4ª ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2006.

SORJ, Bernardo. Brasil@povo.com: a luta contra a desigualdade na sociedade da
informação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 2ª ed. São Paulo:
Vozes, 1991.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VALENTE, José A.; PRADO, Maria E.; ALMEIDA, Maria E. Educação a distância
via internet. São Paulo: Avercamp, 2003.
VALENTE, José A (org.). Formação de educadores para o uso da informática na
escola. Campinas: Unicamp/Nied, 2003.
VEIGA, Ilma P. A. Projeto político-pedagógico: novas trilhas para a escola. In: VEIGA,
Ilma P. A. (org). As dimensões do projeto político-pedagógico: novos desafios para a
escola. Campinas: Papirus, 2001.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
ZUBEN, Newton A. Formação de professores: da incerteza à compreensão. In:
BICUDO, Maria A. (org). Formação de professores? da incerteza à compreensão.
Bauru: Edusc, 2003.

ANEXOS

Anexo 1 – Esboço do projeto final
Etapa 3 – Atv. 4 Trabalho final do Módulo Introdutório: como incorporar o uso de mídias em sua
escola? (Biblioteca)
Identificação da Instituição
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Cursistas: DR, AV, NG (turma – UFAL 01).
Tema da proposta
Formação Docente na Modalidade da Educação a Distância
Objetivo Geral
Incentivar a formação docente para as especificidades pedagógicas da modalidade da
educação a distância nos cursos de Licenciatura da UFAL
Objetivos Específicos
Difundir os fundamentos teóricos, didáticos, metodológicos e avaliativos da educação a
distância bem como sua relevância atual;
Utilizar plataforma/s virtual/ais de ambientes de aprendizagem para viabilização das ações
contidas nos projetos ou planos de curso dos docentes para a modalidade a distância com o
uso das TIC;
Socializar as possibilidades metodológicas encontradas para educação a distância nas
diferentes licenciaturas;
Identificar as diferenças das práticas pedagógicas docentes entre a educação presencial e a
distância;
Buscar coletivamente alternativas para minimizar as dificuldades encontradas para o
exercício da modalidade a distância na licenciaturas existentes;
Elaborar projeto que viabilize uma ação curricular docente na modalidade a distância.
Problema/questão a ser resolvida/investigada
A utilização da modalidade da educação a distância nas instituições universitárias tem sido bastante
diversificada conforme as especificidades construídas das suas trajetórias acadêmicas.
Especificamente na UFAL, a maioria dos docentes apresenta desconhecimento das leis que
regulamentam seu uso, dos fundamentos teórico-metodológicos, das TIC para a educação, dos
ambientes virtuais de aprendizagem, dentre outros aspectos.
Acrescenta-se ao exposto o preconceito, a recusa, a indiferença, o descaso. Contudo, há os que têm
interesse e vontade de fazer, mas não sabem por onde começar. Para estes docentes, que estão
vinculados às licenciaturas, pois são formadores de formadores, é que este projeto se destina.
Público a ser envolvido
Docentes da licenciaturas da Instituição que tenham o interesse pela utilização da modalidade a
distância nos seus conteúdos específicos
Mídias e tecnologias a serem utilizadas
A/s plataforma/s virtual/ais de ambientes de aprendizagem serão utilizadas para a realização do
curso, das atividades, bem como a elaboração das propostas docentes para possível execução nos
cursos de licenciatura. As tecnologias usadas serão conforme a necessidade de cada projeto. Contudo,
podem-se utilizar recursos como imagens, vídeo, material impresso e outros.
Proposta preliminar das etapas a serem realizadas
1ª) fundamentação teórica, didática, metodológica e avaliativa da educação a distância bem
como sua relevância atual;
2ª) Utilização de plataforma/s virtual/ais de ambientes de aprendizagem para viabilização
das ações contidas nos projetos ou planos de curso dos docentes para a modalidade a
distância com o uso das TIC;
3ª) Socialização das possibilidades metodológicas encontradas para educação a distância
nas diferentes licenciaturas;
4ª) Identificação das diferenças das práticas pedagógicas docentes entre a educação
presencial e a distância;
5ª) Viabilização de alternativas para minimizar as dificuldades encontradas para o
exercício da modalidade a distância nas licenciaturas existentes;
6ª) Elaboração de projeto que viabilize uma ação curricular docente na modalidade a distância.

Período de realização
Março a novembro de 2007
Referências a serem consultadas
ALMEIDA, Maria G. Marinho. A educação à distância e a formação de professores em Alagoas. In:
MALUF, Sheila D. (org). A prática pedagógica em questão. Maceió: Catavento,2000.
_____________ Educação a Distância: limites e possibilidades na habilitação de professores não
titulados. Revista Educação - Revista do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas, nº 11
(dez 99). Maceió, 2000.
_____________ Educação a Distância: uma alternativa para a formação de professores? Dissertação
de Mestrado, UFPB, 2000.
HERNÁNDEZ, F. & VENTURA, M. A Organização do currículo por Projetos de trabalho: o
conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: ArtMED, 1998.
MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas
In: MORAN, J.M.; MASETTO, Marcos T. & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
NUNES, I.B. Noções de educação à distância. intelecto.net/ead/ivonio1.html, 1998.
PERRENOUD, Philippe. Práticas, profissão docente e formação. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
_______________________________
Ensaio – LR (turma UFAL 02)
Identificação da Escola
Escola Creche Zilda Gama
Rua Tiradentes, 401 - Ponta Grossa
Maceió-AL, Tel.: 3221-4945
A escola possui 60 (sessenta) alunos de 4 a 6 anos; é ligada ao Centro Espírita Melo Maia e mantida
através de doações. As crianças chegam às 12h30, para o almoço, e saem às 17h30, após o café da tarde.
São três salas de aula, correspondentes ao I, II e III períodos da Educação Infantil.
Tema da proposta
Computador e ludicidade: uma proposta possível na educação infantil.
Objetivos
Integrar as técnicas convencionais de ensino com as tecnologias na educação;
Inserir as crianças em uma nova visão pedagógica, criativa e aberta;
Divulgar, na internet, os trabalhos realizados na escola.
Problema
Como inserir mídias na educação infantil e integrar as dimensões pessoais, comunitárias e tecnológicas?
Público a ser envolvido
Crianças das três turmas, professoras, coordenadora e diretora.
Abordagem pedagógica
Desenvolvimento do trabalho coletivo na proposta construtivista.
Mídias e tecnologias a serem utilizadas
Equipamento de DVD, televisão e computador.
Atores e papéis que deverão desempenhar
Alunos: observação das apresentações e reprodução de imagens e escritas;
Professoras: acompanhamento da construção dos alunos;
Coordenadora: orientação dos temas do projeto pedagógico;
Diretora: divulgação das produções obtidas pelos alunos.

Dinâmica da atividade
Trabalho a ser desenvolvido em dois dias semanais, com deslocamento das crianças para a sala de vídeo.
Proposta preliminar das etapas
Explicação sobre mídia e tecnologia;
Demonstração dos equipamentos que serão utilizados no projeto;
Apresentação de DVD (história infantil, documentário, jogos);
Produção de escritas e imagens;
Culminância e fechamento do trabalho;
Socialização e divulgação do trabalho na internet;
Avaliação do projeto.
Período de realização
Dois a três meses.
Referências bibliográficas
MORAN, José Manuel. Como utilizar a Internet na educação. Disponível em:
<http://www.eca.usp.br/pro/moran/internet.htm> Acesso em 01 out. 2006.
MORAN, José Manuel e ALMEIDA, Maria Elizabeth Biaconcini (orgs.). Integração das tecnologias na
educação. SEED/ME, 2005. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/> Acesso em 30 set.
2006.

Anexo 2 – Chat - Integração tecnológica
Etapa 4 – Atv. 2 - Integrando a TV escola (Bate-papo).
SA fala para Todos: Oi, pessoal.
SA fala para Todos : Mais uma vez estou aqui para debatermos sobre a INTEGRAÇÃO
TECNOLÓGICA.
SA fala para Todos : O que vocês têm a comentar sobre esse tema?
MA (Cursista) fala para Todos : é uma oportunidade para melhorar a qualidade do ensino e favorecer
novos caminhos e estimulando o desenvolvimento integral do aluno
SA fala para MA : Muito boa sua colocação
SA fala para MA : Vc já teve a oportunidade de vivenciar uma experiência nesse contexto?
MA (Cursista) fala para Todos : estamos tentando aproveitar o máximo a oportunidade de aprender
mais sobre o uso racional das tecnologias nas escola.sim ,nos já usamos os recursos disponíveis.
SA fala para Todos : Que contribuições efetivas o uso das tecnologias tem proporcionado à educação
(presencial e a distância)?
MA (Cursista) fala para Todos : o acesso a informação e o conhecimento são necessários para melhoria
da minha pratica
SA fala para MA : O texto fala da necessidade de um planejamento para potencializar o uso das TIC's de
forma que venha a promover a realização de ações educacionais inovadoras. Comente.
MA (Cursista) fala para Todos : não só com o uso das tics mas em qualquer trabalho o planejamento é
decisivo para conquista da qualidade do ensino.
SA fala para MA : Na sua concepção, qual a abordagem metodológica que possibilita o envolvimento de
tecnologias no processo de construção do conhecimento?
RS fala para Todos : Na minha escola o laboratório é sempre usado por alguns professores junto com
seus alunos,fazendo pesquisas, realizando atividades diversas.
SD fala para Todos : acredito que planejar no coletivo é indispensável
SA fala para Todos : Como vcs compreendem a integração das tecnologias no ensino (TV, vídeo, rádio,
DVD, computador/internet?
SA fala para SD: Essa proposta é fator indispensável quando falamos em trabalhar com mídias. Parabéns
pela colocação.
SA fala para RS : Nessas atividades que relata, há integração entre outros meios?
MA (Cursista) fala para Todos : o trabalho coletivo já provou que é eficiente e inteligente faz a
diferença.
SA fala para Todos : Que sugestão vcs dariam para que os gestores da educação contribuam mais com a
apropriação das tecnologoias, pelos professores? Falo em gestores em geral, não só os da escola.
MA (Cursista) fala para SA : não só planejar, como executar no coletivo é fundamental.
MA (Cursista) fala para Todos : priorizar a pratica em detrimento a teoria.
MA (Cursista) fala para Todos : os gestores deveriam abandonar um pouco os dicursos e partir para
pratica.
SD fala para Todos : o uso das tics precisa ser inerente a prática pedagógica cotidiana, abraçado por
todos como recurso da metologia do professor. não ações isoladas
MA (Cursista) fala para Todos: falta vontade e atitude, em alguns casos.
RS responde para MA : Para usar de forma integral é necessário a participação de todos aqueles que
fazem parte da escola.
SA fala para Todos: Acreditemos que um dia isso será possível, que usemos as tecnologias mais
avançadas como usamos o lápis e o papel, o giz e o quadro,não há diferença de importância entre eles.
SD concorda com MA: concordo, embora acredite que é tão simples como difícil, pois perpassa por
mudanças de posturas culturais.
AF fala para Todos: é preocupando a idéia de tantas novidades quando não nos adaptamos nem às
antigas.
AF fala para Todos : O que quero dizer é que são muitas as exigências e nas escolas estamos atrasados
MS fala para AF : Concordo com você AF, e além de estarmos atrasados na escola, hà a resistencia de
muitos professores quanto ao uso das mídias na sala de aula.
AT fala para Todos: É AF, realmente é preocupante, pois quase não utilizamos mídias em sala de aula e
já nos deparamos com uma integração das mesmas.
AT fala para Todos: Sinto uma forte inquietação, pois acredito que precisamos correr contra o tempo e
até pedir socorro!!!
AF fala para Todos : Na escola em que trabalho, os professores utilizam tv, vídeo, computadores. muitos
utilizam, mas os alunos do noturno, por exemplo, pouco vão ao laboratório.

SA fala para Todos : AF, acredito que não importa a ordem de inserção de meios tecnológicos, muitas
vezes o processo não obedece a ordem cronológica das inovações.O importante é iniciar e continua
AF fala para Todos : É muito desigual o processo de integração das TIC nas escolas. O que fazer?
MS fala para Todos: Acho que, inicialmente, deve haver uma conscientização dos professores sobre a
importância das TICs.
SA fala para Todos : Penso que o uso freqüente das tecnologias é um fator relevante que poderá levar às
adequações de acordo com as exigências de professores e gestores das escolas.Concordam?
JM fala para Todos : O problema é fazer os diretores concordarem.
MS fala para JM : Realmente, alguns diretores ainda acham que o professor só deve usar a saliva, giz e
apagador.
SA fala para Todos: Sabemos que o processo exige tempo, determinação, perseverança e persistência.
Vamos vê se vencemos pelo cansaço ou pela conquista. Vamos fazer um complô?
JM fala para Todos: às vezes a gente fica na ilusão de que tecnologia gira só em torno do computador.
SA fala para Todos : Pois é, JM essa questão está introgetada em muitos de nós, precisamos
desmistificar e começar a integrar as tecnologias. É um trabalho que trará bons resultados.
AT fala para Todos : Ao ler o texto do profº Rogério Costa discordo dele quando enfatiza que apesar de
termos métodos diferentes de ensino, cada indivíduo aprende da mesma maneira. O que vcs acham?
AF fala para Todos : Acho que cada indivíduo aprende de sua maneira. não concordo.
MS fala para AF : Claro que ninguém aprende da mesma maneira. Ninguém é igual, temos na sala de
aula várias diferenças e devemos respeita-las.
SL fala para Todos : acho que todos nós devemos fazer o uso de todas as tecnologias
CS fala para Todos : Todos professores deveriam utilizar todas as tecnologias e não ficar reclamando
que ganha pouco e não ta nem ai.
SA fala para Todos : Vocês acham que exista uma abordagem metodológica apropriada para a utilização
de tecnologias de forma integrada? Qual seria ela?
AF fala para Todos : A questão é esta: como fazer uso de todas as tecnologias, inserindo-as ao conteúdo?
Sem culpa!
SL fala para Todos : Quando faço uso de TV e DVDs os alunos declaram que o aprendizado se tornou
mais fácil.
AT fala para Todos : Defendo o que Almeida fala em seu texto quando afirma que cada pessoa ao
adquirir informações se apropria delas de acordo com suas crenças, valores, concepções.
SA fala para Todos : Alguém tem algum depoimento de uso de mídias integrada na sala de aula?
SL fala para SA : Sim, hoje eu fiz o uso das mídias integradas (DVD, CD, TV, textos, etc).
SL fala para Todos : Foi agradável o resultado, de 90 alunos, apenas 2 não se sentiram bem.
CS fala para Todos : Já utilizei mídias integradas e foi muito proveitoso, um sucesso, pena que nem
todas as vezes que queremos usar estão disponível.
SA fala para CS : O ideal seria cada sala ter um kit tecnológico, não é mesmo, Claudionor? Seria
excelente, quem sabe chegaremos neste estágio?
CS fala para Todos : Os gestores tem que compreender que há uma grande necessidade interativa de
tomarem conciência de que o uso de tecnologias permite um,a maior aprendizagem por parte dos alunos.
AF fala para Todos : A questão da disponibilidade das ferramentas também é empecilho, às vezes temos
que marcar com muita antecedência para usar um vídeo ou o laboratório.
SA fala para Todos : Boa noite, obrigada a todos pela participação/interação. Foi muito gratificante.
Tchauuu!!!!!!!!!!

Anexo 3 – Pré-produção
Etapa 1 – Atv. 4 Pré-produção
CO (turma SEE/AL 04)
ROTEIRO
O Filme conta uma história de 5 trabalhadores preocupados com a limpeza urbana e terminam
sendo demitidos, mas mesmo assim continuam fazendo esse trabalho de conscientização ambiental.
Esses trabalhadores fizeram denúncias dos resíduos despejados em lugares impróprios e o seu
manejo inadequado.
ROTEIRO LITERÁRIO
Tempo de Duração: 35 minutos
Local: Quadra de Esportes
Total de Cenas: 8 Cenas
Personagens: Nelson (Nezinho); Alfania (Fani); Antônio (Tonhão); Ricardo (Ri); Maria (Mel).
Total de Horas:
ROTEIRO TÉCNICO
Listas de Cenas:
Cenas
Materiais utilizados
Cena 1: 17h30min – O lixo domiciliar – Apresentação. Sacos com lixos residenciais
Diversos pacotes de restos de alimentos, vassouras pá e rodo. Vestes normais.
Cena 2: 17h35min – O lixo hospitalar – Seringas, remédios vencidos, etc. Vestes.
Fardamento da empresa onde trabalham os personagens.
Cena 3: 17h40min – O lixo urbano – Lixeiras, pá, vassoura, carrinho de mão. Vestes
Bermudas e camiseta.
Cena 4: 17h45min – O lixo Construção Civil – Entulhos, carroças, etc. Vestes.
Boné, camiseta e bermuda.
Cena 5: 17h50min – A reciclagem – Produtos reciclados. Vestes. Todos bem
Arrumado.
Cena 6: 17h55min – Cooperativa – Fardamento da empresa que trabalha. Muito
Lixo, todos os tipos.
Cena 7: 18h00min – O local do Lixão – Botas, chapéu, câmara fotográfica.
Boné, bermuda e camiseta.
Cena 8: 18h05min – Desemprego – Todos bem arrumado. Pasta na mão e todos
Apreensivos.
Cronograma das atividades de filmagens: 07/03/2007
Cena 1: O lixo Domiciliar – Duração 5 minutos
Apresentação: Eu sou Nelson, conhecido como Nezinho; Eu sou Alfania, irmã do Nelson e sou
conhecida como Fani; Eu sou Antônio, mas podem me chamar de Tonhão; Eu sou Ricardo conhecido
como Ri; E eu sou Maria, moro vizinho ao Ri, e podem me chamar como Mel.
Mel – Oh Ri, o carro do lixo passa hoje?
Ri – Sei não... Mais eu acho que só passa amanhã.
Mel – Ah, amanhã eu não tenho tempo de colocar esse lixo na porta não, vou colocar logo agora.
Ri – Oh Mel, faz isso não, você sabe que isso vai sujar toda a rua, e ainda mais essa caixa de
papelão da televisão, vai ficar tudo jogado em frente a tua casa, que nojeira.
Maria – Ah, num quero nem saber, amanhã eles limpam mesmo!
Cena 2 – O Lixo Hospitalar – Duração 5 minutos
Na empresa:
Nezinho – Tonhão

Tonhão – Opa Nezinho, o que foi?
Nezinho – Minha irmã Fani, ela adoeceu e está no hospital, acho que vou largar mais cedo pra ir
vê-la.
Tonhão – Quer que eu vá contigo?
Nezinho – Sim! Vamos.
No Hospital:
Tonhão – Oxe Nezinho, e o pessoal daqui jogam o lixo aqui nesse quintal é?
Nezinho – Que coisa errada não é?
Tonhão – Teria que ter um local específico pra esse lixo, porque é um lixo hospitalar e não um
lixo qualquer. Nezinho sei não vai acabar adoecendo muita gente, e depois não tem remédio pra ninguém!
Cena 3 – O lixo urbano – Duração 5 minutos
Mel – vocês não sabem da maior, quando vinha passando ali na Rua 15 o carro do nosso patrão estava
colocando aqueles líquidos, aqueles no terreno baldio. Tonhão, Nezinho, Ri e Fani, e ainda quer ser o
protetor do meio ambiente, vamos ter cuidado, se ele sabe que nós estamos nessa luta, vai acabar nos
demitindo.
Cena 4 - O lixo de construção civil – Duração 5 minutos
Tonhão – Sei não Fani, mas o nosso patrão está passando dos limites. Fani, você tem coragem de
denunciar? Tonhão, eu tenho. Fani, e o nosso emprego. Tonhão arranja outro. Um caminhão de metralha
no meio da rua, ele só pensa nele!
Cena 5 - O local do lixão – Duração 5 minutos
Mel – vamos fazer uma visita ao lixão Fani? Fani vamos lá. Mel, Dizem que lá é de dá dó!Mel olha só até
o chorume cai no rio, meu Deus, coitada da natureza!
Cena 6 – Reciclagem – Duração 5 minutos
Ri – Nezinho, já pensou se todos esses produtos fossem reciclados?Nezinho era bom demais, só assim
muita gente iria ganhar um dinheirinho!Fani, diz Ri, vamos falar pra o nosso patrão pra ele nos autorizar
fazer uma campanha para separar o lixo!! Nezinho sei não, esse homem é ruim demais oxe!
Cena 7 – Cooperativa – Duração 5 minutos
Tonhão – Mel, já pensou fazer uma cooperativa com todos os catadores da cidade! Mel Seria legal, mas é
preciso o apoio das autoridades, mas esses homens só pensam neles. Tonhão, Mel, mas mesmo assim
vamos insistir nessa luta. Mel – Tonhão, esses caras não prestam não!!!São corruptos.
Cena 8 – Desemprego – Duração 5 minutos
Tonhão – é! Meus amigos, Fani, Mel, Nezinho e Ri. Ri, estamos sem emprego agora, aquele traste do
nosso patrão nos colocou pra fora da empresa dele. Mel, agora é que vou denunciar mesmo, não tenho,
mas medo de nada, vocês vem comigo? Todos, oxe vamos lá, a nossa luta não termina aqui não! Tonhão
tem certeza que vamos conseguir um emprego amanhã mesmo!Esses homens só pensam no dinheiro,
dorme pensando no dinheiro, o meio ambiente que se encha de lixo e a nossa saúde, cada vez pior.
Agradecimentos: Todos os seguimentos da Escola Monsenhor Clovis Duarte de Barros
Equipe Técnica: CO e colaboradores.
Imagem, som e roteiro: CO.

Anexo 4 – Atividade Ecologia Sonora
Etapa 1 – Atv. 3 Ecologia Sonora (Fórum e Biblioteca)
Ecologia sonora: Desenhando Sons
SD (turma – UFAL 01)
Decidi pela atividade 3a, que aponta para vários tipos de sons. Tais sons são interpretados a partir da
sensibilidade do indivíduo, por isso as diversas percepções apontadas pelos colegas de turma. Eu,
particularmente, assim os identifiquei: o 1 parece indicar perigo, truculência e aventura, com linhas
propagadas rapidamente; o 2 dá a impressão de que se realiza num lugar sombrio, misterioso, de mata
virgem povoada por animais; o 3 parece com o 2, mas dá a sensação de um acidente que remete à morte;
o 4 aponta para coisa engraçada, apesar de a propagação ser parecida com os demais.
________________________________
AL (turma – UFAL 01)
Após observar os sons emitidos na atividade 3a e tendo detectado os sons emitidos tipo
aventura, suspense, terror e ruídos de animais, pensei em gravar sons de filmes infantis tipo O Rei Leão
e na rodinha com meus alunos, já que no momento estou atuando com o ensino infantil, propor que
observem os ruídos e sons emitidos, logo após discutiremos coletivamente e fazendo uma análise da
percepção da turma a respeito do que escutaram. A seguir, citaremos quais os prováveis animais
emitiam os sons como imaginaremos os sons emitidos pelos fenômenos naturais, como também as falas
dos personagens e o os sentimentos que demonstravam em suas falas como raiva, alegria, suspense e
outros.
Em seguida, construiremos um cartaz uma espécie de gibi coletivo, de forma que cada aluno
desenvolva a coordenação motora, a criatividade e a arte ao desenvolver uma estória coletiva a partir da
audição e percepção das ações contidas nos sons e ruídos observados por eles.Acredito que esta prática
pedagógica trará uma nova forma de aprendizagem a ser vivenciada pelos alunos não só desta faixa etária
como qualquer outra, de acordo com a disciplina e a estratégia a ser aplicada em sala de aula.Terminada a
confecção do gibi coletivo, faremos uma narrativa onde cada aluno presente darão continuidade nas falas
uns dos outros, construindo um texto coletivo de forma eficaz e prazerosa no processo da aprendizagem.
Desta feita, estaremos despertando a criatividade e o trabalho em equipe.

Anexo 5 – Atividades em Cordel, histórias em quadrinhos e propaganda
Etapa 2 – Atv. 4 – (Biblioteca)
DA (turma SEE/AL – 04)
Cordel:
1. Objetivo geral: conhecer a literatura de cordel como uma literatura popular que se caracteriza
pela facilidade de transmissão oral.
2. Objetivos específicos:
Utilizar a poesia popular como expressão do cotidiano;
Resgatar a expressão cultural do povo, fazendo poesia com temas do cotidiano local.
3. temática
Formar um grupo de professores para a elaboração e execução do trabalho;
Selecionar uma turma do ensino médio;
Desenvolver uma atividade informativa envolvendo pesquisa bibliográfica, na internet e
pesquisa de campo na comunidade local;
Conhecer histórias de poetas de cordel como João Martins de Athayde (1880 – 1959),
Cuíca de Santo Amaro ( o Zé Gomes) (1910 – 1965), Raimundo Santa Helena (1926) e
Franklin Machado (1943);
Descobrir na comunidade, poetas de cordel vivos e já falecidos;
Formar uma equipe de alunos para os trabalhos de xilogravura e organização dos
folhetos;
Buscar na comunidade os temas para os versos;
Fazer a impressão dos folhetos e organizá-los;
Elaborar uma feira na própria escola, com danças folclóricas e apresentação do cordel
cantado e impresso.
4. Avaliação do trabalho:
A sugestão veio fortalecer o sonho de aplicar uma atividade desta, já que em nossa comunidade
existem muitos poetas vivendo no anonimato. E a literatura de cordel, sempre foi um dos gêneros
mais lidos, principalmente pelos idosos da zona rural. Em nossa feira livre sempre havia
apresentações.
Muitos dos nossos alunos mais jovens não conheciam esse aspecto cultural de nossa história literária.
E alguns professores não se davam conta do quanto isto poderia fazer ressurgir o gosto pela poesia
simples e singela, onde os temas populares se viam em versos.
____________________________
Propaganda

Nossa Escola
Escola Normal

Drogas

Brigas

Escola bonita

Limpa

Amigos

Pesquisa

Violência

Medo
Informática

Lixo

Ciências

Preconceito
Palestras

Esporte

_____________________________
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS – LD (Turma SEE/AL 03).
A Arte Seqüencial ou mais conhecida por todos como Histórias em Quadrinhos nada mais são
do que desenhos em seqüência que narram uma história, um poema, um conto. As HQ´s podem ter
balões contendo o texto ou pode ser meramente visual.
Além das histórias em quadrinhos serem uma forma de entretenimento elas podem ter um
caráter informativo. Como vemos em quadrinhos para prevenção de acidentes de trabalho, prevenção de
doenças, informativos de trânsito.
As histórias em quadrinhos começaram a aparecer por volta do século XVIII. Em 1820, na
França, vendiam-se as chamadas "canções de cego", tanto em edições populares quanto em edições com
luxuosas iconografias. As "imagens de Epinal", contos infantis com vinhetas e legendas, já tendo heróis
de capa e espada, datam dessa época. Tinham por propósito dar ao povo a chance de transferir-se para a
vida romanceada de seus ídolos.
E, nos EUA, em 1822, a imprensa transformou-se por causa do surgimento da litografia e, em
1823, em Boston, um almanaque publicado pro Charles Ellms traz, pela primeira vez, entre passatempos e
anedotas, algumas histórias cômicas até que, em 1846, aparece em Nova Iorque a primeira revista
exclusivamente com essas histórias chamada Yankee Doodle. Enquanto isto, os europeus liam os Rebus
(histórias de conteúdo social) e os japoneses contavam com as histórias da dinastia Meigi ilustrada em
quadrinhos. Um dos pioneiros dos quadrinhos é Rudolf Töpffer, artista e escritor suiço, com o sr VieuxBois, em 1827. Outros nomes importantes e pioneiros: Henrique Fleiuss, 1861, com Dr. Semana e Wilhelm
Busch, 1865, com Max e Moritz, garotos travessos - publicados no Brasil como Juca e Chico na tradução
de Olavo Bilac.
Alguns tipos de histórias em quadrinhos
Infantis - inclui revistas como Turma da Mônica e Zé Carioca. São as mais conhecidas e fáceis de achar.
A garotada começa a ler esse tipo de história até mesmo antes de se alfabetizar, pela facilidade de leitura
visual. O interesse por esse tipo de história costuma decair a partir dos onze anos.
Supes-Heróis - São voltadas para adolescentes, na sua maioria do sexo masculino. Inclui revistas como
Batman e Homem-Aranha.
Mangás - São histórias em quadrinhos japonesas. Freqüentemente publicadas em preto e branco e com
apoio da divulgação proporcionada pelos desenhos animados, essas histórias têm conquistado cada vez
mais adeptos entre os Dragon Ball adolescentes brasileiros. Cavaleiros do Zodíaco e são exemplos.
Quadrinhos Adultos - não devem ser confundidas com histórias eróticas. São voltadas para um público
mais intelectualizado e se destacam pela qualidade do texto e dos desenhos. Maus e Persépolis são
exemplos desse tipo de gibi.

Durante muito tempo, pais e professores acreditavam que as histórias em quadrinhos eram nocivas.
Quando muito, as HQs eram consideradas "coisa de criança" e os que permanecessem lendo esse tipo de
mídia na idade adulta eram vistos com desconfiança.
Esses pontos de vista já foram suficientemente demonstrados como equivocados. Alguns dos maiores
escritores da atualidade foram leitores ávidos de quadrinhos. Ray Bradbury, talvez o melhor escritor
norte-americano do século XX. Umberto Eco, badaladíssimo pelos intelectuais, é um grande fã de
quadrinhos. No Brasil há vários escritores famosos que são fãs de quadrinhos, Jô Soares entre eles.
Quanto aos quadrinhos não estimularem a imaginação, os pesquisadores têm percebido exatamente o
oposto. Embora os desenhos mostrem o cenário e os personagens, o movimento, a ação ocorre na cabeça
do leitor. É no espaço entre um quadrinho e outro que a imaginação do leitor trabalha. Uma pesquisa
realizada pela Universidade de Brasília no ano de 2001, a pedido da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação, só veio confirmar o que os leitores de quadrinhos já sabiam há muito tempo.
O principal resultado da pesquisa foi a constatação de que os alunos leitores de quadrinhos têm
desempenho escolar melhor do que aqueles que usam apenas o livro didático. Entre os alunos da quarta
série da rede pública, os gibis quase dobram a performance. Além disso, nas provas do MEC, o percentual
das melhores notas foi de 17,1% entre os que lêm quadrinhos contra 9,9% entre os que não têm costume
de ler quadrinhos.
Na verdade, essa pesquisa só veio corroborar o que já diziam várias outras pesquisas, feitas em diversos
países: os quadrinhos é um fator importante na formação intelectual dos alunos. Curiosamente, os que
criticam os quadrinhos são justamente aqueles que não têm o hábito da leitura. Pessoas com alto nível
intelectual têm se voltado para as possibilidades pedagógicas dos gibis.
Histórias em quadrinhos na sala de aula
Os quadrinhos pode ser um importante recurso pedagógico para se viabilizar os conteudos que
podem ajudar no desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem dos alunos por dar a liberdade
de expressão através do desenho recurso cada vez mais usado para se avaliar ou detectar o grau de
desenvolvimento deste aluno.
A temização para os quadrinhos hoje está fortemente ligada aos fatos que ocorrem no nosso dia-adia facilitando dessa forma a abordagem em sala de aula destes temas, sendo os quadrinhos um
instrumento de acesso ao debate entre professor e alunos.
O trabalho com histórias em quadrinhos na sala de aula é um excelente recurso utilizado pelos educadores
no aprendizado das diversas disciplinas escolares.
Sugestões de atividades
Para aulas de Português, trabalhar a questão da linguagem nos quadrinhos. Histórias em quadrinhos do
Chico Bento podem ser usadas, por exemplo, para trabalhar as funções e níveis da linguagem.
Para aulas de Educação Artística - O professor pode incentivar os alunos a analisar a linguagem dos
quadrinhos (balões, quadros, onomatopéias) e a brincar com ela, realizando suas próprias histórias.
Para aulas de Matemática - Os alunos podem ser incentivados a criar histórias com personagens
baseados em operações matemáticas ou que se envolvam em tramas cuja solução envolva problemas
matemáticos.
Para aulas de Ciência -. O professor pode levar histórias em quadrinhos para aulas de ciências e levar os
alunos a discutir as teorias científicas que estão por trás dos roteiros. Também é valido debater como
algumas histórias, especialmente de super-heróis, contradizem o conhecimento que se tem sobre
determinado assunto. O fato do Super-Homem voar, por exemplo, pode ser usado para inserir a discussão
sobre a Teoria da Gravitação Universal, de Newton.A devastação das matas,
Poderiamos em sala de aula ter uma diversidade de enredos e iríamos ter um vasto material para usar no
desenvolvimento dos nossos conteúdos de trabalho com o tema desvastação das matas, como é o caso da
nossa floresta Amazônica, provocando mudanças climáticas.
O nosso enredo do trabalho será sobre a devastação da floresta Amazônica. O titulo é ‘VERDE
PARA NOSSA FLORESTA” .
Meu Deus! Estou
pensando como
será o mundo
quando eu for
adulto??

Precisamos
buscar
ajuda junto
ao governo
federal para
preservar
nossa
floresta,
nossas vidas

REFERÊNCIAS
FEIJÓ, Mário. Quadrinhos em Ação. São Paulo: Editora Moderna, 2003. 80p. il. ISBN 8516020428
História em quadrinhos no Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.(Redirecionado de Arte
seqüencial no Brasil)
O Mundo das Histórias em Quadrinhos. São Paulo: Editora Moderna
Paulo César Arashiro, ilustrador e web designer, criador do site Central de Quadrinhos. Atua na área de
ilustração desde 1998. Tendo trabalhos publicados na revista Super Interessante entre outras.
www.burburinho.com.br
http://pan.nied.unicamp.br./~hagaque/

Anexo 6 – Relatório
Etapa 2 – Atv. 5 – Relatório – atividade final (Biblioteca)
RS (turma SEE/AL 02)
TEMA: O MEIO AMBIENTE NO MEIO DOS QUADRINHOS
OBJETIVOS:
Despertar nos alunos o interesse pelas histórias em quadrinhos.
Conscientizar os alunos da importância da preservação do meio ambiente.
PÚBLICO A SER ENVOLVIDO: alunos de uma turma, professores, coordenador pedagógico, direção e
toda comunidade escolar.
MÍDIAS A SEREM UTILIZADAS: Computador e histórias em quadrinhos. Através do computador
serão realizadas diversas pesquisas, bem como todo o trabalho de confecção da história em quadrinhos. Já
as histórias em quadrinhos servirão de base para toda a produção da história escrita e criada pela turma.
ATORES E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR:
ALUNOS: realização de pesquisas sobre confecção de histórias em quadrinhos e
principalmente sobre a preservação do meio ambiente.
PROFESSORES de todas as disciplinas: coordenação de pesquisas, aulas sobre
meio ambiente e trabalhos com histórias em quadrinhos. Todos deverão trabalhar o
meio ambiente em suas disciplinas.
COMUNIDADE ESCOLAR (coordenação, direção, família): facilitação dos
trabalhos, do uso do laboratório de informática e da biblioteca para pesquisas e
confecção das histórias em quadrinhos.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Segundo bimestre do ano letivo.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: serão avaliadas todas as participações, envolvimento, pesquisas e
confecção da história.
REFERÊNCIAS DO MATERIAL PESQUISADO:
www.gibiteca.com.br
www.google.com.br
www.cartoon.org
www.castelodogibi.com
www.garfield.com.br
www.monica.com.br
www.universohq.com
www.globalgarbage.org
www.mundosites.net/biologia/animaisextincao
www.mundosites.net/biologia/reciclagem.htm
www.crmariocovas.sp.gov.br
www.aultimaarcadenoe.com
Diante do quadro de degradação ambiental que vemos atualmente, do aquecimento global, da
poluição dos rios, dos desmatamentos, do despreparo do homem para cuidar do meio ambiente que não é
só seu, aliado ao prazer de se ler histórias em quadrinhos, a professora propõe um trabalho
interdisciplinar sobre o tema, culminando com a confecção de um gibi que será feito de papel reciclado
e distribuído na escola.
Será necessária a interdisciplinaridade, pois este é um tema necessário de ser trabalhado e debatido.
A elaboração de um gibi envolve inúmeras etapas: desde o tema, até cada um de seus personagens,
suas características, seus nomes, suas características físicas e psicológicas, além de uma profunda
pesquisa sobre o tema a ser abordado. Para isso se faz necessário uma pesquisa abrangente.
Hoje com o uso do computador é muito mais fácil a realização deste tipo de trabalho – história em
quadrinhos - devido a programas existentes o que também proporcionará um aprendizado novo aos
alunos. Porém o maior aprendizado, será, sem dúvida, a preservação do meio ambiente.

Anexo 7 – Computador e suas ferramentas
Etapa 1 – Atv. 2 – escolhendo um computador (Biblioteca) - LD(Turma SEE/AL 03).

È muito importante termos um computador na escola, pois facilita todo o trabalho administrativo e
contribui para o aprendizado dos alunos e dos professores através da pesquisa virtual e de cursos on
line como este que estamos fazendo. Ele oferece vários aplicativos que devemos utilizar para obter
uma qualidade eficaz em qualquer trabalho que fizermos desde que utilizemos os recurso de maneira
adequada. Um computador para a escola não precisa ser uma máquina super-potente, acho satisfatório
o desempenho dos computadores do colégio.
O computador e o seu funcionamento
O computador é uma máquina capaz de armazenar e processar números, textos, sons e
imagens, codificando as informações em conjuntos numéricos formados pelos algarismos 1 e 0, ou seja,
em seqüência de bits. Um sistema operacional funciona dentro do micro como o cérebro no ser humano.
Comanda as ações, coordena os movimentos e permite que o computador entenda as ordens dos usuários.
O sistema operacional é o software responsável pelo funcionamento do computador, é o cérebro da
máquina, capaz de comandar todas as suas funções. Sem o sistema operacional, os computadores não
passam de carcaças inanimadas, porém é bom lembra que o computador não e´inteligente mas sim a
pessoa que o esta operando.

Trabalhar com arquivos
O programa conhecido como O meu computador foi concebido para o ajudar a gerir arquivos de uma
forma muito parecida como organizaria documentos num arquivo físico. Para iniciar este programa,
clique em Iniciar e seleccione O meu computador, é uma forma moderna de organizar por exemplos as
pastas dos alunos em um secretaria de escola, tudo bem organizado no computador, em vez de um monte
de pastas empoeiradas.
Manter o bom funcionamento do computador
A ajuda e Suporte do Windows XP possui uma grande quantidade de informação para o ajudar a tirar
maior partido do seu computador e a resolver problemas. Basta selecionar Ajuda e suporte no menu
Iniciar. Duas informações básicas importantes:
Restauro do sistema
O Restauro do sistema foi concebido para anular alterações nocivas para o computador. Esta ferramenta é
utilizada normalmente quando o computador tem um problema que não consegue resolver. Se o
computador não estiver a funcionar tão bem como antes, pode facilmente fazê-lo regressar a um estado de
trabalho anterior sem perder os seus documentos e mensagens de correio eletrônicos.

__________________________________
Etapa 1 – Atv. 4 – Programa de capacitação (Biblioteca)
Programa de capacitação: Microsoft Office – NA (turma – UFAL 01)
Objetvo: permitir que os alunos conheçam os principais recursos dos aplicativos do OFFICET.
Word
Descrição: É um processador de texto da Microsoft. Foi originalmente escrito por Richard Brodie para
computadores IBM PC correndo DOS em 1983. Mais tarde foram criadas versões para o Apple
Macintosh (1984), SCO UNIX e Microsoft Windows (1989). Faz parte da suite de aplicativos Microsoft
Office. Caracteriza-se como um aplicativo utilizado para editar os mais diversos tipos de textos, como

cartas, documentos. Possui inúmeros recursos capaz de auxiliar o usuário a criar, manipular textos além
de permitir inserir figuras, tabelas, planilhas e gráficos.
Conteúdos:








Formatar fonte
Tamanho da Letra
Cor da Fonte
Estilos da Fonte
Alinhamento: Para esquerda, Centralizado, Para direita e Justificado.
Recortar/ copiar/ colar: Pode-se utilizar estar funções através do menu Editar ou simplesmente
clicando nos ícones correspondentes na barra de ferramentas.
 Marcadores e numeração
 Tabelas
 Formatar bordas e sombreamento
 Inserir figuras
 Inserir símbolos
 Inserir gráficos
 Ferramentas de desenho
 Cabeçalho e rodapé
 Visualizando a impressão
 Mandando imprimir
Atividade: elaborar um texto no word e utilizar os ícones da área para personalizar o texto.
Excel
Descrição: O Microsoft Excel (nome completo Microsoft Office Excel) é um programa de planilha
eletrônica escrito e produzido pela Microsoft para computadores usando o sistema operacional Microsoft
Windows e computadores Macintosh da Apple. Seus recursos incluem uma interface intuitiva e
capacitadas ferramentas de cálculo e de construção de gráficos que, juntamente com marketing agressivo,
tornaram o Excel um dos mais populares aplicativos de computador até hoje. É por grande vantagem o
aplicativo de planilha eletrônica dominante disponível para essas plataformas e tem o sido desde a versão
5 em 1993 e da sua inclusão como parte do Microsoft Office.
Conteúdos
 Inserir: célula, linha e colunas;
 Formatar : célula, linha e colunas;
 Dados: filtrar dados, classificar dados
 Modifica o tipo de fonte, ou seja, o tipo de letra usada
 Tamanho da Letra
 Cor da Fonte – Modifica a cor da letra/texto
 Estilos da Fonte.
PowerPoint
Descrição: Microsoft Powerpoint é um programa utilizado para edição e exibição de apresentações
gráficas no sistema operacional Windows. Para criar apresentações gráficas, dispõe de processamento de
textos, estrutura de tópicos, esquemas automáticos, modelos, desenhos, assistentes, gráficos e vários tipos
de ferramentas para expressar idéias nas apresentações. Atualmente o domínio da ferramenta Powerpoint
tornou-se fundamental, visto que grande parte das apresentações em cursos, escolas, faculdades e

reuniões utilizam projetores para ilustrar melhor as idéias apresentadas pelo orador. Felizmente seu uso é
relativamente simples.
Conteúdos
Apresentações: Trata-se de um arquivo composto por um conjunto de slides, anotações para o
orador, documentos para os participantes e a estrutura de tópicos.
'An Cada slide tem associado uma página, na qual aparece o slide com comentários associados
que se desejem.
Slides: Um slide pode conter textos, títulos formas, objetos desenhados, gráficos, imagens prédesenhadas,etc... É cada página individual da apresentação. No idioma inglês a palavra slide
significa "deslizar", termo derivado dos antigos projetores, quando a figura a ser projetava
deslizava em um carrossel de fotos.
Estrutura de tópicos: Apresentam em uma folha, os títulos e os textos principais da
apresentação. Representam o sumário da apresentação.
Classificador de Slides: Imprime a apresentação em forma de documentos para os participantes.
Folhetos: Utilizados para dar suporte à apresentação, o orador pode distribuí-los ao público. Os
folhetos consistem em folhas de papel com pequenas versões impressas dos slides da
apresentação.

Anexo 8 – Questionário diagnóstico
Tecnologias na escola (parte 1) – Modelo de questionário
Nome do cursista:
Função (na escola):
Nome da Escola:

MURICI – ALAGOAS
19/06/2007

Local:
Data:
1.

FM (TURMA – UFAL 01)
PROFESSOR
ESCOLA DE ENS. FUND. JUVENAL LOPES FERREIRA DE OMENA

Projetos/Programas implantados na Escola:
RIVED
X

TVESCOLA

X

PROINFO
RADIO ESCOLA
MÍDIA ESCOLA
SIGETEC

SECRETARIAS DE EDUCAÇÃO
(ESTADO, MUNICÍPIO)

Quais:

ESPECÍFICOS DA ESCOLA

Quais:

OUTRO(S)

Quais:

Pessoal Envolvido:
X

Alunos

X

Professores

X

Gestores

Séries:

Multiplicadores
X

Técnicos

Outro(s)

Qual(is):

2. Equipamentos existentes na escola:
X

TV

videocassete

1ª A 4ª E 5ª A 8ª

X

X

X

X

X

X

fitas de vídeo

antena parabólica

DVD

retroprojetor

computador

receptor de satélite

projetor de slides

câmera digital

filmadora

Outro(s)

Qual(is):

3. Equipamentos existentes no Laboratório de Informática da escola:

X

X

X

computadores

Quantidade:

14

impressora

Internet

projetor de multimídia

X

Scanner

softwares educacionais
Tecnologias na escola (parte 2)
4. Organização para uso dos equipamentos:

X

Existem profissionais de apoio

5. Os professores da escola sabem utilizar as tecnologias:
a maioria

X

alguns

Quem?

UMA FUNCIONÁRIA DA SECRETARIA

poucos

nenhum

A equipe gestora da escola
utiliza a tecnologia?

Quem?

6. CASO TENHA MAIS DE UM PROJETO NA ESCOLA – IDENTIFICAR AQUELE QUE CONSIDERA MAIS
RELEVANTE PARA PREENCHAR AS INFORMAÇÕES RELACIONADAS A SEGUIR:
Projeto:
7. O trabalho pedagógico com as tecnologias é feito de forma:

X

Esporádica dependendo da necessidade dos professores

Esporádica dependendo do interesse dos alunos

X

Esporádica dependendo da disponibilidade de tempo do professor

Esporádica dependendo da disponibilidade dos equipamentos existentes na escola

Planejada pelos gestores da escola

Planejada pelos professores de determinada área ou série em que atua

Planejada conjuntamente pelos gestores e professores da escola
Existe um cronograma (atividades, série, prazos) de uso da tecnologia na escola
Quem faz?

8. Em que situação a tecnologia vem sendo mais usada na escola:

X

Inclusão digital dos alunos

Desenvolvimento de Projetos pedagógicos dos alunos

X

Apoio nas atividades pedagógicas

Integrado nas atividades pedagógicas

Apoio no trabalho do professor

Apoio no trabalho administrativo da gestão escolar

Anexo 9 – Questionário aplicado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA
AVALIAÇÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
Prezado concluinte,
O objetivo deste questionário é de identificar as dificuldades levantadas para a inserção e integração das
TIC na prática pedagógica. Será aplicado com os professores que concluíram o Curso de Formação
Continuada em Mídias na Educação – Ciclo Básico (1ª oferta) e que cursaram o Curso de Formação
Continuada em Mídias na Educação – Ciclo Intermediário.

DADOS
1.

Sexo: (

)F

(

)M

2.

Categoria de ensino: (

3.

Escolaridade: _______________________

4.

Como soube da oferta do curso: _______________________________________

) Fundamental (

) Médio

(

) Superior

Curso: ______________________.

FORMAÇÃO

1. Já havia realizado um curso na modalidade a distância? Que tipo de curso?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________
2.

Qual a sua experiência com o uso das TIC em sala de aula, antes de participar do Curso de
Formação Continuada em Mídias na Educação – Ciclo Básico?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________
3. Em que sentido o curso contribuiu na sua formação profissional?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________
4.

Os recursos utilizados nos módulos do Ciclo Básico, do Curso Mídias na Educação contribuíram
para uma formação de qualidade?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________

AVALIAÇÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

5.

O que você aprendeu no Curso de Formação Continuada Mídias na Educação? Como fez uso do
material em sala de aula?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________
6.

Quais dificuldades contribuíram para a não realização das atividades do curso Mídias na
Educação, durante os módulos ofertados, no tempo determinado?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________
7. Como foi a atuação do (a) seu (sua) tutor(a)nos módulos ofertados no Ciclo Básico?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________
8.

Em que sentido as experiências compartilhadas nas interações online permitiram refletir sobre o
uso integrado das TIC no contexto escolar?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________
9.

Aponte os fatores positivos e negativos para se obter uma boa formação, através de um curso a
distância.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
____________________________________

Participando desta entrevista, você estará contribuindo para a melhoria do curso buscando aperfeiçoa-lo e
torná-lo cada vez melhor. Solicitamos sua colaboração no sentido de responder este questionário da
melhor forma possível. O preenchimento deste não trará nenhuma conseqüência para você ou para o seu
desempenho profissional, pois não será necessário a identificação. Desde já agradecemos a sua
participação.
Obrigada!!!!

Lílian Kelly de Almeida Figueiredo
Mestranda

Luís Paulo Leopoldo Mercado
Coordenador